POV CHRISTOPHER.
A semana havia sido corrida. Estava à procura de um apartamento e de fazer uma proposta a Belinda, é claro que ela iria aceitar, mas primeiro precisava ter certeza sobre o que queria.
Cidade do México é uma cidade grande e meus pais moram muito longe da empresa, preciso de um lugar mais próximo. Fazias anos que não vinha até a sede, fui contratado quando morava na capital e vários anos depois consegui comprar um bom tanto de ações podendo participar abertamente das reuniões.
Ainda estou me adaptando com a vida aqui, não é fácil voltar depois de tantos anos, mas também não tenho vontade de voltar a capital. Acho que muita coisa me espera por aqui.
Estava tentando dar uns retoques finais na maquete de nosso novo empreendimento, quando Belinda escancarou a porta soltando fogo pelas ventas. Era bem difícil a ver irritada, mas ela parecia não estar em um dia nada bom.
- SAIA! – gritou para o homem com quem conversava.
- Bel... – tentei chamar sua atenção.
- Saia! – o homem me olhou e assenti para ele sair.
- O que deu em você? Já ouviu falar de educação?
- E você já ouviu falar de Dulce Maria? – rosnou. Havia uns dias que não tinha noticia de Dulce. Tenho certeza que tem dedo dela naquele dia em que acabei dormindo no chão de tanto sono, aquilo não era normal, praticamente cai no chão e ali fiquei. Ela deve ter aprontado alguma.
- Algumas vezes por quê? – respondi calmamente.
- Christopher! Você mentiu para mim! – bateu com as mãos na mesa. – Enquanto eu tava lá estudando, me dedicando para o meu trabalho, você estava com aquela mulherzinha, dançando com ela, andando de cavalo. É isso?
- Como você sabe dessas coisas?
Não havia contado a ela sobre nada disso, não contei, pois imaginei que faria mesmo essa cena. Belinda é ciumenta e Dulce para ela é uma ameaça. Pergunto-me se realmente ela estaria certa. Esse final de semana com Dulce foi revelante, não imaginei que a veria tão vulnerável, carente e não imaginei também que sentiria tanta vontade de poder ajudar ela. De estar com ela, Dulce pode ser uma maluquinha tentando tirar proveito de mim, mas mesmo assim tem um jeitinho único que é difícil não se encantar, apesar das grandes atrapalhadas que faz.
- Eu a encontrei, ela trabalha no jornal que vamos reformar. E ela me contou tudo. Tudo que você omitiu. Porque fez isso em? Você gostou de passar o final de semana com aquela mulher?
Nunca imaginei que as duas pudessem se encontrar Belinda havia me contado sobre esse jornal, mas não havia pensado que era o de Dulce. De qualquer maneira, não sei como responder essa pergunta. Para ser sincero, gostei, gostei muito. Poder estar perto da Dulce e de todos os meus amigos do passado era bom. Era como reviver uma época perdida só que fazendo coisas novas. Agora somos homens e mulheres maduros e com os pensamentos totalmente diferentes daquela época.
Esse final de semana pôde me aproximar mais de todos que deixei no passado meus pais, amigos, minha família. Havia deixado tanta coisa para trás e era bom estar com todos novamente. E de Dulce. Apesar de todas as maluquices que aprontou e apronta, é impossível não ser contagiado pelo jeito dela. É engraçada, bem azarada e tem um sorriso... Quando confessei para ela no quarto que a namoraria, não estava dizendo só para amenizar a situação, realmente namoraria aquela mulher.
Namoraria ela muito antes de ser uma mulher, desde quando brigávamos como gato e rato em nossa adolescência e como nos entregamos um ao outro em nossa ultima festa juntos. Esse final de semana trouxe a tona todas essas recordações e pude fazer novas analises sobre o passado que quase esqueci. Sobre a menina que quase esqueci. Ela ainda esta ali em Dulce, no jeito de se portar, de conversar, de sorrir e até de me provocar. E o pior é que estou a ponto de confessar para mim mesmo que isso mexe demais com tudo que pensei ter esquecido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Procura-se o amor.
FanfictionDulce nunca teve sorte em seus relacionamentos, era como se o azar estivesse sempre ao lado dela nesse quesito. Essa maré de azar dura desde o ensino Médio. Todas as suas amigas estão com o pé no altar, enquanto ela não consegue ninguém. Entrando no...