Quarenta e oito: Instante.

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Depois da coroação e do julgamento dos nobres franceses, a Inglaterra entrou em uma comemoração que durou, pelo menos, uma semana.

No primeiro dia, eu tratei de despachar os prisioneiros franceses junto com seus governantes de volta ao seu país.

— Obrigada por sua piedade para conosco, Rainha Anabela, dou a minha palavra de que farei o possível para que consigamos manter o acordo por todos os anos prometidos — Príncipe Benjamim me agradeceu na saída do palácio enquanto sua mãe o esperava na carruagem.

Eles seriam escoltados por soldados ingleses até o navio que os levaria para França com alguns representantes da Inglaterra.

— Tudo o que eu quero é ter uma coexistência pacífica, Benjamim. O seu pai me causou muitos prejuízos, e não falo apenas pelo meu país. Há feridas dentro de mim que demorarão um bom tempo para cicatrizarem. E é somente por isso que eu exigi tantas coisas de vocês, afinal eu não quero nunca mais depender de outro país para salvar o meu. — expliquei e sorri, aliviando a tensão — Espero que honre com a sua palavra. Faça uma boa viagem.

— Obrigada, Majestade — ele se curvou em reverência e se virou para entrar na carruagem, porém parou quando escutou alguém o chamando de dentro do palácio.

Nós dois nos viramos para a dona da voz, e eu não me surpreendi ao ver Dulce correndo em nossa direção segurando uma mala.

— Deixe-me ir contigo — ela pediu ofegante ao parar em sua frente.

— Dulce...— ele começou a responder, meio perdido — e-eu não sei se isso seria o ideal a se fazer agora — então ele me encarou — certo, Majestade?

— Ela não pode me manter aqui contra a minha vontade! — ela disse com raiva.

— E nem irei — eu me intrometi na conversa, fazendo ela arregalar levemente os olhos pela supresa de minha resposta — Se este é o seu desejo, então que parta com eles — eu a libertei de qualquer obrigação.

— Mesmo? Me deixarás ir sem nenhum "porém"? Não tirarás meu título ou meu dinheiro? — perguntou preocupada e eu sorri, quase debochada.

— Eu não a culpo pelas decisões que tomou, Dulce. Por mais que tenham sido erradas, você fez por amor a ele. E, se você ama mais um homem do que a sua própria família, então não vejo motivos para continuar aqui.

— Não é bem assim, Bela — ela tentou se justificar, mas eu a cortei.

— Está tudo bem, Dulce. Espero de verdade que você seja feliz. Se houver um casamento, ele firmará ainda mais o nosso tratado, então não tirarei nada de ti. Podes ir tranquila, minha irmã. — eu a tranquilizei.

— Espero que um dia você possa me perdoar por todas as coisas horríveis que disse e fiz — ela lamentou.

— Também espero. Tenha uma boa viagem. — eu acenei com a cabeça e ela sorriu sem mostrar os dentes, Benjamim pegou sua mala e a acompanhou até a carruagem.

Então eles finalmente partiram.

(...)

No segundo dia, entretanto, as coisas estavam bem mais agitadas. Por ser o dia seguinte da partida da França dos nossos territórios, minha mãe achou de bom agrado fazer um baile comemorativo no palácio, aberto ao público por inteiro.

Não a contestei ou a contrariei, afinal concordava com a ideia de que todos precisávamos por, ao menos, uma noite esquecer todas nossas as preocupações.

Durante os preparativos, deixei o castelo sob cuidado de minha mãe, pois ela ainda era a Rainha Mãe, com o auxílio de minha dama de companhia Rosie, de minha irmã Jade e de minha criada Marta. Enquanto isso, aproveitei para escapar dos meus afazeres para ver alguém em especial.

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