Capítulo 38

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Aquele dia estava extremamente estranho, encontrei uma roupa perfeita logo de cara, tive tempo suficiente para tomar café e ainda consegui chegar adiantada no trabalho. Nunca cheguei adiantada.

Outra coisa muito estranha havia uma vaga bem em frente ao prédio. Nunca há vagas por ali, aquele lugar é horrível de se estacionar, mas hoje tinha. E para finalizar meu chefe havia me elogiado. Assim que entrei no andar, ele me deu bom dia e disse que estava muito bonita hoje. Espero que seja sinal para um aumento.

- Bom dia Dulce. – Carol logo veio atrás de mim.

- Oi Carol. – caminhamos ate minha mesa.

- o que fez no cabelo? Esta tão bonito. Alias, você esta muito bonita hoje Dulce. Adorei seus sapatos.

A única coisa que conseguia pensar sobre aqueles elogios, era a noite anterior. Deveria ter alguma relação, fazia tantos tempo que não praticava que com certeza fez bem para mim alto estima, minha pele, e até minha pontualidade.

- Carol, posso te fazer uma pergunta indecente? – Carol se aproximou para que pudesse falar. – você acha que sexo tem alguma relação com a aparência?

- Você transou com alguém? – Carolina quase gritou, todos que estavam perto nos olharam.

- Fala baixo. – disse entre dentes.

- Com quem foi Dul? Vai-me conta.

- Foi com o Christopher...

- Com o Christopher que vinha te procurar aqui? – disse alto mais uma vez. Todos iriam começar a comentar. Olhei para as pessoas em volta e dei um sorrisinho envergonhado.

- É sobre uma amiga, to contando a ela sobre uma amiga...

Revirei os olhos para Carol e ela saiu de fininho. Pelo visto meu azar já havia começado. Sabia que essa historia era tudo mentira, dormi com ele e ainda brigamos para nada. O azar continuava em mim.

Estava praguejando mentalmente à noite com Christopher quando uma rosa apareceu em minha frente.

- Théo? – sorri.

- Estava passando aqui na frente e me lembrei de você. – peguei a rosa de sua mão e me levantei.

- Surpresa boa, sempre gentil.

- Faz alguns dias que não te vejo. Espero não estar atrapalhando...

Esse cara é incrível. Ele é atencioso, fofo e ainda é lindo. Sou uma tonta de perder meu tempo pensando em Christopher e em como tudo da errado para nós dois.

- Ah não. Eu estava um pouco ocupada... – Como consegui inventar uma desculpa sem cair em contradição?

- Será que poderia ocupar o seu tempo um pouquinho comigo? Poderíamos sair para almoçar.

- Poderíamos, podemos. – Alguma coisa não está certa, estou passiva demais.

- Ótimo, vou dar uma olhada na sala principal... E saímos juntos para o almoço. - piscou e eu apenas concordei com a cabeça. – Você está bonita hoje, com um brilho nos olhos... – acariciou minha bochecha.

Brilhos nos olhos? Mas porque todo mundo está me dizendo isso? Não estou apaixonada, não ganhei um aumento, ou nada semelhante. Pensei então na única coisa que poderia ser: o azar. Tinha me livrado dele?

Olhei para Théo com um enorme sorriso. Havia dado certo, agora poderia flertar com um homem sem passar vergonha. Estava prestes a por em prática, quando ouço alguém no corredor.

- DULCEEEEEEEEEEEE!

Tomei um susto tão grande com o barulho estridente da voz daquele homem, que me agarrei a Théo para não me desequilibrar, e quem nos visse naquela posição poderia jurar que ele não estava somente me segurando.

- Posso saber que pouca vergonha é essa? – Christopher estava vermelho e bufando. Estava com muito ódio de mim poderia sentir, mas eu não tinha culpa.

- Ela quase caiu com os seus gritos, estamos em um ambiente de trabalho. – Théo o repreendeu.

- Estou pouco ligando. – me olhou. – Quem é esse cara?

- É um amigo. – sorri amarelo. – É o Théo.

- Amigo? Você está colocando em prática não está?

- Colocando o que?

- A sua sorte! – esbravejou – Você não vai fazer isso comigo Dulce. Eu briguei com a minha namorada por sua causa, estou com uma mancha de café enorme por sua causa, acordei atrasado também por sua causa. – ele estava muito furioso parecia que iria avançar em mim a qualquer momento.

- Vai dizer que a culpa do aquecimento global também é minha? – Ironizei. – Podemos conversar depois?

- Não podemos você vai devolver a minha sorte agora! – segurou meu braço me aproximando mais dele. Estive com azar a vida inteira e nunca dei a louca com ele.

- Ei solta ela. – Théo interferiu. – Que história de sorte é essa Dulce?

- Sorte... Er... Um cachorro. Meu cachorro. – olhei para os lados o escritório inteiro prestava atenção em nós. – Será que podemos falar disso em outro lugar, por favor? Théo, você pode esperar um pouco? Já volto.

Théo apenas assentiu. Precisava conversar a sós com o Christopher. Até longe do azar ele ainda me persegue. O que vou fazer com esse homem?

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