Um barulho chama a atenção de Lindsay. Ela vai até a cozinha e se depara com a seguinte cena: Vitor estava ajoelhado enquanto havia uma pequena poça de um líquido vermelho diante dele.
_Tudo bem? _ Ela perguntou, se aproximando.
_Me desculpe. _ Vitor olhou para Lindsay com um olhar que ela nunca havia visto antes, ela pensou ser uma despedida.
Ao olhar ao redor, ela constata que todo aquele líquido era o sangue de Vitor, que jorrou devido ao corte na mão dele, causado ao tentar recolher um pedaço afiado de vidro. Ela ficou desesperada e correu para seu quarto enquanto tentava se lembrar de onde estava sua maleta de emergências. Depois de pensar bastante, ela conseguiu encontrar a maleta e levou para a cozinha.
_Vai ficar tudo bem, Vitor. _ Ela disse, com o coração acelerado.
Mas, ao chegar na cozinha, ela vê algo que a deixa confusa: Vitor já está de pé e varrer os cacos enquanto há um balde com um pano de chão ao lado dele.
_Ei, largue isso aí, você está ferido! _Ela ordenou.
_Nossa, como você é exagerada, foi só um corte de leve.
_E essa poça de sangue imensa?
_Lindsay, você está bem? Isso aqui não é sangue, é ketchup.
_Mas você me pediu desculpas, eu vi toda essa poça, que eu achei ser sangue, e pensei que estivesse se despedindo. _Os olhos de Lindsay estavam marejando ao pensar que Vítor poderia partir.
_Estou começando a ficar preocupado com você: Lindsay, você entrou na cozinha, me viu agachado recolhendo os cacos de vidro e eu me desculpei por ter quebrado sua vasilha de ketchup. Você riu e disse que estava tudo bem. Até que, do nada, você saiu correndo para o quarto.
_Que tipo de brincadeira é essa, Vitor? _ a voz de Lindsay estava séria.
_Eu é que te pergunto: que brincadeira é essa, Lindsay?
A mão de Vítor estava um pouco ensanguentada, pois ele a cortou recolhendo os cacos. Lindsay percebeu que, mesmo se demorasse mais de meia hora, o intervalo de tempo entre o barulho que ecoou do objeto quebrado e sua chegada na cozinha não seria suficiente para formar uma poça daquele tamanho, levando em conta que o corte havia sido de leve. Chegar a essa conclusão a aliviou, mas uma coisa era certa: ela não estava tão bem quanto imaginava.
_Venha aqui, quero cuidar de você. _ Ela disse.
_Não precisa disso, é sério. _Vítor respondeu.
_Isso não foi uma pergunta, Vítor, preciso saber se entrou algum caco de vidro na sua mão.
Vítor se aproximou da mesa em que, agora, Lindsay estava assentada e estendeu a mão machucada para ela. Enquanto Lindsay cuidava do ferimento de Vítor, ele a analisava, buscando entender o que aconteceu nos minutos anteriores.
_Prontinho, sua mão está novinha em folha.
_Obrigada, agora me conte o que aconteceu, por que voltou daquele jeito?
_Eu não sei exatamente, só sei que vi você ajoelhado com uma poça vermelha e cacos de vidro espalhados. Eu me desesperei.
_Mas você até riu e disse que estava tudo bem. Eu estou realmente preocupado com você.
_Estou bem. Mas obrigada pela preocupação. _ Lindsay disse, acariciando o rosto de Vitor e retirando resquícios de ketchup que estavam na boca dele.
Seus olhares se cruzaram, contudo, antes que fizessem algo, o celular de Vítor tocou novamente, mas dessa vez foi o nome "Katy" que apareceu na tela. Vítor pensou em rejeitar a ligação, mas considerou que poderia ser algo importante. Ele a atendeu sem sair do lugar.
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Uma Noite Sem Fim
Mystery / ThrillerSegredos: informações que não podem ou não devem ser compartilhadas. Todas as pessoas costumam conter informações ocultas sobre algo que consideram errado demais para ser exposto. Em uma noite, noite que parecia não terminar mais, Lindsay descobre...