Capitulo 26 : Provas.

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Nick, após ouvir seu próprio coração batendo umas 247 vezes, abriu os olhos e estava em um deserto.

-É aqui que as coisas começam.
Disse o cervo.

-Ok. O que eu faço agora.
Disse Nick.

O cervo deu uma risadinha e respondeu:

-Sobreviva.

E sem mais nem menos foi sumindo até desaparecer.

Nick estranhou mas ficou firme. Em uma situação normal ele teria, no mínimo, corrido.

Ele se ajoelhou como o cervo tinha o instruído antes e ali ficou.
O calor intenso parecia soprar por seus pelos, cozinhando-o.
Por mais de meia hora ele ficou ali.
Quando finalmente se rendeu ao calor e se levantou com o intento de sair dalí mas quando ficou de pé o deserto virou uma geleira. Cada grão de areia virou um floco de neve.
Como Nick estava sem roupas ele tremeu de frio.

-Mas peraí. Eu sou uma raposa! O frio é meu amigo.

Disse ele desencolhendo-se e rolando pela neve. Sentiu um cheiro familiar. Um rato!
Nick se pôs a caçar e mergulhou fundo na neve atrás do rato, mas quando trouxe a presa para cima levou um susto:

-Um coelho?!

O bixinho saiu correndo em disparada enquanto Nick se sentou e ficou olhando o coelho ir embora.

O cervo apareceu e disse:

-Você falhou.

-O quê? O que eu fiz?
Perguntou Nick, sem entender nada.

-Deixou-se morrer. Por que não comeu aquele coelho?
Falou o cervo.

-Mas ele é um coelho. Minha namorada é uma coelha. Nunca teria coragem de matar aquela criatura.
Respondeu Nick.

-Bem, vou ser bonzinho com você. Vamos tentar outra prova.
Falou o cervo e o transportou para uma floresta e disse:

-Sobreviva 3 dias aqui e você voltará à vida.
Dizendo isso desapareceu novamente.

Nick estranhou o lugar. Porém se sentiu confortável. Pelo menos até sentir um cheiro familiar:
Cães.

-É melhor eu vazar daqui, antes que eu vire ração.
Disse ele correndo e se escondendo em uma toca cheia de musgo. Desesperado ele cavou fundo dentro da toca de nodo que nunhum cachorro conseguisse entrar ali e matá-lo.
Ali ele ficou o dia todo, à noite ele sentiu fome e saiu para caçar.
Logo que saiu sentiu o cheiro de um rato e logo mais o viu correndo pela relva, mas ele foi  mais esperto:

-É noite. Onde há ratos há corujas, ou seja, meu jantar.

Ele seguiu o rato de longe e quando um raio branco desceu sobre o rato ele pulou sobre ele e sentiu as grossas penas da coruja entre seus lábios e então afundou os dentes, com gosto, em uma mordida forte. Um bater de asas o jogou pra trás, porém, seu jantar estava pronto.

-Uau?! Essa é das grandes.

Nick a pegou e levou para sua toca mas chegando lá, ao entrar, levou um tapa no focinho e escutou um rosnado.
Ao olhar para dentro da toca avistou uma raposa vermelha como ele. Farejou e viu que era uma fêmea.

-Filha, essa toca é minha. Não sentiu o cheiro?
Disse Nick querendo entrar.

-Ora. Quer brigar?
Respondeu a fêmea.

-Pra quê? Tem espaço suficiente para nós dois aí.
Disse Nick, entrando sem nenhuma reverência

-Ah?! Eu não tinha pensado nisso.
Falou a fêmea em voz baixa.

Nick entrou e pôs a coruja entre os dois.

-Você quer?
Perguntou ele.

-O que você acha?
Respondeu a fêmea.

Os dois se deliciaram com a carne da coruja e logo após esse jantar eles se deitaram, cada um se enrolando sobre si mesmo e começaram à conversar:

-Nunca te vi aqui antes. O que faz aqui?
Começou ela.

-É difícil explicar. Eu só sei que eu apenas quero voltar pra minha casa. Mas aí escutei barulho de uns cachorros...
Disse Nick.

-Então você já sabe dos cachorros.
Disse ela, triste.

-Sei. Por isso cavei essa toca. Preciso sobreviver aqui por uns 3 dias até que eu possa sair desse lugar.
Respondeu Nick com o mesmo ar de melancolia.

-Sua sorte é que você não mora aqui. Se você morasse aqui você iria entender porque eu invadi sua toca.
Disse ela em um desabafo.

-Entendo. Qual é seu nome?
Perguntou ele.

-Clair. E o seu?
Disse a raposa fêmea.

-Nick. Muito prazer.

-O prazer é todo meu.
Respondeu Clair.

Dizendo isso desenrolaram-se e começaram a se esfregar fazendo carinho um no outro.
Os dois dormiram juntinhos um por cima do outro. Claro que Nick ficou por baixo, pois apesar de ser malandro ele sempre foi cavalheiro.
O dia raiou e o sol iluminou apenas uma pequena parte da toca dos dois fazendo com que eles acordassem e se esticassem inteirinhos. O dia prometia ser quente.

Zootopia : como é grande o meu amor por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora