Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.

Capítulo Vinte e Oito

Dias atuais

Os dias estão voando, Davi recém completou oito anos e minhas meninas estão se preparando para a faculdade. Ficarei somente eu e o Davi em uma imensa casa. Estou cada dia mais triste pela situação do meu casamento, o Daniel passa cada vez menos tempo em casa. Graças a Deus não se candidatou, eu tive que implorar e mandar meu pai parar de se meter na vida do meu marido para ele desistir disso, continuou apenas com o escritório. Até por que o escritório exige demais dele, pois com a morte do único sócio dele, o escritório ficou todo em cima de Daniel. Foi uma lástima a perda do Adam, de forma tão abrupta e precocemente, é a vida, a finada esposa agora só recebe os lucros, até que o filho deles termine a faculdade e possa ajudar Daniel no escritório, atualmente ele é estagiário.

Sempre que posso dou uma ajuda ao meu pai, com algo da empresa, ele disse que quando o Rick se formar na segunda faculdade, ele já terminou Direito e está terminado administração, então ele se aposenta de vez e passará a empresa ao Rick e para Pam, finalmente. Pâmela já está trabalhando com ele, já é CEO da empresa, mas ele fica ali ajudando quando pode, ainda não quis entregar tudo na mão dela, porém mal aparece na empresa. Ela já tem um filho pequeno e casou-se há pouco mais de um ano com o Nathan Benson. Estou muito feliz por ela, ele é o atual advogado da empresa. A empresa tem uma sede em Nova York, e já está ainda maior que a sede de Minnesota.

Meu pai há sete anos se divorciou da Fernanda, finalmente, depois de anos de casados não era para menos, meu pai tem um lugar reservado no céu, com certeza, e finalmente ele e a Kamila estão vivendo uma linda história de amor. Kamila não quis me deixar totalmente, então eles compraram uma casa aqui próxima da minha. Meu pai descobriu que a Fernanda tinha um amante, e para nossa surpresa era o seu Marcel, meu sogro, fiquei com muita pena da minha sogra, mas no final ficou tudo em família, mas só eu sei disso, pois meu pai não quis falar para ninguém que tinha sido chifrado. Manteve tudo escondido para não sair na mídia, mas na hora H o seu Marcel não quis ficar com a Fernanda e voltou com a esposa, não sei como, mas minha santa sogra o perdoou, mas logo depois a Fernanda traçou outro cara, um rico e viúvo fazendeiro.

***

Acordei cedo, mas permaneci na cama, tenho psicóloga hoje, estou há dois anos em tratamento de uma depressão fortíssima que tive, estou bem melhor, graças a Deus. E vou me encontrar com a Pam e com o Rick no final do dia.

–Olívia, cadê a chave do meu carro? – Daniel perguntou.

–Pois é, seu carro. Vou lá saber onde você deixou a chave quando chegou bêbado ontem em casa Daniel!

–Maldita hora que fui me casar com você.

–Faço todo dia essa mesma afirmação. – ele se retirou do quarto batendo o pé, francamente todos os dias eu me pergunto porque que eu me casei com ele e uma outra, por que eu ainda estou casada?

Ele tem muito a perder caso nos separemos, mas eu não tenho nada, pois dinheiro nunca me prendeu a nada, mas para a cabeça dele, o prende e muito. Ele sabe que metade da parte dele do escritório é meu, e eu tenho o meu apartamento dado pelo meu pai em Manhattan que está alugado e essa casa também, metade é minha, mas como já colocamos no nome das crianças, então não precisaríamos dividir nada. Só que ele não quer se separar para não ser mal visto pela sociedade, pois hoje somos um exemplo de família. Casados a quase vinte anos e com três lindos filhos, isso é o que a mídia adora falar.

No final acho que sei a resposta do porquê permaneci casada. Eu amei um homem que me trocou por uma outra pessoa e nunca mais ouvi falar dele, me casei com Daniel por imposição do meu pai e me acostumei a ter aquela vida. Era cômodo para mim, não precisar sair da minha estabilidade. Eu estava dando os anos que eu tinha de vida, por medo, por carência, por não querer ficar sozinha, por não acreditar que conseguiria amar de novo. Será que o amor acontece duas vezes para uma mesma pessoa? Não saberia dizer se após o divórcio eu estaria apta a ser feliz pela primeira vez na vida, essas e outras perguntas rondavam minha mente desde a depressão.