Capitulo 17 : O dia seguinte.

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Judy acorodou e sentiu a cauda felpuda de Nick passeando pelo seu pescoço, como se fosse uma das mãos da raposa. Os dois haviam dormido fora das camas de palha, bem canto do paiol.
Nick, apesar de estar se movimentando um pouco, estava dormindo profundamente e Judy se encantou ao ver a raposa abraçada a ela, sorrindo, feliz.
Ela se soltou um pouco do abraço da raposa, de modo que seus braços ficassem livres, fez um carinho na cabeça de Nick a fim de acordá-lo. Ela quase o beijou de emoção ao sentir o peito de Nick tremer um pouquinho e escutar uma espécie de ronronado, como se a raposa fosse um gato. Nick acordou e sentiu as delicadas mãos de Judy passando pela sua cabeça e, sem abrir os olhos, esfregou a cabeça em todo o corpo de Judy e disse:

-Miaaaau, cenourinha.

Se espreguiçou todo e ficando de quatro se esfregou em Judy, miando e ronronando como se fosse o gatinho dela.
Judy olhou pra raposa e soltou um suspiro profundo, Nick por sua vez, se deitou de costas, pedindo carinho.

-Miau. Prrr.
Fazia ele.

-O que deu em você, raposa felina? Perguntou Judy.

Nick riu-se e respondeu:

-Apenas encontrei a minha gatinha.

Judy se deitou de barriga por cima de Nick, formando uma cruzinha peluda. Os dois suspiravam de amor um pelo o outro, até que Judy desabafou dizendo:

-Mal vejo a hora de voltar pra cidade.

Nick estranhou Judy dizer isso, já que tinham chegado a poucos dias, e derrubando-a de costas no chão, avançou por cima dela, acariciando-a, e disse:

-Mal vejo a hora de ter você só pra mim.

O focinho dos dois se encontraram, antes de Judy perguntar:

-Como estão as suas patas?

Nick respondeu:

-Melhor, aliás, tudo se torna melhor quando você está por perto.

Judy sentiu algo diferente por Nick e o beijou sem nenhuma cerimônia.
Nick se levantou e foi procurar Stu, para conversar com ele.

Nenhuma cerimônia foi feita quando os dois se encontraram.
Se olharam como predador e presa e Nick sentiu um pequeno rosnado brotar do seu peito, sendo interrompido por alguma coisa na sua garganta, talvez o fato de não ser selvagem.

-E então? Vai me aceitar como eu sou? Pressionou a raposa.

Stu abaixou a cabeça e respondeu:

-Sim.

-Então tenho a mão de sua filha? Ou você não é um macho de palavra?
Perguntou Nick, de novo.

-Quanto à isso, me siga. Respondeu Stu dando as costas pra Nick.

Nick revirou a cabeça, imaginando que era mais uma das ignorâncias de Stu, mas o seguiu. Chegaram em frente à casa da fazenda, onde havia um degrau, e coelhos de todas as partes chegavam perto dele para ver o que estava acontecendo. Stu subiu e chamou Nick para cima da pedra. Depois de uns 10 minutos, a pedra estava rodeada por uns 200 coelhos, do mesmo modo de quando chegaram da cidade. Stu sussurou qualquer coisa no ouvido de um dos coelhos e começou a falar:

-Filhos, hoje as tarefas da roça podem atrasar um pouco, porque eu preciso falar uma coisa muito importante pra vocês.

Os coelhos ficaram em silêncio absoluto. Stu continuou:

-No começo da semana tivemos um grande susto ao ver essa raposa chegando de mãos dadas com a sua irmã,Judy. Pensamos que era algum tipo de marginal, golpista, ladrão ou qualquer outro tipo de bandido. Mas nós estavamos engandados. E quando digo ''Nós'' quero dizer ''Eu'' também.
Nick, essa raposa aqui, mostrou ser honesto, trabalhador, útil e dedicado, então eu quero pedir que todos vocês o respeitem como se ele fosse mais um de seus irmãos.
E Nick. Quero pedir desculpas pra você. Meu preconceito contra sua espécie me cegou, e não deixava que eu visse o seu coração e sua verdadeira personalidade.

Zootopia : como é grande o meu amor por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora