Prólogo

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Rio de Janeiro, 25 de Março de 2007.

A vida era incrivelmente maravilhosa aos olhos de uma adolescentes de 15 anos, quando se podia sair, estudar, desfrutar de saúde e dinheiro.

Assim era a vida de Samantha Carmelo , porém um dos seus melhores momentos do dia ,era os que estava em parceria com seu pai, não que ela não amasse a mãe, a questão era que ambos partilhavam do mesmo amor pelas melodias entoadas com a flauta encantada.

Mas tudo isso foi por água baixo quando um passeio ao shopping foi terrivelmente destruído por um motorista bêbedo e negligente.

O seu carro estava completamente destruído e ela agora se encontrava em uma cama de hospital.

- Mamãe? Onde estou?- Interrogou à sua mãe assustada e com olhos piscando pelo incômodo da luz.

- Meu amor, como se sente? - Quis saber sua mãe Margô, com o semblante preocupado.

- Estou bem. Só com um pequeno encômodo no braço.

- Filha... (pausa). Um carro desgovernado atingiu o nosso, provocando um acidente. Eu estou bem e você teve apenas um braço quebrado e...

Nesse momento ouve uma interrupção da sua fala, seguido de apelos da jovem Samantha.

- E o papai mãe? Cadê ele?- Gritava esses questionamentos aos prantos.

- Filha acalme! - Tentou acalentar a pequena e desesperada jovem.

- Fala logo mãe. Por favor .- Diminuiu a voz quase implorando.

- Ele não resistiu filha. Desculpe- me.

Naquele momento, o mundo parou e nada tinha mais cor, alegria, paz ou harmonia. Tudo remetia tristeza e dor para Samantha Carmelo.

******

UM MÊS DEPOIS...

- Filha, você precisa voltar para a escola. Precisa continuar sua vida, por mais difícil que seja. - Conversava a mãe calmamente com a filha.

- Só mais alguns dias mãe. A jovem quase implorou.

- Infelismente não dá filha, tem que ser hoje.

A pequena Samantha se dirigiu ao seu quarto, tomou banho, colocou um jeans qualquer, um casaco com capuz e sua flauta mágica na mochila. Mentalizando aquela como sua roupa favorita e diária.

E juntas, ela e sua mãe Margô, seguiram para a escola, em uma rotina que lhe traria mais dores e angústias.

*****

- Samantha que saudade! - Saudou uma jovem a qual não obteve resposta.

A garota Samantha seguiu rumo a sala e se acomodou em um canto discreto da mesma.

Até surgi outra companhia, que naquele caso era indesejável.

- Samantha querida que saudade! Como está?

Novamente o silêncio se instalou no ambiente, na vida e no coração de Samantha. Por dias e meses... E quem sabe anos.

Com o passar dos dias, ninguém mais se aproximava da garota, apenas zombavam e a atacavam com insultos como:

A morta viva.

A fantasma da flauta.

A garota ausente.

Esses insultos diários corrompiam ainda mais a mente triste e inicialmente doente da pequena Samantha.

Ela, buscando se isolar, ao sair do Colégio se dirigia para um lago nas proximidades, lançava seus pés na água e tocava uma melodia triste em sua flauta.

Esta era uma ação corriqueira da jovem. Já que ela já não conseguia mais se envolver com os garotos e garotas da escola.

Lá tinham as meninas populares, as anônimas, tinham os garotos bonitos e fúteis, tinham os nerdes e vários outros. Ela podia facilmente se encaixar em qualquer grupo, porém não se sentia mais atraída pelo espaço escolar.

Certo dia,  com a intensão de corromper ainda mais seu juízo, um grupo de garotos bonitos e insuportáveis do Colégio,  resolveram fazer uma breve visita à Samantha que se encontrava no lago.

- Olá Fantasma da flauta! - Um deles falou.

Como não obtiveram resposta,  a cercaram o máximo possível à incurralando no lago.

- Saiam daqui e me deixem em paz! - Gritou Samantha desesperada.

- Vejam só amigos, a garota ausente fala. - Falou um garoto que ela o reconheceu como novo na escola e se chamava Pedro.

- Por favor, vão embora! - Disse a jovem indefesa choramingando.

- Nós queremos brincar.

Dizendo isso, um dos garotos arrancou a flauta de suas mãos como quem fosse um raio e começaram a jogar um para o outro.

Por mais que a menina chorasse, corresse e implorasse , eles continuaram zombando dela, jogando a flauta entre si.

Em um momento, que para a jovem Samantha se transformou no inferno, um dos meninos mudou a direção e atirou a flauta no fundo do lago, fazendo-a perder a razão. Ele era Malcon.

Ela o atacou com tapas e socos até ser impedida pelos outros rapazes. Eles eram quatro.

Samantha desistiu dos ataques e se jogou no lago com os olhos transbordando em lágrimas.

Ela mergulhou várias vezes, mas o lago era escuro e as tentativas eram inúteis. Em um determinado momento ela desistiu e saiu da água com sua camiseta colada ao corpo, desenhado seus seios e seu jeans totalmente molhado, para piorar sua humilhação.

Os garotos apenas sorriam, exceto um, que parecia arrependido, ele era Paulo Cortês , um amigo das antigas que resolvera se juntar aos idiotas.

Ela pegou seu casaco que estava no chão, jogou em seu corpo e os olhou-os fixamente e falou:

- Eu os odeio e cedo ou tarde irei me vingar. JURO! - Vociferou com um olhar e tom, que exalava ódio.

Depois dessas palavras, a menina enxugou as lágrimas que teimavam em descer, colocou seu capuz na cabeça e seguiu rumo a uma vingança que seria muito bem arquitetada.

Toda a vingança estaria interligada ao som da flauta de Samantha Carmelo.

No Ritmo da Melodia ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora