Capítulo 5

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Demorou um pouco para chegarmos, já que o hotel era afastado. Mas assim que chegamos, nos deparamos com a multidão. A praia estaca lotada e isso só iria piorar a minha procura.

- Como foi à noite de ontem? - perguntei a Annie enquanto achávamos um lugar para ficar.

- Foi boa, você não deveria ter ido embora cedo Alfonso disse que iria chamar um amigo.

- Nada de amigos, essas histórias nunca dão certo comigo. Ali, vamos ficar ali. - apontei para um lugarzinho vago longe da água.

Sentamos-nos e continuamos conversando sobre a noite anterior, enquanto dava uma olhada geral nas pessoas para ver se não o encontrava.

- Aiai tava precisando mesmo de um solzinho. - nós continuávamos a olhar para os lados a procura. - Ah não acredito!

- Achou? - perguntei quase desesperada.

- Não, mas olha ali o Poncho. - apontou.

-Quem é Poncho?

-O Alfonso. Ei! - acenou para ele - Poncho aqui!

Alfonso logo nos viu, ele estava com mais três pessoas conversando sentado na areia. Veio em nossa direção e logo vi que havia perdido a ajuda de Annie.

- Oi garotas. - nos cumprimentou com dois beijinhos no rosto.

- Oi Poncho, não pensei que iria te encontrar aqui.

- Pois é, final de semana hora de descansar. - olhou para mim com aqueles lindos olhos verdes. - Veio atrás do seu procurado? - esse cara não vai parar de me zoar.

- Vim! - respondi estarrecida.

- Estive pensando, tenho um amigo chamado Christopher, na verdade ele é namorado da minha prima.

- Ah então com certeza não é, o Christopher que eu procuro é um homem que adora curtir com a cara das mulheres. Não é pra namorar.

- Então é por isso que você está atrás dele? Procurando uma noite e nada mais? - disse zombeteiro e fui obrigada a dar-lhe um tapa.

- Idiota. Eu vou dar um mergulho.

Tirei o shorts e a blusa e segui para a água. Assim que entrei senti a água gelada refrescar meu corpo quente. Fui nadando mais para o fundo e aliviando todas as tensões desnecessárias que insistia em pensar. Uma delas era Christopher, precisava encontrá-lo logo e voltar para a casa, tirar essa ideia louca da cabeça e seguir minha vida. Tenho certeza que depois de beijá-lo tudo será melhor e finalmente poderei aproveitar a vida sem afastar os homens no primeiro encontro. Mesmo que não encontre um Príncipe poderei me divertir mais.

Depois de um tempo na água decidi sair e me esquentar na areia, precisava retocar o protetor. Porém não me lembro onde Anahí estava. Não era possível, havia perdido minha amiga e todas as minhas coisas.

A praia estava lotada, era temporada de férias e Acapulco era um lindo lugar para se visitar. Anahí já havia sumido de minhas vistas, o que era de se esperar. Estava sozinha de novo e tudo culpa do veterinário gato. Mas minha amiga estava certa, se fosse ela também não sairia da cola dele, pelo menos ela ira pegar ele por mim.

O vendo estava quente e arrepiava minha pele ainda úmida pelo mar. Com esse calor era uma delicia o cabelo começando a ganhar movimento quase seco e o delicioso cheiro do mar. Estava parada como uma boba sentindo aquele delicioso cheiro, quando um homem alto estava andando em minha direção.

Fiquei paralisada por alguns segundos, ele era lindo, cabelos claros e ondulados, usava uma bermuda colorida e óculos de sol, tinha a barba rala dando mais charme ainda. Agora eu estava parada com a boca aberta admirando um desconhecido que encarava o mar sem nem notar minha presença.

Tirou os óculos escuros e olhou para os lados, e então eu quase fui ao chão. Não era possível. Era ele. Sim, era ele. Aqueles olhos eu jamais esqueceriam, eram eles que me fizeram acreditar que aquela noite havia valido a pena. Eram as duas íris castanhas que me juraram que tudo o que vivi e senti naquela noite, há mais de dez anos, não era uma mentira, que eu não sentia sozinha. E agora tantos e tantos anos depois está a poucos metros de distância.

Calma Dulce! Você não deve enxergá-lo assim, ele só servira para tirar essa mandinga de azar com todos os homens que você conhece. Somente para isso. Não importa se estava bonito ou não, nada vai mudar. E agora finalmente vou conseguir flertar em paz.

- Ei! Ei! - sai correndo atrás dele tentando não cai na areia e controlar a respiração. - Você!

- Algum problema? - me olhou e tive certeza, era ele. A expressão continuava a mesma, os mesmo traços, a mesma cara de bebe coberta por uma barba. O mesmo homem por quem eu cultivei ódio e amor há anos atrás.

- É você! Christopher! Christopher Uckermann? - perguntei aceleradamente.

- Sim, sou eu. Quem é você?

Sem nem pensar em responder, fiz a única coisa que vim destina a fazer. O beijei. Não pedi permissão, e não quis prolongar a conversa e muito menos saber se ele estava comprometido. Apesar de querer contar tantas coisas, não podia. Precisa quebrar o feitiço que Maite disse que havia e depois seguiria minha vida. Seguiria.

Porém aqueles lábios tinham o mesmo gosto de tantos anos, eram doces e carnudos. Remetiam aos milhões de pensamentos sobre a fantasia que sentia com ele. Remetiam ao ódio que senti, por tudo que fingiu não ter havido. E trazia uma agitação que há muito tempo não sentia para o estomago. E a agitação no coração. Era pura adrenalina e ao mesmo tempo somente um beijo banal. No começo ele não correspondeu, quase nem abriu a boca, mas depois começou a se entregar aquela sensação a tempo esquecida.

Estava tão envolvida com aquele momento, era como se todo o resto da praia tivesse sumido. Como se fôssemos únicos no universo. Mas é claro que sempre acontece alguma coisa para atrapalhar.


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Edit 2020: Fala se essa música não tem tudo a ver com esse momento de reencontro. "É hoje que ele paga todo mal que ele te fez" kkkkkkkkk
Só queria deixar isso registrado 🤣🤣❤

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