Quantos anos que não nos víamos, ele estava perfeito. Parece que o tempo voltou e eu estava vendo o garoto vestido de Batman se aproximando de mim. Tudo a partir daquele momento passou a ficar em câmera lenta.
Nunca vi um homem mais lindo do que aquele que estava próximo a mim. Eu o vi e logo identifiquei, mas ele ainda não tinha me visto. O homem desceu da moto, retirou o capacete então pude ver o restante que insistia em ficar coberto. Ele estava com calça jeans desbotada, bota preta e com uma jaqueta de couro preta, então retirou também a jaqueta e estava com uma blusa preta com uma enorme caveira em uma moto prateada, pôs a jaqueta em cima da moto e colocou o capacete junto. Retirou a presilha que prendia o seu cabelo e então pude notar que seu cabelo estava comprido e ele havia uma barba por fazer, o que deixava sexy e ainda mais gostoso.
Minhas pernas se derreteram, quase viraram gelatina, me segurei em uma mesa próxima a mim, para que não pagasse o mico de cair ali e chamar a atenção de uma enorme oficina cheia de homens.
–Senhora, está passando bem?
–Desculpe só uma leve tontura, mas já está passando.
–Por favor, queira sentar – falou apontando para uma cadeira próxima a mim.
–Obrigada, já estou melhor.
–Deve ser o calor, vou ali chamar o chefe e trarei um copo de água para a senhora.
–Obrigada.
Ele se retirou e foi em direção ao chefe, eles conversaram, Célio apontou para mim e o mesmo me olhou, seu olhar ao encontrar o meu me deixou sem ar, como se todo meu ar tivesse ido embora e ficou só um vapor muito quente. O olhar dele ferveu meu ar e meu corpo todo entrou em ebulição.
–Não estou acreditando no que estou vendo. – ele falou ao se aproximar de mim.
–Imagina eu.
Me olhou de cima a baixo, milimetricamente falando, totalmente em câmera lenta, ele me mediu e contemplou tudo que gostaria de ver. E eu também pude notar as diferenças que a idade trouxe a ele. Estava forte, másculo, deixou de ser aquele menino que eu lembrava para se tornar um bad boy gostosão, de cabelo loiro comprido até um pouco abaixo dos ombros, liso com grandes cachos revoltados, olhos continuavam a mesma coisa, azuis da cor de piscina, o olhar era o mesmo, não mudou. Senti que passei a língua para umedecer meus lábios que estavam secos e acho que ouvi um gemido vindo dele, mas não tenho certeza pelo barulho ao redor.
–O que a traz aqui Olívia? – ele me perguntou sem paciência, até um pouco nervoso.
–Desculpa, te incomodo?
–Não, só não estava preparado para te ver.
–Da próxima vez eu mando um sinal de fumaça. – ele sorriu.
–Como sempre afiada!
–Como sempre rude, enfim vim por que meu Mustang pifou e preciso de uma restauração total nele. – apontei para meu carro.
–Você ainda o tem? – ele disse já indo em direção onde meu carro estava. – Quanto você quer nele?
–Ele não está à venda John.
–Que pena, passei anos querendo achar esse carro para comprá-lo.
–E ele esteve comigo o tempo todo.
–Posso notar. – ele piscou para mim, relaxando um pouco.
–Eu nunca mexi nele, então está intacto, dá um crédito, todas as peças originais e sem batida. – eu falava enquanto ele dava a volta ao redor do meu carro o admirando.
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Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.
RomanceSinopse de Decisões (in)corretas: Olívia é uma bailarina que sonha em montar seu estúdio para ensinar crianças carentes e adultos a dançar, como nem tudo são flores, seus sonhos são afastados quando várias decisões incorretas tomadas por tercei...