Sete: Formalidades

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A porta principal é aberta e a música é parada novamente.

— Senhoras e senhores, a família real da França — anuncia um criado com todo seu fôlego e as pessoas abrem caminho enquanto os aplaudem.

— Sejam bem-vindos — meu pai cumprimenta enquanto eles fazem referência a nós. Observo os membros da família e seus traços. O rei é um homem forte, branquelo, olhos cor de mel e seu cabelo é grisalho. A rainha é uma mulher conservada e possui uma beleza intimidante. Seu cabelo é claro assim como seus olhos azuis esverdeados. Meus olhos fixam no garoto atrás dela, suspeito ser seu filho. Ele tem olhos e cabelos da mãe, seu corpo é escultural e ele possui um sorriso convidativo. Ao seu lado, outro garoto. Este, por sua vez, puxou os traços do rei. Cabelos escuros e olhos no mesmo tom, sua barba por fazer entrega que ele é o mais velho. Ele tem sua postura rígida e não esboça nenhuma expressão.

— E estas são minhas filhas: Jade, Dulce e a mais velha — meu pai faz uma pausa dramática — Anabela.

É quando desvio meu olhar para fazer referências ao rei e a rainha. Passei muito tempo reparando neles e não percebi o assunto que ali era discutido. Jade havia voltado de sua dança e estava ao meu lado.

— César, deixe assuntos políticos para depois! — minha mãe adverte e a família francesa ri.

— Tudo bem, querida. Aproveitem nosso baile, espero que se divirtam — meu pai encerra a conversa e eles somem do nosso campo de visão. Acompanho-os com o olhar até não poder mais e minha irmã mais nova me belisca.

— Você ficou os encarando o tempo todo, o que deu na sua cabeça? — Jade reclama e Dulce fica aérea.

— O que ela tem?

— Vocês duas me dão vergonha  — Jade sai pisando firme. Ela odeia quando não agimos corretamente na frente de pessoas importantes.

— Em que mundo você está? — balanço minha mão em frente ao seu rosto e Dulce me encara com os olhos arregalados.

— O que ainda está fazendo aqui? Por que não está conversando com o Benjamim? — ela pergunta e me empurra em direção ao salão.

— Quem é Benjamim? — pergunto confusa.

— Francamente, Anabela. É o filho do Rei da França — paramos quando nos deparamos com o povo dançando.

— Qual dos dois?

— Como assim, qual dos dois? Ele só tem um filho legítimo.

— E quem é o outro garoto?

— Um primo distante que está os acompanhando, agora vá lá e se apresente — ela ordena.

— Dulce, papai já nos apresentou e não é a dama que convida o parceiro para uma dança. Além do mais, eu nem sei dançar — reviro os olhos.

— Não revire os olhos! Desde quando você se importa com formalidades, Anabela? Ande logo — ela diz e se mistura com as outras pessoas. Suspiro. Ela tem razão. Eu estava apenas arrumando desculpas para adiar aquilo. Mas eu não seguiria suas ordens, não mesmo!

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