PRÓLOGO
_ Feliz aniversário, querida. Como minha menina cresceu! _ Ricardo Bragança disse para sua filha, Lindsay, com extrema animação e orgulho.
_Pai, pare de falar como se eu tivesse dez anos! _ A voz, carregada de entusiasmo, porém escondida por sua pose madura, era de Lindsay Montenegro Bragança.
_É verdade, você não é mais uma criança, acaba de completar dezessete anos. Essa é uma idade muito perigosa, então fique longe dos garotos. _ Ricardo fez uma cara séria e sacudiu os próprios cabelos loiros ao dizer as últimas palavras.
_ Que garotos, se o senhor já espantou a todos com seu revólver? _ Lindsay cruzou os braços, sua expressão passou de animada para brava.
Ricardo tinha seus motivos para recear a aproximação de rapazes, pois sua filha era uma das mais belas jovens já vista. Mesmo agora, frente a uma garota ruiva de braços cruzados e com um olhar não muito agradável, o senhor Bragança conseguia enxergar a mesma essência que um dia viu em sua falecida esposa.
_ Ótimo, assim você só vai se casar aos trinta. _ Ele não estava brincando, mas resolveu deixar essa conversa para depois. _ Agora, mudando um pouco de assunto: prometi que lhe contaria algo hoje e te levaria a um lugar especial, certo?
Lindsay concordou com a cabeça, animada com a surpresa e esquecendo- se, pelo menos por hora, a fala de seu pai. Ela não pensava em namorar naquele momento, mas a possibilidade de ser impedida de fazer algo já a deixava em completa agonia. Talvez seus hormônios da juventude estivessem aflorados e isso a fazia mais geniosa do que já era.
_Quando chegarmos ao local eu conto tudo.
_Não pode adiantar nenhuma pista? Só uma, por favor! _ Ela juntou as mãos em uma súplica dramática.
_ "O sangue nos une, o espaço e as circunstâncias nos separaram", desvende esse enigma e saberá.
Dentro do carro, enquanto os dois conversam, Lindsay foi interrompida pela ligação de Vitor, seu melhor amigo e o único rapaz em quem Ricardo confiava.
_Olha, pai, é o Vítor. Olá, Vitor, tudo bem? _ Ela disse tudo de forma rápida e enérgica.
_Tudo sim, eu só queria saber se vocês estavam bem, tive uma sensação estranha e quis conferir. _ Vítor respondeu com a voz preocupada.
_Credo, Vitor, sai pra lá com essas sensações. Estamos indo a um lugar misterioso. _ Lindsay jogou as mãos para o ar, simbolizando que espantou os maus presságios.
_ Só tomem cuidado. _ Ele insistiu, com cautela.
_Tudo bem, pode deixar. _ A garota não o deu ouvidos e se despediu dele com rapidez.
Sem perceber, Lindsay esqueceu de desligar o celular e o jogou para o outro banco, não se dando conta de que Vítor ainda estava na ligação, para voltar sua atenção para seu pai.
_Pai, estou feliz por estarmos passeando. Faz tanto tempo que não saímos, um momento 'pai e filha'. Obrigada pelos presentes, mas sinto que ainda virá uma grande surpresa por aí. _ Sua sensação era verdadeira, mas o enigma estava longe de ser desvendado.
_Você está cer... _ sua frase foi interrompida, substituída pelo som da batida de dois carros.
Enquanto Lindsay tentava entender o que estava acontecendo, o carro de seu pai era arrastado para fora da pista. O veículo capotou. Ambos sangraram. Os gemidos agonizantes de seu pai serviram apenas para ficarem na mente de Lindsay.
De uma coisa ela tinha certeza: ninguém mexia com os seus.
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Uma Noite Sem Fim
Mystery / ThrillerSegredos: informações que não podem ou não devem ser compartilhadas. Todas as pessoas costumam conter informações ocultas sobre algo que consideram errado demais para ser exposto. Em uma noite, noite que parecia não terminar mais, Lindsay descobre...