Capítulo 7- Decisões

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_Não é exatamente isso... na verdade eu queria testar você. Comecei a falar do Max do nada para te pegar de surpresa e só então suas expressões seriam voluntárias e não conseguiria disfarçar o que realmente sente em relação a ele. _ Lindsay ficou espantada por Fernanda ter percebido suas intenções e resolveu se desvencilhar.

_Sei, é somente isso?_ Fernanda olhou desconfiada para sua irmã de consideração.

_ Tudo bem, você me pegou. O Miller me trouxe hoje._ Lindsay levantou as mãos em forma de rendição.

_Eu vi, mas o que isso tem a ver com toda essa conversa? _ Fernanda fechou a cara, era seu novo método para esconder o frio que sentia na barriga sempre que mencionava esse nome.

_ No caminho, ele me fez algumas perguntas sobre você. _ A detetive mais nova manteve a expressão neutra.

_E...? Seja objetiva, Lindsay!_ Fernanda finalmente demonstrou seu nervosismo e interesse em falar do detetive.

_Ele gosta de você, queria informações e me pediu para falar com você._ Lindsay não sabia fazer rodeios, então foi direta.

_ Por isso me fez todas essas perguntas? Vai levar informações minhas, totalmente íntimas, para ele? Contou a ele sobre Max?_ Sua voz soou ofendida.

_Ei, se acalme! Eu nunca faria isso. Não expus sua vida em momento algum, só disse a ele que você havia sofrido muito em seu relacionamento anterior, assim como ele. Ele me pediu para falar com você, não para saber da sua vida, mas para entender caso não queira um novo relacionamento e assim não criar expectativas._ Lindsay acalmou a amiga com a explicação.

_ O que você acha?_ Fernanda perguntou, tensa.

_ Já se passaram 3 anos desde aquele episódio monstruoso , acho que você poderia dar a si mesma e ao Miller uma chance. Eu o conheço há anos, ele havia acabado de entrar na corporação quando o conheci. É claro que não fizemos amizade na época, mas eu o observava, assim como a todos na corporação, e observo até hoje ,mesmo com a diferença de idade, somos amigos. _ Lindsay tomou fôlego antes de continuar sua fala.

_ Ele é um homem honesto e carismático. Seu último relacionamento pareceu endurecer um pouco, mas sei que você vai amolecer aquele coração. Mas, a escolha é sua, afinal a vida em questão é a sua._ Depois de destacar tudo o que considerava importante, Lindsay deixou o ultimato para a melhor amiga.

_Eu sei que você só quer o meu bem, eu realmente entendo o que é ver alguém que amamos não se dar uma chance de ser feliz de verdade. Mas eu não posso me envolver com alguém outra vez. Não enquanto Max estiver por perto e ameaçando ruir tudo de novo._ Fernanda se arrependeu ao ver a expressão preocupada de Lindsay.

_O que disse? Como assim " enquanto Max estiver por perto"?_ Lindsay ainda assimilava tudo.

_Eu não devia ter falado nada._ Ela tentou sair, mas Lindsay a encurralou.

_Claro que devia. Conte- me o que está acontecendo._ A ruiva ficou nervosa com a possibilidade do monstro voltar a assombrar a vida de sua irmã.

_ Max me procurou esses dias, me ameaçou, ameaçou a minha família e todos os que estão ao meu redor._ Os olhos de Fernanda brilhando, ela estava segurando as lágrimas de medo.

_ Ele não será capaz de fazer nada, porque antes dele encostar em um fio de cabelo seu, eu acabo com ele. _ Lindsay falou com um olhar mortal jamais visto antes.

_ Estou falando sério, Lindsay, não se meta com ele. _ Fernanda temeu pela amiga.

_ Afirmação errada, irmã, ele é que não deveria ter se metido com a minha família._ Lindsay respirou de forma pesada, ela não ia permitir que um louco ameaçar a vida de seus amigos.

Após dar um abraço em sua amiga e confirmar que ela está mais calma, Lindsay decide que é hora de ir se acertar com seu melhor amigo, que agora estava de volta a festa, porém sequer olhava para ela enquanto a mesma caminhava em sua direção.

Ao chamá-lo e ele a ignorar, percebeu que não seria tão fácil assim acertar as contas com Vitor. Controlando a raiva que agora queria tomar conta de si chamou-o outra vez, dessa vez ele a olhou com certa frieza.

_Precisamos conversar. _ Ela afirmou em tom brando. Novamente, ele a ignorou.

_"Agora ele passou dos limites"_ Ela pensou consigo, raivosa.

Ela se aproximou sem que ele visse, pediu licença aos colegas ao redor, agarrou-lhe pelo colarinho e saiu puxando-o ao encontro da porta que outrora Vitor bateu. Ao entrar, Lindsay bateu a porta com força, agora ela não controlava mais a raiva que a invadiu.

_ Será que dá para me dizer qual o seu problema? _ Lindsay disse, muito brava.

_ Nenhum , era só isso? Tenho que ir._ Ele tentou passar, mas foi barrado por ela.

_Você não vai sair daqui antes de me dizer o que está acontecendo. Estávamos bem, até que você saiu batendo a porta com raiva. Isso tudo por conta de um abraço que o Miller me deu? Ah, por favor! Você nunca teve ciúmes da minha amizade com ele. _ Lindsay sentiu que estava baixando a guarda, mas não se importava mais.

_ Lindsay, me deixa, ok? Você pode fazer amizade com quem quiser. _ Ele disse, emburrado, parecia uma criança de 5 anos.

_Que bom que sabe disso, então não precisarei repetir. Aliás, você é amigo de Katy e eu nunca disse ou demonstrei nada, apesar de não gostar nenhum pouco dela também._ Lindsay expressou com sinceridade.

_ Somos amigos, eu te respeito, gosto muito da nossa amizade mas se vai ficar com raiva com cada gesto que algum outro amigo meu faça, acho melhor pararmos por aqui. E aí, o que decide?_ Lindsay finalizou sua fala, cruzando os braços e o encarando. Cabia a ele decidir!

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