Capítulo (5)

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Almocei com a minha prima em casa. 

A Ana pedia a tia para irmos à vila inscrever-me no concurso de dança e ela deixou. Embora tenha dito que era perigoso eu fazer muito esforço físico enquanto estiver gravida. Eu prometi que não faria muito esforço físico e se não me sentisse bem desistiria. Ela deixou.

Entramos dentro da junta de freguesia a onde estou a recolher as inscrições. A Ana falou com a senhora que já a conhecia. Ela deu-me um papel para me inscrever. Eu li a palavra dupla e dois sítios para a inscrição de duas pessoas.

- Ana, estes papeis deve estar enganados. Isto é para uma dupla.

Ana – eu vou perguntar.

Ela tirou- me os papeis da minha mão e foi direita a senhora, volto de pouco tempo depois.

Ana – eu tinha percebido mal. O concurso é para uma dupla, um homem e uma mulher.

- então, sendo assim, não me posso inscrever. - Eu disse desanimada.

Ela ficou um pouco tempo calada observando-me .

Ana – não, sara. Tu estas tao animada. Eu vou arranjar-te um par. Eu vou falar com amigos meus, para saber se eles tem alguém que goste de dança para se inscrever contigo.

- achas que vais conseguir? Ninguem me conhece, de certeza que não vão aceitar dançar com uma estranha.

Ana – se não tentares é que não sabes. Anda, vamos levar os papeis.

Eu sai desanimada. A Ana tentou conversar comigo, mas eu poucas palavras lhe dei. Estava a dar tudo muito certo para ser verdade. As coisas comigo correm sempre pelo lado pior.

O que eu mais precisava agora era do sorriso do Rafael e um abraço dele. Que saudades.Foi para o quarto e deitei-me. Passei a tarde deitada na cama e ouvi musica. Não consegui parar de pensar no Rafael.

A Ana chamou-ma para o jantar. O Miguel e o meu tio já estava sentados à mesa. Eu sentei-me. A tia pôs o comer na mesa. Eu mexia o comer mas não tinha vontade de comer.

Tia – Sarita, como correu a inscreçao no tal concurso de dança?

- não correu, tia. Eu não me inscrevi.

Tia – entao, porque?

Ana - o concurso é para duplas e a sara não tem par.

Tio – ora, arranjas um par. O tio se não tivesse tanto trabalho, inscrevia-me contigo. - ele brincou.

Tia – esta calado, homem. Tu és um verdadeiro pé de chumbo. Mas esta aqui a pensar. Ó Miguel, tu não andaste num escola de dança quando eras pequeno?

Miguel – sim, mas isso já foi a muito tempo.

Tia – Ó Miguel, mas eu lembro-me de ir ver-te quando participaste num concurso e ganhaste o primeiro lugar.

Miguel – sim, eu safa-me nisso. - Ele não deu muita importância e continuo a comer.

tia – porque é que não te inscreves no concurso com a sara?

- Ó tia, eu não tenho tempo para isso.

Tia – não seja por isso, eu falo com a dona Sofia e ela arranja outra pessoa para tomar conta da quinta enquanto estiver a participar.

Miguel – eu já não danço há muito tempo. De certeza que já perdi o jeito.

Ana – isso não se perde. Se tens jeito, vais ter sempre.

Miguel – mas eu não quero. Esquecem!

Tia – Miguel, não farias isso pela Sara e por mim?

Eu não quero obrigar ninguém a dançar comigo.

- tia, ele não quer. Não há necessidade em obrigar ninguém. Peço desculpo, mas eu vou para o meu quarto.

Eu levantei-me e caminhei para o quarto. Eu estou tao farta desta vida.Fiquei la durante algum tempo. Ate a Ana entrar.

Ana – o Miguel vai a vila e eu vou com ele. Vou encontrar uns amigos, queres vir?

- não, eu fico.

Não me apetece estar com ninguém.

Tia – é que nem pensas, sara. – minha tia entra no quarto. – eu já sabia que ias dizer que não, mas vais que estou a mandar-te.

- Ó tia, não me apetece ir. Eu vou no outro dia.

Tia – nem pensas. Levanta-te! Vai, que precisas de espairecer. Ficar fechada em casa não te vai ajudar em nada.

Eu acabei por me levantar. Caminhei com a minha prima para a cozinha.

Tia – juízo, meninas. Miguel, dá um olhinho a elas. Ana, não deixes a sara sozinha, ela não conhece a vila. E não voltem tarde!

Miguel – fica descansada. Eu não as deixo la.

Ana – vontade as vezes não te falta. - ela disse para o Miguel.

O Miguel dá uma chapada na cabeça da Ana.

Miguel – esta calada antes que fiques em casa. Vamos que tenho que ir buscar a Anastacia.

Vou conhecer a irma feia da cinderela. Para alguma coisa esta saída vai serve. Tenho alguma curiosidade em conhece-la. O nome é tao feio, mas acho que não deve condizer com a pessoa. O Miguel é um rapaz bonito. E quando se arranja ainda fica mais bonito, com esta hoje. Não iria arranjar uma namorada horrível, acho eu. mas cada vez que ouço o nome Anastacia só consigo imaginar a irmã feia da cinderela.

Entramos no carro cinzento do Miguel. A minha prima foi a frente.

Miguel – já sabes, quando chegarmos a casa da Anastacia, saltas para o banco de trás.

Ana – Eu sei! És tao chato, primo. Não sei como a Anastacia tem paciência para te aturar.

O Miguel pôs o carro a trabalhar.

Miguel – começas com merdas ficas em casa. 

Ivo! Essa frase é tao Ivo. Ele falou da mesma maneira, só que no fim ele deu um pequeno sorriso a Ana mostrando que estava a brincar.

Ana – cala-te, priminho. Já não sabes vir para uma festa sem mim.

Festa! Eu pensei fossemos a um bar. Eu não perguntei. 

No meu pensamento, esta a imagem do Ivo. Como será que ele está? Será que ele foi condenado?

Eu jamais voltaria para ele, mas preocupo-me. Eu não devia reocupar, ele não merece nada. Mas mesmo assim eu não consigo deixar de pensar nele.

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