Quando o táxi parou em frente à casa de Lindsay, Fernanda pagou o taxista e desceu rumo a porta de sua melhor amiga; ela decidiu que não queria que seus pais a vissem naquele estado e a questionassem.
Ela bateu na porta, sentindo- se fraca e apesar de não ter sido uma batida tão forte ou alta, Lindsay ouviu perfeitamente o barulho.
A senhorita Montenegro teve de interromper sua conversa com Vitor, que queria contar- lhe uma novidade, pedindo desculpas a ele pois precisava desligar e se arrumar para a missão.
_ Tome cuidado e saia de lá caso perceba que tem algo errado. _ O policial disse, sentindo-se angustiado.
_ Não se preocupe, eu volto logo. _ O melhor amigo da detetive sentiu a confiança no tom de voz dela.
Após a despedida dos dois, Lindsay abre a porta e se depara com Fernanda aos prantos. Sem entender o que estava acontecendo, ela olha ao redor, tentando encontrar um possível criminoso que a tenha deixado daquela maneira.
_ O que aconteceu, amiga? _ Lindsay perguntou, finalmente.
Já sua amiga não responde com palavras e sim com um gesto, ela abraça a ruiva e continua a desabar em lágrimas. A única coisa que Lindsay faz no momento é abraçar sua melhor amiga, consolando-a sem ao menos saber o que a angustiou daquela forma.
Ao se afastarem, Lindsay convida- a para entrar e as duas conversam um pouco enquanto Fernanda bebe um copo de água com açúcar.
A morena desviou de todas as perguntas feitas por Lindsay e a interrompe quando Lindsay ameaça contar algo que descobriu sobre Miller.
Entendendo o recado, a mais jovem decide não tocar no assunto e respeitar o espaço da mais velha.
_ Está mais calma ? _ Logo, Lindsay é respondida por Fernanda com um aceno de cabeça, confirmando.
_ Obrigada por tudo, amiga. Depois eu te explico o que aconteceu, mas precisamos pensar na missão agora.
_Tem razão. Já está quase na hora, estava indo tomar banho agora, sugiro que vá para casa e faça o mesmo. Passo lá daqui a pouco para irmos juntas ao concurso.
As duas se despedem com um abraço e Fernanda se põe a caminhar até sua casa. Enquanto caminha, seus pensamentos voam até a cena que viu mais cedo. A pergunta ainda martelava em sua cabeça: " por que ele se aproximou de mim, se é casado e tem uma filha? "
Sem se dar conta, ela chegou à sua casa mais rápido do que de costume. Entrou e sorriu quando viu os pais sentados no sofá, quis se juntar a eles mas teve de recusar o pedido pois precisava se arrumar.
Ela subiu as escadas, depois de falar com seus pais, e ajeitou a roupa que usaria para o concurso. Depois de pronta,ela desce e os pais a elogiam afirmando estarem impressionados com a produção de Fernanda. Lindsay bate na porta e é Fernanda quem abre dessa vez.
A mais velha lembra de que precisa pegar seu GPS e Lindsay agradece o lembrete. As duas se despedem dos pais de Fernanda e seguem rumo ao ponto de táxi.
Meia hora depois, elas acenam para um táxi que acabara de chegar e entram assim que o taxista permite. A abordagem do taxista é gentil e educada, ele as leva para o concurso em um ambiente agradável. As duas chegam, pagam a corrida e entram no local indicado.
_ Pronta?
_Nem um pouco. _ Fernanda responde.
_ Ótimo, lá vamos nós. Sorria.
Elas cumprimentam pessoas que encontram pelo caminho, algumas nem as respondem, o que não diminui em nada o sorriso e a expectativa das duas. Haviam garotas para todo o lado, narizes empinados e sorrisos forçados, preparados para qualquer clique.
_ Sejam bem- vindas, eu sou Carol Hudson. E vocês são...?
_ Lindsay Nobre. _ Lindsay respondeu, mantendo uma postura profissional e ponderada para impressionar a suposta dona do concurso.
_Fernanda Reis._ Fernanda assumiu uma postura séria e decidida, agradando Carolina.
_ Hm... Muito bem. Lembrem- se de que para participar desse concurso não é necessário ter experiência em outros concursos. Na verdade, é preferível que não se tenha experiência pois será mais fácil se adaptar ao ambiente.
As duas se entreolharam parecendo entender o que ela queria dizer. Afinal, a experiência só faria com que a modelo desconfiasse das etapas do processo a qual estava sendo imposta.
_Meninas, venham, eles já estão chegando!_ A senhora Hudson chama a todas para tomarem suas posições.
_ Eles serão os jurados?_ Uma jovem de aproximadamente 18 anos se pronunciou,perguntando o que todas ali queriam saber.
_ Sim,querida. Eles serão os jurados que selecionaram a dedo cada garota que terá direito a um acompanhamento privilegiado de sua carreira, ou seja, as que conseguirem as vagas serão encaminhadas às nossas agências de modelo e lá vocês serão preparadas e auxiliadas.
_ Parece até mentira._ Outra menina sussurrou, pensando alto.
_ Parece mesmo, porém queremos dar oportunidades melhores para moças tão jovens e bonitas que não têm condições de alavancar sua própria carreira. Vejam histórias de grandes modelos: a maioria delas vivia em condições precárias mas receberam uma chance,não desperdiçaram e hoje estão com seus sonhos realizados. Esta é a chance de vocês ficarem na história, saírem nos jornais...- A líder continuou seu discurso enquanto os jurados se aproximavam.
Ela, como uma ótima profissional, corrigiu a postura de algumas garotas e pediu para outras sorrirem. Os homens sentaram- se nas cadeiras que ficavam frente a passarela que fora montada exclusivamente para este evento.
Um deles chamou Carolina e lhes disse algo que as modelos não puderam escutar, nem conseguiriam; estavam nervosas demais para conseguir a tão sonhada vaga que suas mãos tremiam.
_Tudo bem , vamos começar. Carolina entregará um número para cada uma de vocês, isso facilitará o concurso pois existem mais de uma pessoa com o mesmo nome e algumas meninas desistiram de última hora._ O mesmo rapaz,que, há minutos atrás falava com Carolina, se pronunciou.
Cada garota recebeu um número e o concurso foi iniciado. As candidatas se posicionam lado a lado e aguardam o número a ser chamado.
_Número um. _ Gregório, o outro jurado, anuncia e Jhenny Loyes dá um passo à frente, pondo- se a desfilar pela passarela.
Jenny era uma mulher negra de 26 anos que decidiu largar o emprego de enfermeira em um hospital no centro da cidade para tentar a carreira como modelo.
Seus propósitos, porém, eram desconhecidos por todos ali presentes. Seus cabelos, cacheados na altura de seus ombros, davam a ela um ar jovial e seus olhos, negros como uma noite sem estrelas, deixavam-na com um toque de mistério.
Seu andar continha leveza e a cada passo que ela dava, sua saia longa preta, que possuía uma fenda de cada lado do corpo que ia até a metade de sua coxa, balançava.
Com o intuito de destacar sua beleza, Jenny escolheu uma blusa vermelha sem mangas, a gola de sua blusa envolvia seu pescoço com delicadeza. Para finalizar seu look, ela optou por uma sandália Anabela preta, que a deixava muitos centímetros mais alta e a ajudava a manter uma postura digna de uma capa de revista.
Algumas meninas passaram "batidas" até que...
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Uma Noite Sem Fim
Mystery / ThrillerSegredos: informações que não podem ou não devem ser compartilhadas. Todas as pessoas costumam conter informações ocultas sobre algo que consideram errado demais para ser exposto. Em uma noite, noite que parecia não terminar mais, Lindsay descobre...