Estávamos a ponto de nos beijarmos, mas então me dei conta que havia escorrido sangue para a camisa branca de Christopher.
- Ah Ucker olha só. – olhei para a camisa e me voltei rápido para a pia ligando a torneira.
- Nossa Dul, será que sai? – olhou a camisa com uma bolinha de sangue.
- Não sei. Ai. – gemi sentindo a água escorrer por entre o corte. – Acho que sim.
- Temos que dar um jeito na sua mão, leve bem e pegue um band-aid.
Fiz o que ele estava pedido, pressionei o dedo para o sangue parar. Estava prestando atenção no que fazia, era um pouco dolorido e quando o sangue parecia estar cessando fechei a torneira me voltei para ele.
- Pega o band... – parei de falar assim que dei de cara com as costas nuas daquele homem. Ele havia tirado a camisa e aquilo era demais para uma podre garota como eu. – Que ta fazendo?
- Preciso lavar não é? Não vou voltar com a camisa suja de sangue para casa. Onde é a lavanderia?
Era tentador olhá-lo assim, seu peitoral todo a amostra, seu tórax musculoso e seu abdômen pré-definido. Acho que ele se depila, não havia pelos. De qualquer maneira isso é o que menos importa. Ele parecia àqueles modelos de cueca Box, todo sarado com uma calça de cós mais baixo mostrando que havia mais ali. O olhava como se fosse o ultimo copo de água do mundo. Também estava há tanto tempo ser vem um homem assim.
- Terra chamando Dulce. – passou os dedos sobre meus olhos e despertei daquele momento. – Que foi em? Se gostou tira um foto. – até que a ideia era boa, mas não podia.
- O que você esta querendo em Christopher? – me aproximei. – Esta assim para me provocar não é? Fale a verdade! – chegava cada vez mais perto. Era para eu estar me afastando, mas fazia totalmente o contrario me aproximava dele cada vez mais.
- É você que esta vindo para cima de mim. – riu. Estava se divertindo com a situação, aposto.
Preciso confessar estou com medo dessa noite. Medo de mim mesma. Quando penso em desfazer o azar, penso em algo rápido, uma rapidinha mesmo, sem sentimentos, sem pensar no depois. Mas agora com ele aqui em minha frente, nós dois cozinhando juntos, as coisas mudam totalmente de rumo.
Senti meu dedo latejar e finalmente recuei, mando-o me seguir até a lavanderia. Fui ao banheiro colocar um band-aid e quando voltei Christopher estava esfregando a camisa no tanque. Quando ele forçava os braços seus músculos ficavam rígidos, e olhá-lo daquela maneira era uma perdição.
- Você é muito azarada mesmo Dulce. – comentou assim que percebeu minha presença. – Acha que se trocarmos de lugar, eu ficarei azarado como você?
- Não sei. – me aproximei da janela para abri-la e ventilar o lugar. – Mas de acordo com a teoria sim, eu ficaria com a sua sorte e você com meu azar.
- Que sorte? – me olhou.
- Ser como você, não derrubar café em blusa branca, lembrar de enxaguar o cabelo, não parecer uma maluca na frente dos outros, conseguir cultivar um amor... Ter um namorado, assim como você. – era isso que imaginava quando trocasse esse azar.
- Não deveria colocar ter um namorado como uma opção... Nem sei se tenho mais. – confessou sabia que havia alguma coisa errada. Mas aquela afirmação ou talvez duvida mexeu comigo, apesar dele parecer chateado, eu me sentia feliz.
- Você tem namorado? – perguntei para fazer graça e rimos. – O que houve?
- Não sei as coisas com a Belinda estão... Diferentes. – virou-se para mim. – Sei que não deveria falar isso com você, ainda mais levando em conta os últimos acontecimentos, mas não sei o que será de nós dois.
- Vocês brigaram? Sei que fico o tempo todo tentando te agarrar, mas eu também sei ser amiga, Chris amadureci muito nessa ultima década. – se fosse no passado eu riria da cara dele.
- Ela me contou que vocês se encontraram e nós discutimos. Ela veio com três pedras na mão, sei que não contei algumas coisas para ela, mas não contei justamente porque imaginava isso.
Sabia que ela iria contar para ele. Ficou tão incomodada que foi rapidinho brigar com ele. Mas eu acho pouco, não era ela o amor da vida dele, a segura, a namorada ideal, porque ficou tão incomodada com o que disse? Ela não é o que finge ser e para Christopher ela esta deixando de ser muitas coisas.
- Desculpe, não queria ter falado, mas ela estava dizendo umas coisas tão nada a ver, pensei que havia contado.
- Não contei, e acabamos discutindo, ela às vezes é sem noção, falou umas coisas sobre você... – o interrompi.
- Sobre mim? Você me defendeu? Brigaram por minha causa? – estava chocada.
Ele havia mesmo me defendido? O que ela tinha dito de mim? E porque ele me defendeu? Não imaginava que poderia ser motivo de brigas para os dois, mas pensando melhor talvez aquele final de semana com Christopher houvesse mudado alguns conceitos dele sobre mim, sobre nós. Seria isso uma ilusão?
- Sim, ela disse algo que não gostei. Apesar de você ser maluquinha merece respeito não é? – sorriu.
Não importa qual era a opinião dele sobre mim, mas a minha sobre ele. Christopher não era mais o cara por quem me apaixonei quando era uma adolescente, ele havia mudado e conseguiu depois de anos me conquistar de novo. Sem fazer absolutamente nada. Era esse o efeito de Christopher em mim conseguia exatamente o que queria apenas me olhando, ele mexia com a minha alma e nunca conheci mais ninguém que conseguiu fazer isso.
Sorri de volta e ficamos nos olhando por um tempo. Ele era lindo e não só por fora. Estava perdida olhando aquele homem em minha frente e torcendo para um dia ser amada por ele, as minhas chances haviam aumentado não? Quando senti um forte cheiro de queimado e então me lembrei.
- O MACARRÃO. – sai correndo para a cozinha. O macarrão estava cozinhando quando cortei o dedo e como de praxe esqueci completamente de desligá-lo.
Assim que cheguei à cozinha havia uma pequena fumaça e quando me aproximei do fogão a panela estava preta e o macarrão também.
- Acho que já era nosso jantar. – comentou Christopher logo atrás de mim.
- O que poderia espera de uma pessoa como eu fazendo o jantar não é?
Nós dois rimos da situação, era claro que iria aprontar alguma ainda mais ao lado dele, cortei o dedo, manchei sua camisa e queimei nosso jantar. Tem como ser mais atrapalhada que isso?
E na mistura do som de nossas risadas acabamos nos atracando. Nos beijamos com toda a intensidade e a vontade que estávamos guardando desde que nos encontramos mais cedo. Christopher me puxou para mais perto e passei os braços em volta de seu pescoço fazendo carinho em seus cabelos.
Desejava aquele beijo como nunca imaginei. Este homem estava fazendo uma bagunça dentro de mim. Meu coração palpitava mais forte com aquele momento, meu corpo parecia formigar de excitação por estar descobrindo cada cantinho daquela boca. Eu estava entregue e espero fielmente não me decepcionar por essa escolha.
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Os próximos capítulos estão babadossssss
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Procura-se o amor.
FanfictionDulce nunca teve sorte em seus relacionamentos, era como se o azar estivesse sempre ao lado dela nesse quesito. Essa maré de azar dura desde o ensino Médio. Todas as suas amigas estão com o pé no altar, enquanto ela não consegue ninguém. Entrando no...