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Miranda

Estava terminando de colocar a fatias de queijo no pão quente e iria para o quarto quando Alexia apareceu de supetão. Eu lhe dei um sorriso, continuando a minha tarefa, o olhar baixo.

Esses dias com ela estavam sendo o paraíso. Mesmo que meu emprego estivesse me dando no saco, ter Alexia em minha vida era um alento, um bálsamo. Levantei a cabeça, reparando que ela havia ficado parada à minha frente sem nada falar.

— O que foi? — indaguei, terminando o ultimo pãozinho. Eu iria lhe levar o café na cama, mas ela havia sido mais rápida. Não estava acostumada a fazer essas coisas românticas, mas com ela vinha naturalmente. Era satisfatório e não uma obrigação; agradá-la por agradar. Ao contrário de como era com o Rangel. Quando eu despertava, ele já saíra, quando eu ia dormir, ele ainda nem voltara.

Eu a fitei...

Alexia estava me olhando com repulsa. Não havia outra palavra que definisse seu olhar além de puro nojo. Eu me encolhi, constrangida. 

— Você não faz nenhuma faculdade de jornalismo, não é? — acusou, seus olhos negros estavam frios, porém chispavam de raiva. Eu conseguia sentir como ela estava inflamada, se contendo com as mãos fechadas em punhos.

Eu a encarei, sabia que um dia ela descobriria, fosse por uma distração minha, uma investigação dela ou porque simplesmente seria o momento.

— Não — eu confessei, devolvendo o olhar com a mesma intensidade.

— E esse apartamento?— varreu o ar com a mão.

— O que tem ele?— questionei sem fraquejar a voz, meus olhos ainda fixos nos dela.

— Você sabia onde eu morava, não era? Não está aqui por acaso. Poderia estar em qualquer outro lugar, ganhando muito mais em um emprego melhor... Aquele encontro foi por acaso?

— Não — não havia mais porque mentir. Ao mesmo tempo que queimava também era prazeroso falar a verdade. 

— Então você me seguiu? — Alexia mantinha a voz firme, dura. Estava conversando calmamente, apesar dos olhos estarem cintilantes e dos dedos ainda furarem a palma das mãos.

— Sim, eu estava na mesma festa que você — com a Patrícia. Vi quando saiu mais a Luana de lá e te segui. Foi melhor que parecesse ser um encontro por acaso.

— Por que fez tudo isso? Me seguir, criar um encontro, me conquistar, me enganar— cerrou os dentes, fechando os olhos—, fazer com que eu me apaixonasse por você de novo.

— Por quê? Por quê?! — gritei alucinadamente, indo na direção dela e a abraçando. Alexia começou a me bater, dando tapas em todos os lugares que alcançava. Eu a apertei, tentando contê-la. — Porque eu te amo. E estava enlouquecendo se não pudesse tê-la. Você acha mesmo que eu iria te deixar? Não, não mesmo. Eu sei que eu fugi da primeira vez. Que te abandonei. Mas naquela época... Naquela época era um péssimo momento — eu falava isso enquanto a continha, pressionado-a contra a coluna de concreto. Ela cansou de se debater e deixou que eu a abraçasse.

— Você é oito anos mais velha do que eu. Se passando por uma universitária jovem adulta. Meu Deus. Por que mentiu?— sussurrou em meu ouvido enquanto deixava o corpo mole. 

Eu estava me sentindo um lixo, mas resolvi continuar sendo sincera. 

— Quando eu te conheci e teve todo... toda essa química, eu sabia que você era jovem, que era inexperiente. Como você acha que eu poderia simplesmente me envolver com uma adolescente, uma de menor? Como as pessoas reagiriam? Além de sermos do mesmo sexo, eu estaria me aproveitando de você. Como você bem sabe, eu tentei fugir disso ao máximo, mas sempre acabava voltando.

—  E o Rangel? 

Eu engoli em seco, desviando os olhos para minha mão esquerda, Alex seguiu o movimento, reparando na marca onde existira uma aliança. Senti o corpo dela se retesar e então suas mãos começaram a me bater novamente. Eu segurei seus dois braços em suas costas, pressionando o corpo dela contra a coluna. Não sei em que momento tudo mudou, mas de repente ela gemia. 

— Sua vadia mentirosa — xingou furiosamente enquanto eu lhe mordia o pescoço e lhe pressionava contra a pilastra. Enfiei a mão dentro do short, ainda segurando os braços dela. Alexia empinou a bunda, gemendo. Encontrei seu sexo ensopado e inseri dois dedos, fazendo ela rebolar contra a minha mão. Ela pingava enquanto eu movia meus dedos ferozmente, fazendo um barulho molhado. Soltei seus braços e ela se virou, arrancando meus dedos de dentro dela. Começou a me dar tapas, enraivada. Eu enforquei seu pescoço e ela me beijou, arranquei seu short com um puxão e voltei a masturbá-la. 

Alexia parecia uma fornalha e me apertou contra ela, senti um liquido esguichar, molhando nossas pernas. Eu a fitei, excitada, mas ela caiu em um choro esganiçado me agredindo novamente. 

— Sua puta mentirosa! Desgraçada! — mordeu meu pescoço e eu gritei de dor, ela lambeu a pele sensível, rasgou minha camiseta, apertando os meus seios. Os olhos estavam vermelhos, o rosto lavado pelas lágrimas. Eu a beijei brutalmente, sentindo a mão dela ir embaixo da barra da camisa e puxar com força meus pêlos pubianos para depois inserir três dedos violentamente enquanto mordia meu lábio inferior. 

Senti que acabamos no chão e Alex ainda me masturbava grosseiramente, me machucando. Em algum momento a dor virou prazer e meu corpo se ergueu, tremendo com o orgarmo, ela deu dois tapas entre as minhas pernas, fazendo eu fechá-las com a mistura de dor e prazer.

Alexia levantou-se e ergueu seu short, vestindo-o. Eu permaneci no chão, olhando ela abrir a porta e sumir de vista. Senti lágrimas quentes entrarem em meus ouvidos enquanto eu soluçava sozinha.

Vamos lá, brindei meus leitores com a famigerada cena de sexo. Claro que não foi um sexo convencional dada as circunstâncias, mas foi sexo. 

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Alexia - RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora