Onze: Bom Dia

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Desperto com os raios de sol que atravessam a grande cortina de veludo. Depois do discurso do meu pai, me vi obrigada a ir para os meus aposentos. As pessoas estavam curiosas para saber o que ele iria declarar e recorriam a mim para tentarem descobrir algo.

Marta, a criada que me acompanha, entrou no quarto silenciosamente para não interromper o meu sono. Me estico na cama como sinal de que estou acordada e retiro o lençol de cima de meu corpo.

— Bom dia, Alteza. Seus pais já estão tomando café da manhã. — me informa enquanto abre as cortinas, deixando que a claridade do dia invada o quarto.

— Bom dia, Marta — saúdo — irei tomar meu banho, pode preparar a banheira e escolher uma roupa?

— Claro — diz antes de sair do quarto. Ela volta em menos de dois minutos, acompanhada por outras criadas que fazem referência. Enquanto elas arrumam a banheira, Marta trata de separar minha roupa para usar nesta manhã.

— A banheira está pronta, senhora — uma das criadas informa com a cabeça baixa.

— Obrigada — digo indo até o cômodo que está a banheira e me dispo, entrando em seguida na mesma.

(...)

— Se divertiu ontem à noite, Senhora? — Marta pergunta enquanto ponho meus saltos. Estes são os mais baixos que tenho, odeio a maioria por fazer calos e me atrapalhar na hora de caminhar. Por mim, eu andaria descalça o tempo todo.

— Na medida do possível — digo relembrando o discurso e os olhares em mim.

— Tenha um bom dia, Alteza — se despede enquanto abre a porta para que eu passe. Meu vestido azul era confortável e não atrapalhava tanto na hora de andar. Sempre opto por usar coisas simples e fáceis para um fuga, nunca se sabe o que vai acontecer.

— Bom dia, Princesa — escuto alguém atrás de mim no corredor, viro-me rápido para identificar a voz e me deparo com um par de olhos negros.

— Desculpe-me, nos conhecemos? — o garoto é familiar, mas minha memória falha brutalmente.

— Princesa Anabela, vejo que conheceu o primo do príncipe Benjamim. Este é Louis Simmons, o próximo na linha de sucessão depois do Benjamim. — Rosie surge ao meu lado e resume uma explicação.

— Oh, claro. Perdoe a minha memória, são muitas pessoas. É uma honra recebê-lo na Inglaterra. — dou o meu melhor sorriso e ele faz uma referência, se retirando.

— Pode me explicar por quê o primo do príncipe ainda está no palácio? — me viro para Rosie que me puxa pela escadaria de forma gentil.

— Você não sabia que a família francesa vai permanecer aqui até o seu aniversário? — arregalo os olhos — pelo visto, não. O rei achou essa ideia maravilhosa para tratar do seu casamento e a rainha concordou por achar ser uma ótima oportunidade para você conhecer seu noivo.

— Isto é o fim! — dramatizo.

— Se recomponha, vai enfrentar essa situação de cabeça erguida como uma futura rainha. Finja que isso não lhe abala, por mais que seja o contrário. Agora sorria e seja gentil — Rosie repreende e ajeita minha postura, parando de frente a porta da sala de jantar.

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