Capítulo Trinta e Um

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Como prometido, mais um capítulo hoje...

espero que gostem!!! Boa leitura!

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Olhei meu celular, ia mandar um recado para a Kamila, mas percebi que havia ficado sem carga, não teria como avisar nada, eles ficariam preocupados comigo, mas infelizmente não tinha o que fazer. Subi na garupa da moto dele toda sem jeito pois estava de vestido, ainda bem que sempre coloco um short – cor da pele – por baixo e fomos para um restaurante em Nova York, na Times Square, chamado Planet Hollywood, esse restaurante é famoso no mundo todo por pertencer aos atores Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis.

O restaurante é muito legal, pois é todo voltado ao cinema é bem a cara do John me trazer aqui. Não é chic, não tem aqueles pratos prontos, arrumados, cheios de coisa, aqui tem hambúrgueres e pizzas. Sentamos e pedi um hambúrguer que ele me indicou.

–Ultimamente minha vida tem sido a base de fast-food. – ele disse.

–Totalmente sadio!

–O apartamento que comprei ainda não está totalmente montado então estou tendo que comer em restaurante e como o tempo é corrido, vou nos lugares mais rápidos.

–Novamente digo que isso é bem sadio – falei sarcasticamente.

–Você não mudou nada depois de quase dezenove anos.

–Você mudou bastante. – queria dizer que ele está ainda mais gato agora, mas me detive a tempo de as palavras serem cuspidas por mim.

–Continua linda do mesmo jeito que me lembro da época do colégio.

–Você continua um galanteador.

–Na verdade, melhorei com o tempo. – rimos.

–Anos de prática só poderia melhorar mesmo. – quando falei percebi que ele baixou o olhar, tentando não demonstrar uma tristeza, mas não conseguiu.

O ambiente começou a ficar pesado, a tensão irradiava dos nossos corpos. Felizmente já estávamos acabando. Comi o mais rápido que consegui e ele percebeu que não queria mais muita conversa e ficou pensativo, até mesmo um pouco triste. Quando acabamos ele se limitou a pagar a conta, mesmo eu pedindo para pagar a minha, ele falou que havia convidado e que ele pagaria. Não briguei, só queria ir embora logo, já passava das dezesseis horas, Davi já devia estar em casa e todos preocupados.

–Onde você está morando? – ele perguntou quando chegamos na moto.

–Riverdale, sabe onde é?

–Sei sim. Você não tinha um apartamento aqui na Upper East Side?

–Ainda tenho, mas está alugado por temporada. – não quis dar detalhes da minha vida.

–Entendi. Vamos? – me dando um dos capacetes.

Peguei e coloquei na minha cabeça, subi novamente com cuidado, a estrada estava tranquila então dessa vez ele foi bem mais rápido do que veio de Nova Jersey, eu com medo o abracei, apesar de adorar ver motos, eu nunca havia andado em uma, então aproveitei para tirar uma casquinha dele.

Senti o cheiro amadeirado do perfume do John, esse cheiro não me é estranho, parecia ser do One Million do Paco Rabanne, eu adoro essa fragrância. E o cheiro natural dele também era de deixar qualquer pessoa sem ação. Até o cheiro do shampoo era bom. Dai-me forças Jesus. Só voltamos a nos falar quando estava na frente da minha casa.

–Linda casa! – ele disse me ajudando a descer da moto.

–Obrigada.

–Bom, vou nessa, foi maravilhoso revê-la Olívia.

–Também gostei de te ver John.

–Quando quiser ir até a oficina ver o Mustang fique à vontade.

–Pode deixar que irei. Gosto de vigiar! – sorri pelo duplo sentido que sem querer a frase pareceu.

–Pode ir vigiar à vontade.

Nos despedimos com dois beijinhos na bochecha, ao nos tocar trocamos uma carga elétrica que me arrepiei e vi que ele também. Então me virei e fui em direção a entrada da casa e percebi que ele continua estático no mesmo lugar.

Entrei em casa fechei a porta e me encostei nela fechada, estava uma pilha de nervos, precisava me controlar, meu corpo todo tremia, é como se meu corpo renascesse depois de dezoito anos, sem sentimentos. Eu devo estar enlouquecendo, vou ver o Davi e tomar um banho, com certeza estarei renovada e poderei pensar melhor sobre tudo isso e mais tarde conseguirei ver meus irmãos.

–Olívia você está bem?

–Estou Kamila, porquê?

–Você está parecendo que viu um fantasma!

–Talvez eu tenha visto mesmo, mas não é nada demais.

–Menina, você está pálida, quer uma água?

–Não Kamila, obrigada. Cadê o Davi? Ele comeu alguma coisa?

–Comeu uns três biscoitos recheados só, Elaine disse que ele almoçou direitinho por causa da influência dos meninos dela.

–Que bom, acho que com outras crianças ele come, não sei mais o que fazer com esse menino!

–Elaine deve saber, fala com ela filha, ela não é a médica dele?

–Sim, é o que farei, vou ligar mais tarde.

–E o carro?

–Pois é, me deixou na mão, está na oficina, aproveitei e mandei fazer tudo que precisava fazer.

–Já que foi para a oficina melhor mesmo.

–Vou atrás do Davi. – falei e sai em busca do meu filho.

O encontrei dormindo no sofá ao lado da cama dele, estava jogando videogame e deve ter desmaiado, peguei ele no colo e o coloquei na cama, liguei o ar condicionado e o cobri, resolvi ligar logo para Elaine, assim tiraria as dúvidas que eu tinha quanto ao caso do Davi.

–Elaine falando! – ouvi minha amiga dizendo.

–Oi amiga, ocupada?

–Oi Olívia, não, pode falar. Tudo bem? O que houve com o carro?

–Bateu o motor, precisei deixá-lo e aproveitei para mandar restaurá-lo completamente.

–Que bom, ficará legal.

–Com certeza, amiga você examinou o Davi?

–Sim, vou mandar para o seu e-mail os pedidos dos exames que quero que ele faça, mas já sei o diagnóstico dele.

–Qual? – falei assustada.

–Nada que não seja tratável, então calma. Ele está com desnutrição primária, não é grave ainda, mas precisamos reverter esse quadro.

–Como isso aconteceu? Ai meu Deus. Como é o tratamento? –falei desesperada.

–Calma Olívia, os exames servirão para vermos a parte da absorção dos alimentos, temos que ver o porquê da desnutrição, mas ele tem que passar a comer comidas com maiores níveis de vitaminas e minerais.

–Tudo bem, terei que rever os alimentos aqui de casa, e vou conversar com a Kamila sobre isso.

–Isso, você tem que instigá-lo a comer.

–Eu, a Kamila e a babá faremos mutirão para que esse menino coma. – rimos.

–Isso aí amiga, vou atender agora. Beijos.

–Beijos.

Desligamos, só agora pude ir tomar um banho, liguei a banheira e comecei a me despir. Entrei na banheira e comecei a relaxar e a pensar na minha vida. Fiquei muito abalada em reencontrar o John. Como se voltasse no tempo, tudo ressurgiu, parecia que estava apenas adormecido. Independente, precisava que meu corpo em relação ao John voltasse a dormir, eu era casada e fiel.

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Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.Onde histórias criam vida. Descubra agora