Zootopia : como é grande o meu amor por você

Capitulo 39 : Pare o mundo que eu quero descer.

A licensa de Nick acabou e então voltou para o trabalho no D.P.Z.
Nick e Judy sairam juntos de casa no carro de Nick e foram direto para o departamento. No caminho conversavam sobre o emprego deles mesmos e sobre as novidades que Nick havia perdido nesse tempo que ele tinha ficado de licensa.
Ao chegarem ao D.P.Z, Garramansa ficou estupefato ao ver a raposa.

-N-nick?! Você está vivo!!!

Disse ele.

-Como assim? Claro que estou vivo. Judy não te contou nada?

Respondeu Nick.

-Bem eu... errr...

Disse Judy na defensiva.

-Bem, isso não importa. Estou tão feliz por você estar bem.

Interviu Garramansa, com os olhos cheios de lágrimas.

-Garramansa oficializa isso aqui pra mim. É minha licensa que acaba hoje, por isso voltei para trabalhar.

Disse Nick entregando a licensa para Garramansa.

O leopardo apenas colou um selo e apertou um carimbo contra o papel e o entregou de volta.

-Prontinho Nick. Agora você só precisa falar com o chefe Bogo sobre isso e ele vai decidir o que fazer com você.

Respondeu Garramansa.

Nessa hora Nick sentiu um pequeno frio na barriga.

Nick agradeceu e foi até a sala do chefe, Judy logo atrás. Chegando lá, Bogo olhou por cima dos óculos e viu de relance a figura rubra da raposa.

-Ora, ora, ora!
Exclamou Bogo.

-Veja só quem está aqui... pensei que tinha perdido um dos meus melhores oficiais.

Concluiu ele.

Nick apenas deu um sorrisinho e entregou a folha para ele.

Bogo leu por alguns minutos e depois arquivou a folha e pediu para que Nick o seguisse até uma outra sala. Por onde passava, Nick, misteriosamente, arrancava olhares de espanto e admiração dos policiais. Ele conseguia ouvir pequenos cochichos entre os policiais, mas não conseguia compreender o que estavam falando.

Ao chegar em uma sala grande, cheia de gavetas, Bogo abriu uma das gavetas e tirou os utensílios de Nick: Algemas, colete a prova de balas, spray de pimenta, cacetete e finalmente a arma.
Nick vestiu seus equipamentos, mas quando pegou a arma sentiu um aperto em seu peito. Ele imaginou quantas pessoas passaram pelo o que ele passou por culpa dele e não tiveram a chance de voltar. Ele também se lembrou do veado que havia conhecido no pós-vida, quando recebeu sua segunda chance. Ele ficou profundamente abatido e pensativo.

Judy vendo a reação da raposa, que olhava fixamente para a arma, foi tentar ajudar. Ela pôs a mão em seu ombro e perguntou:

-Você está bem Nick?

A raposa, que estava perdida em pensamentos sobre a morte e afins, quando sentiu a pequena pata de Judy tocando seu ombro ele se arrepiou inteiro e em um movimento extremamente rápido ele sacou a arma e a apontou para Judy, pronto para atirar.

Judy se assustou, e se encurralou na parede com os olhos arregalados e com o nariz tremendo.

-Abaixe isso agora soldado.
Gritou Bogo.

Nick caiu na real, e vendo a cena em que estava, largou a arma vagarosamente no chão e com as mãos levantadas em rendimento, pediu demissão.

Judy se assustou ainda mais.

Bogo negou o pedido.

-Volte para casa Nick. Você não está apto para voltar para o trabalho.
Disse Bogo.

-Chefe eu posso ter uma conversa com meu parceiro por um minuto?

Interviu Judy.

-Tudo bem. Mas vão pra fora do D.P.Z. E ele só entra aqui denovo quando tiver ciente de seus atos.

Respondeu Bogo.

Nick encheu-se de raiva, cerrou os punhos e também interviu:

-Eu não estou bêbado, senhor.

Bogo não respondeu, Judy o tomou pela mão e eles se retiraram da sala. Os dois sairam do D.P.Z e se dirigiram até um banco, perto da entrada do estacionamento, onde a parede era de cimento e ninguém poderia ver ou ouvir os dois.

Antes de se sentarem, Judy agarrou Nick pelo pescoço e o prensou contra a parede.

-O que foi que deu em você?
Disse Judy em tom ameaçador.

Nick, sufocado, relutou:

-Eu não vou voltar pra lá. Me larga!

Judy largou a raposa e os dois se estranharam. Judy respirou fundo e pediu com calma:

-Nick. Vamos nos sentar e ter uma conversa decente.

Nick concordou e se sentou no banco também.

-O que está acontecendo Nick? Por que fez aquilo? Eu apenas encostei em você e você apontou uma arma pra mim, Nick. Você poderia ter me matado!

Começou Judy.

-A culpa não é sua, Judy.

Respondeu Nick

-Bem, a culpa não é minha mas sou eu quem quase levou as dores.

Retrucou ela.

-Você não entenderia...
Disse Nick.

-Se você explicasse...
Respondeu Judy.

-Tá bom. Eu me senti culpado ao pegar aquela arma. Eu imaginei o quanto de pessoas que passaram pelo mesmo que passei e não tiveram a chance de voltar.
Eu me senti culpado de ter tirado a vida de tanta gente. Eu não quero ser um assassino!

Respondeu Nick.

-E prefere deixar assassinos vivos para matar muito mais pessoas? Cai na real, Nick. E se você não quer ser um assassino, por que quase me matou?

Respondeu Judy.

-Estava destraído, pensando na morte e no que eu passei. Foi no susto, eu jamais faria isso com você Judy.

Respondeu Nick de cabeça baixa e quase chorando.

-Tá bom, Nick. Já chega. Pare de se culpar por coisas que não cabe a você decidir.

-Mas se eu não me preocupar com que eu faço eu estaria me tornando um alienado. Quer dizer que se meu superior me mandar colocar uma pata no fogo eu teria que obedecer e queimar minha mão? E se ele me mandar pular no rio? Devo me afogar? Eu não aguento mais isso, este tempo em que conheci a morte serviu para que eu abrisse os meus olhos.
ESTÁ TUDO ERRADO!

-Nick, fica na sua que vai dar tudo certo. É o seu recomeço aqui dentro. Muita coisa mudou, você vai ver. Você deveria parar pra pensar que se você não fosse o ''assassino'' que você diz ser, estaria morto agora. Ou talvez eu teria te prendido no vaso das uivantes e estaria preso até agora. E então, assassino sanguinário, vai querer enfrentar o mundo sózinho como fazia antes ou vai querer ter uma arma e compamheiros fiéis ao seu lado?

Respondeu Judy.

Nick queria relutar, queria negar, mas não podia. Judy tinha razão. Nick pediu desculpas pra Judy, os dois se abraçaram e voltaram para dentro do D.P.Z.
Porém Nick estava com o coração repleto de ódio.