Capítulo 1

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Olhar vestidos de noiva realmente não era meu programa favorito, mas Maite havia insistido tanto. Nós somos amigas desde o jardim da Infância, não podia deixa - lá sozinha nesse momento. Mesmo sabendo que o meu demoraria anos para acontecer.

O último relacionamento foi há um ano com um roqueiro estranho que colecionava bonecas de vodu. Era realmente estranho, mas o único que se importava comigo, que demonstrava afeto. Ele me trocou por uma viajem para a Espanha e o Caminho de Santiago. As prioridades dele não eram as mesmas que as minhas.

Mas estamos no século 21 ficar sozinha não é o fim do mundo. Uma mulher não precisa de um homem para ser feliz. Não precisa mesmo. Estamos na época do empoderamento da mulher, não há porque ficar correndo loucamente atrás de alguém. Mas um carinho e um afeto às vezes caem bem.

Maite ira se casar daqui a dois meses com Christian, o amor deles é tão lindo, a cumplicidade, lealdade. Queria ter um amor assim. Mas alguma coisa não deixa as coisas darem certo. Já conheci tantos homens bonitos e bacanas, mas por um estranho motivo eles fogem de mim. Anahí outra amiga dizem que eles me acham uma louca varrida. Preciso confessar ás vezes realmente parece, mas tudo da errado quando vou a um encontro, minha bolsa enrosca nos lugares, me engasgo, falo coisas sem sentido, bebo além da conta, conto piadas sem graça. É como se eu não conseguisse ser eu, algo não deixa as coisas fluírem com naturalidade. Mas o que poderia ser?

- No mundo da Lua de novo Dul? – Maite me chamou para a realidade afastamento esses pensamentos malucos.

- Só pensando... – suspirei afastando a nuvem cinza que se instalava em minha cabeça. – O vestido esta ficando bonito.

Realmente estava, era branco e no corpete havia muitos detalhes bordados e algumas lantejoulas que desciam até a saia do vestido, dando um toque de princesa, as mangas eram três quartos e o recorte era como flores dando um contorno ainda mais lindo.

- Vai ficar mais lindo ainda com os sapatos. – sorriu animada. Ela estava radiante com a ideia do casamento. – Um dia será o seu e você verá como os sapatos fazem toda a diferença.

Ri alto com aquela hipótese. Qual era a chance de me casar? A mesmo de encontrar um noivo... Quase zero.

- Vai ser difícil acontecer May.

- Não vai Dul, eu estou fazendo umas pesquisas isso só pode ser algo psicológico. – Maite sempre cismou com a ideia de que algo havia acontecido para explicar todo esse azar com os homens. Nada aconteceu não me lembro de nada ruim ou traumatizante. Talvez seja somente o cupido brincando comigo.

Saímos da loja e fomos tomar um café junto com Anahí. Estava um sábado ensolarado e quente típico de Monterrey.

- Foi uma pena não ter ido com vocês meninas, mas precisa arrumar a casa. – explicou-se Anahí.

- Sabemos Annie. Mas se estava arrumando a casa é porque ira receber visitas? – perguntou maliciosamente. Não havia jeito para Maite, tudo que se falava ela conseguia levar para outro lado.

- Não sei, mas eu e Dulce vamos para ComposBel, vai que conhecemos alguém.

- Acho difícil. – comentei já prevendo o fracasso.

Por volta das oito e meia da noite, comecei a me arrumar. Tomei um bom e demorado banho me libertando da tensão e começando a acreditar que talvez essa noite possa ser boa. Vesti um vestido curto e rodado de cor preta combinando com os meus novos sapatos de salto vermelho. Caprichei na maquiagem e deixei o cabelo natural. Gostava do que via no espelho mesmo que eu terminasse a vida sozinha, ela não estaria completamente sozinha, teria a mim mesmo e ao amor próprio que é o maior amor que sinto.

Às nove e meia Anahí passou em casa e seguimos para ComposBel. É uma boate bem localizada e com um ótimo DJ. O lugar preferido dos amantes noturnos da cidade.

Logo que chegamos fomos ao bar e pedimos dois xotes de tequila e dois drinks no abacaxi. Continuamos bebendo por ali e curtindo a música, mas era nítido que Anahí já procurava alguém para a caça.

- Olhe só aquele moreno ali que lindo.

- Não estou vendo nada. – havia centenas de morenos ali, não havia como saber.

- Aquele. – apontou para um homem que dançava e olhava para nós. – Eu vou até lá, já volto amiga.

Anahí sumiu no meio da multidão e eu mais uma vez acompanhada somente da bebida. Continuei ali por mais um tempo bebendo uns drinks exóticos especialidade da casa e olhando o bar man dançando enquanto preparava as bebidas.

Estava distraída quando um homem dos cabelos claros e olhos azuis sentou-se ao meu lado.

- Esta sozinha? – perguntou enquanto bebericava seu uísque.

- Parece que sim. – aquela era a chance de provar para mim e Maite que não havia azar e nem psicologia nessa complicada vida de relacionamentos.

- Que bom. – me lançou uma piscadela. – Posso te pagar uma bebida?

- Pode, pode sim. – sorri animada com a ideia e dei um leve pulinho quase caindo da banqueta.

- Opa, será que você já não bebeu demais? – me ajudou a sentar novamente.

- Nunca é demais para mim! – Disse como uma alcoólatra. – Quero dizer eu não bebo tanto assim, só de sexta e sexta... Não de segunda, ai meu Deus é sexta... – o nervosismo estava chegando e já estava perdida em minhas palavras. – Não é isso que você esta pensando.

- Calma, eu nem pensei em nada gatinha. Mas é perigoso se embriagar quando está sozinha.

- Você acha que não sei me cuidar? – mandei na lata e só então percebi o quão rude havia sido. – Oh me desculpe!

- Acho melhor tomarmos alguma coisa não?

Chamou o garçom e pediu mais dois drinks, mas eu precisava demais, então pedi mais dois para mim. Estava cada vez mais parecendo uma maluca. Começamos a beber em silêncio enquanto ele me fitava sem parar. Sinto-me intimada com muitos olhares sobre mim, e para disfarçar me ataquei na bebida tomando tudo de uma vez.

- Vá devagar gatinha. – sorriu.

- Gosto de coisas rápidas. – mudou o seu jeito de me olhar e então percebi que o que havia dito poderia ser interpretado de outra maneira. – Não do jeito que você está pensando. Eu não transo rápido. Quero dizer eu nem transo. Não espera...! – Como posso falar tanto besteira de uma vez?

- Percebi que você é rápida mesmo. – se aproximou de mim e pude sentir seu delicioso perfume.

- Seu perfume é bom! – Até que enfim uma dentro Dulce! Vibrei mais ainda quando ele se aproximou mais do meu pescoço e depositou um beijo.

- Você pode sentir mais se quiser. – fui me aproximando dele e sentindo aquele gostoso aroma. Ele foi me trazendo para mais perto e eu estava gostando daquilo. Estávamos nos encarando prontos para beijar, quando derrubei meu copo em cima dele sujando toda a sua perna e enchendo o chão de cacos.

- Orra, você é sempre assim maluca? Achei que queira me beijar.

- Me desculpe. Eu não sou maluca ok? Nem tinha visto que iria cair. – tentei pegar guardanapos para secar a perna do sujeito, mas acabei derrubando outro copo encima da perna dele e se espatifando por ali mesmo.

- Arghhhh! Olha o que você fez, me cortou. Esta tentando me matar? – sua expressão era raivosa.

- Não eu juro que não! – tentei ajudar, mas ele afastou minhas mãos.

- Se afaste de mim! Segurança! Alguém! – logo dois homens se aproximaram. – Olha o que essa maluca fez comigo. Tire ela de perto de mim.

Procura-se o amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora