Capítulo 53- O julgamento parte final

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_ Silêncio no tribunal! A sentença de George Mendonça será anunciada. _ O juiz falou.

_ Sobre acusação de assassinato de Ezequiel Ramos..._ o jurado fez suspense antes de relatar o pensamento unânime.

_Culpado.

_"Isso "_ as pessoas comemoraram baixinho.

_Sobre acusação de falsificação de documentos... culpado. Sobre a acusação de sequestro de duas menores... culpado. E sobre a acusação de cárcere privado de Helena Montenegro e Ricardo Bragança ...culpado.

_"UHU"_ O tribunal explode em alegria.

_ O réu foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado e sem direito a fiança.

****

_Até nisso eu sou um fracasso. _Natasha disse, próxima a Miller.

_Não diga isso, você só ficou do lado errado.

_ Ainda não acredito que vendemos a casa, a nossa casa.

_ Era o melhor a se fazer, Natasha, eu já queria dar entrada em um apartamento há muito tempo e você sabe que eu já não podia lidar com a despesa de uma casa daquele tamanho. No final das contas, foi um bom negócio: a casa foi vendida para quem realmente sabe cuidar e o dinheiro está guardado para o futuro de Gaby.

_ Eu jurava que você fosse usar a cláusula que me tirava todo o direito de ficar com a casa. _ Natasha se sentia envergonhada pelo pensamento.

_ Eu nunca faria isso, eu só queria viver a minha vida com a mulher que eu amo. _ Miller diz, olhando para Fernanda.

_ Entendo. Espero que possamos continuar assim, conversando de forma civilizada, e até possamos ser amigos. _ Natasha deu de ombros.

_ E por que não? _ Os dois sorriram.

_ Espero que você encontre alguém para amar como encontrei a Fernanda, você merece.

_ Não se preocupe comigo, vá, ela está te esperando para comemorar.

Natasha se aproximou de seu cliente, que a olhava de forma maléfica. George estava possesso, apesar de saber que não tinha como se safar, esperava cinicamente que sua advogada fizesse algum milagre.

_ Sua imprestável! Como pude acreditar que uma mulherzinha pudesse fazer o trabalho de um homem?! _ George disse, destilando seu veneno.

_ Eu só fiz o meu trabalho, eu não tive como defendê-lo, afinal, não tenho culpa se você tem uma lista de crimes. _ Natasha aprumou o corpo, enquanto ajeitava sua pasta com seus documentos.

A mão de George foi segurada no ar antes que chegasse ao rosto de Natasha. Por um triz, ela seria atingida com tudo em seu rosto sem ao menos se dar conta de onde havia partido a agressão. Apesar de saber que seu cliente estava furioso, por um minuto de distração, não percebeu que seria vítima de mais um crime de George Mendonça.

_ Vinte e cinco anos de prisão não é o suficiente? Se você quiser, eu posso ajudar na elaboração de uma lei que permita a pena de morte, está interessado em se voluntariar? _ Charles, o advogado, era quem falava.

_Solte- me! _ George gritou, em completa fúria

_ Levem-no! _ O juiz ordenou aos policiais.

Do lado de fora, Natasha agradeceu ao gesto de Charles e já ia se afastando quando ouviu o advogado dizer, sem um pingo de ironia em seu tom de voz:

_ Não ligue para ele, você foi ótima para quem já tinha um cliente condenado em mãos. Lutou até o fim.

_Eu não preciso de elogios seus, tampouco de sua pena. _ Natasha saiu andando.

_Não é um elogio, é um fato e contra fatos não há argumentos. _ Charles disse com um pequeno sorriso.

Natasha não se virou completamente, mas Charles conseguiu enxergar o esboço do sorriso que ela deu. Ele apressou seu passo em direção a ela para perguntar algo:

_ Eu só quero entender algo: por que você se distancia toda vez que eu me aproximo? _ Ele foi direto ao ponto, estava intrigado com aquela bela mulher.

_ Porque tem algo que eu quero fazer desde o dia que eu te vi. _ Natasha se sentia vulnerável ao dizer suas verdadeiras intenções. Ela odiava se sentir vulnerável.

_ Se isso não for machucar ninguém, então faça. Mas, me diga: o que é? _ Charles tinha uma leve impressão de que sabia o que era, mas queria que ela fosse direta.

_ Isso.

Natasha se aproximou mais e entrelaçou suas mãos junto ao pescoço de Charles, ela o beijou, pegando- o completamente de surpresa. Ele, secretamente, desejava que isso acontecesse algum dia, mas temia ser rejeitado por uma mulher tão independente como Natasha.

Ela, por outro lado, escondeu, desde o primeiro instante, um sentimento diferente de tudo o que ela já sentiu. No momento em que ela abriu a porta para que ele entrasse em sua casa, sem perceber, na verdade, ela estava deixando que ele entrasse em seu coração.

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