Against

Quarente e dois: Exército.

E, por incrível que pareça, as pessoas que estavam na taberna se juntaram a minha causa. Não apenas isso, elas também fizeram o favor de comentar sobre o ocorrido com outras pessoas e em outras vilas.

A notícia de que eu tomaria o meu trono de volta chegou em todos os lugares, inclusive no palácio. Como resposta, o rei Luís da França redobrou o número de guardas ao redor do castelo, fortaleceu a caçada pela minha morte e antecipou ainda mais o casamento de minha irmã com o seu filho.

Eu, por minha vez, pedi a ajuda dos aliados da Inglaterra para usarmos a força contra o Rei francês. Em minhas cartas de apelo, expliquei a situação do meu país que estava sofrendo um golpe e, em resposta, alguns dos países aliados enviaram armamento pesado e homens para ajudar na minha defesa.

Então, o dia do casamento finalmente chegou.

(...)

Com a ajuda de alguns homens, eu silenciei os guardas que estavam fazendo a segurança da entrada do castelo. Enquanto eles puxavam os guardas desmaiados para fora dali, outros homens assumiam as suas posições para que nenhum convidado suspeitasse de nada.

— Princesa Dulce Williams da Inglaterra, aceitas Príncipe Benjamim Simmons da França como teu futuro esposo e companheiro de trono para amá-lo e respeitá-lo até que a morte os separe? — ouvi o padre, que administrava a cerimônia, perguntar.

— Aceito! — minha irmã respondeu. Eu não podia vê-la, por a mesma estar dentro da igreja que foi construída ao lado do palácio. Mas eu logo acabaria com o único obstáculo que nos separava.

— Príncipe Benjamim Simmons da França, aceitas Princesa Dulce Williams da Inglaterra como tua futura esposa e companheira de trono para amá-la e respeitá-la até que a morte os separe? — o padre retomou a pergunta desta vez para o filho do rei.

— Aceito — disse sem ponderar.

— Se alguém tiver algo contra este casamento, fale agora ou cale-se para sempre — o padre desafiou os convidados, mas ele não esperava que alguém se manifesta-se.

— Agora — Henry disse aos homens que nos acompanhavam e eles me fizeram o favor de abrir as grandes portas de madeira branca da igreja para que eu passasse.

— Com licença, mas esta coroa é minha! — eu disse em alto e bom tom ao pisar dentro do recinto com Henry e Jack ao meu lado, chamando a atenção de todos que estavam presentes.

Os convidados se assustaram, assim como os noivos. Não sei se pela minha presença, pela minha audácia ou pelas calças apertadas de couro que eu vestia no lugar de uma saia.

— Anabela? — Dulce pronunciou o meu nome de maneira assustada. Ela não era mais a garota alegre de alguns minutos e eu me sentia um pouco culpada por isso. Só um pouco.

Dulce trajava um lindo vestido de renda branco. Ele era justo e de mangas compridas. A tiara em sua cabeça, que estavas prestes a ser substituída pela minha coroa, tinha um véu preso que caía por suas costas e se estendia até a metade do corredor.

— Olá, irmãzinha — eu sorri para ela. Jade, minha irmã caçula, estava ao seu lado como uma das madrinhas e abriu um enorme sorriso ao me ver. Ela provavelmente foi alertada por Rosie sobre o que estava acontecendo dentro da nossa casa.

— Traidora! Prendam-na! — o rei Luís gritou enfurecido e se levantou para que eu pudesse lhe enxergar.

Quando os guardas fizeram menção de me atacar, eu fiz um gesto com a minha mão direita e logo um grande grupo entre os convidados se levantou. Eles eram nobres e meus aliados, por isso, não pensaram duas vezes em erguerem suas espadas e ameaçarem os outros convidados.

— Se eu fosse você, não faria isso — aconselhei o rei — o senhor não vai querer que a notícia de um massacre entre os convidados do casamento do seu filho se espalhe, vai? — eu o ameacei e ele não ousou responder — Ótimo! — pisquei para ele — Dulce, devo admitir que fiquei de coração partido por não ter sido convidada para o seu casamento — alfinetei a minha irmã que tentava não demonstrar o quão abalada estava pela situação.

— Eu...— ela engoliu em seco — Não tente me culpar, Anabela. Foi você quem abandonou sua responsabilidade, eu só estava dando um futuro promissor ao nosso país — ela se justificou.

— Como espera dar um futuro ao nosso país ao lado de homens corruptos feito o seu príncipe e toda a família dele?

— Do que você está falando? Benjamim é um homem honrável e é o amor da minha vida — ela respondeu com raiva.

— Se é tão honrável assim, pergunte a ele o motivo de toda a pressa para que este casamento acontecesse. Ou você acha que o nosso pai está doente enquanto vocês assumirão o trono coincidentemente? — ela franziu a testa — Vamos lá, Dulce, você é mais inteligente do que pensa. Não acha estranho a maneira como o rei Luís sempre está presente em cada decisão sobre o nosso país? A maneira que ele se preocupa em visitar o nosso pai todos os dias que, consequentemente, só piora? A maneira como se dispôs a ajudar a nossa mãe quando a mesma se sentiu indisposta a governar? — eu dei alguns passos — É um golpe, Dulce.

Ao me ouvir, Dulce encarou o Benjamim com os olhos arregalados. Antes que ela pudesse questiona-lo sobre qualquer coisa, o rei Luís interviu.

— Garota, você não se acha muito confiante para pisar neste castelo enquanto eu tenho um exército que só aguarda um único sinal meu para te matar? — ele quis saber, mas obteve sua resposta quando um guarda ofegante se aproximou dele.

— Senhor, os camponeses...— ele tentava tomar fôlego enquanto falava — os camponeses. Eles enlouqueceram! — disse assustado e o puxou para perto de uma vidraça para que o mesmo pudesse entender do que estava falando.

— O senhor pode ter um exército, Rei Luís, mas eu tenho o meu povo — eu puxei a espada do cós da minha calça — e nós estamos dispostos a lutar pelo nosso país — eu disse convicta.

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ANABELA, UM ÍCONE DE MULHER!

Perdoem a minha demora e não desistam de mim. Eu tive um bloqueio horrível e botei uma pressão enorme em mim mesma por estarmos nos capítulos finais, então juntando tudo resultou na demora de +1 mês sem postar.