Capítulo 23- Missão quase impossível

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Quando o táxi parou em frente à casa de Lindsay, Fernanda pagou o taxista e desceu rumo a porta de sua melhor amiga; ela decidiu que não queria que seus pais a vissem naquele estado e a questionassem.

Ela bateu na porta, sentindo- se fraca e apesar de não ter sido uma batida tão forte ou alta, Lindsay ouviu perfeitamente o barulho.

A senhorita Montenegro teve de interromper sua conversa com Vitor, que queria contar- lhe uma novidade, pedindo desculpas a ele pois precisava desligar e se arrumar para a missão.

_ Tome cuidado e saia de lá caso perceba que tem algo errado. _ O policial disse, sentindo-se angustiado.

_ Não se preocupe, eu volto logo. _ O melhor amigo da detetive sentiu a confiança no tom de voz dela.

Após a despedida dos dois, Lindsay abre a porta e se depara com Fernanda aos prantos. Sem entender o que estava acontecendo, ela olha ao redor, tentando encontrar um possível criminoso que a tenha deixado daquela maneira.

_ O que aconteceu, amiga? _ Lindsay perguntou, finalmente.

Já sua amiga não responde com palavras e sim com um gesto, ela abraça a ruiva e continua a desabar em lágrimas. A única coisa que Lindsay faz no momento é abraçar sua melhor amiga, consolando-a sem ao menos saber o que a angustiou daquela forma.

Ao se afastarem, Lindsay convida- a para entrar e as duas conversam um pouco enquanto Fernanda bebe um copo de água com açúcar.

A morena desviou de todas as perguntas feitas por Lindsay e a interrompe quando Lindsay ameaça contar algo que descobriu sobre Miller.

Entendendo o recado, a mais jovem decide não tocar no assunto e respeitar o espaço da mais velha.

_ Está mais calma ? _ Logo, Lindsay é respondida por Fernanda com um aceno de cabeça, confirmando.

_ Obrigada por tudo, amiga. Depois eu te explico o que aconteceu, mas precisamos pensar na missão agora.

_Tem razão. Já está quase na hora, estava indo tomar banho agora, sugiro que vá para casa e faça o mesmo. Passo lá daqui a pouco para irmos juntas ao concurso.

As duas se despedem com um abraço e Fernanda se põe a caminhar até sua casa. Enquanto caminha, seus pensamentos voam até a cena que viu mais cedo. A pergunta ainda martelava em sua cabeça: " por que ele se aproximou de mim, se é casado e tem uma filha? "

Sem se dar conta, ela chegou à sua casa mais rápido do que de costume. Entrou e sorriu quando viu os pais sentados no sofá, quis se juntar a eles mas teve de recusar o pedido pois precisava se arrumar.

Ela subiu as escadas, depois de falar com seus pais, e ajeitou a roupa que usaria para o concurso. Depois de pronta,ela desce e os pais a elogiam afirmando estarem impressionados com a produção de Fernanda. Lindsay bate na porta e é Fernanda quem abre dessa vez.

A mais velha lembra de que precisa pegar seu GPS e Lindsay agradece o lembrete. As duas se despedem dos pais de Fernanda e seguem rumo ao ponto de táxi.

Meia hora depois, elas acenam para um táxi que acabara de chegar e entram assim que o taxista permite. A abordagem do taxista é gentil e educada, ele as leva para o concurso em um ambiente agradável. As duas chegam, pagam a corrida e entram no local indicado.

_ Pronta?

_Nem um pouco. _ Fernanda responde.

_ Ótimo, lá vamos nós. Sorria.

Elas cumprimentam pessoas que encontram pelo caminho, algumas nem as respondem, o que não diminui em nada o sorriso e a expectativa das duas. Haviam garotas para todo o lado, narizes empinados e sorrisos forçados, preparados para qualquer clique.

_ Sejam bem- vindas, eu sou Carol Hudson. E vocês são...?

_ Lindsay Nobre. _ Lindsay respondeu, mantendo uma postura profissional e ponderada para impressionar a suposta dona do concurso.

_Fernanda Reis._ Fernanda assumiu uma postura séria e decidida, agradando Carolina.

_ Hm... Muito bem. Lembrem- se de que para participar desse concurso não é necessário ter experiência em outros concursos. Na verdade, é preferível que não se tenha experiência pois será mais fácil se adaptar ao ambiente.

As duas se entreolharam parecendo entender o que ela queria dizer. Afinal, a experiência só faria com que a modelo desconfiasse das etapas do processo a qual estava sendo imposta.

_Meninas, venham, eles já estão chegando!_ A senhora Hudson chama a todas para tomarem suas posições.

_ Eles serão os jurados?_ Uma jovem de aproximadamente 18 anos se pronunciou,perguntando o que todas ali queriam saber.

_ Sim,querida. Eles serão os jurados que selecionaram a dedo cada garota que terá direito a um acompanhamento privilegiado de sua carreira, ou seja, as que conseguirem as vagas serão encaminhadas às nossas agências de modelo e lá vocês serão preparadas e auxiliadas.

_ Parece até mentira._ Outra menina sussurrou, pensando alto.

_ Parece mesmo, porém queremos dar oportunidades melhores para moças tão jovens e bonitas que não têm condições de alavancar sua própria carreira. Vejam histórias de grandes modelos: a maioria delas vivia em condições precárias mas receberam uma chance,não desperdiçaram e hoje estão com seus sonhos realizados. Esta é a chance de vocês ficarem na história, saírem nos jornais...- A líder continuou seu discurso enquanto os jurados se aproximavam.

Ela, como uma ótima profissional, corrigiu a postura de algumas garotas e pediu para outras sorrirem. Os homens sentaram- se nas cadeiras que ficavam frente a passarela que fora montada exclusivamente para este evento.

Um deles chamou Carolina e lhes disse algo que as modelos não puderam escutar, nem conseguiriam; estavam nervosas demais para conseguir a tão sonhada vaga que suas mãos tremiam.

_Tudo bem , vamos começar. Carolina entregará um número para cada uma de vocês, isso facilitará o concurso pois existem mais de uma pessoa com o mesmo nome e algumas meninas desistiram de última hora._ O mesmo rapaz,que, há minutos atrás falava com Carolina, se pronunciou.

Cada garota recebeu um número e o concurso foi iniciado. As candidatas se posicionam lado a lado e aguardam o número a ser chamado.

_Número um. _ Gregório, o outro jurado, anuncia e Jhenny Loyes dá um passo à frente, pondo- se a desfilar pela passarela.

Jenny era uma mulher negra de 26 anos que decidiu largar o emprego de enfermeira em um hospital no centro da cidade para tentar a carreira como modelo.

Seus propósitos, porém, eram desconhecidos por todos ali presentes. Seus cabelos, cacheados na altura de seus ombros, davam a ela um ar jovial e seus olhos, negros como uma noite sem estrelas, deixavam-na com um toque de mistério.

Seu andar continha leveza e a cada passo que ela dava, sua saia longa preta, que possuía uma fenda de cada lado do corpo que ia até a metade de sua coxa, balançava.

Com o intuito de destacar sua beleza, Jenny escolheu uma blusa vermelha sem mangas, a gola de sua blusa envolvia seu pescoço com delicadeza. Para finalizar seu look, ela optou por uma sandália Anabela preta, que a deixava muitos centímetros mais alta e a ajudava a manter uma postura digna de uma capa de revista.

Algumas meninas passaram "batidas" até que...

Uma Noite Sem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora