Capítulo 52

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Pouco tempo depois o Miguel chegou. Ele entra na casa um pouco aflito.

Miguel – sara, estás bem? – ele ajoelhou-se aos meus pés.

- não, tira-me daqui. Eu não quero passar aqui a noite.

Miguel – eu vou tirar. Anda eu ajudo-te.

Ele levou-me pelo braço. A Francisca acompanhou-me até ao carro.

O migue começou a conduzir e eu não consegui parar de pensar no que vi. Parecia ele, eu ouvia falar. como pode ser? Ele morreu nos meus braços, eu vi.

Miguel – estás a ouvir, sara? – o Miguel falou um pouco mais alto. Eu limpei as lágrimas do rosto.

- não, desculpa.

Miguel – eu estava a dizer que a esta hora já não deve dar para alugar outro quarto. Vais ter que ficar no mesmo quarto que eu.

- não há problema. eu durmo em qualquer lugar.

Nós entramos no pequeno quarto, com uma cama de casal.

Miguel – eu vou estender a colcha da cama no chão e durmo lá. Podes ficar com a cama.

- não há necessidade. A cama é grande, podemos dormir os dois.

Miguel – achas que não há problema?

- não. tu dorme numa ponta que eu durmo noutro. – eu falava sem animo nenhum

Eu sentei-me numa ponta na cama e recordava o vi.

Miguel – estás bem, sara?

Eu olhei para ele.

- sim, estou. Vamos dormir. – eu abri a cama pronta para me deitar.

Miguel – vais dormir vestida?

Eu olhei para as minhas roupas e percebi que não estava com a roupa da rua.

- nem tinha reparado. – ele risse. – podes virar-te para eu me vestir?

Miguel – claro! – eu sentou-se na outra ponta da cama de costa para mim.

Eu vesti-me e de segui virei-me eu para ele se poder vestir tambem.

Eu deitei-me na cama e virei as costas ao Miguel. 

"sara, eu estou sempre contigo" foi o que ele disse, ou pelo menos acho que foi.

O Miguel apagou a luz, mas não consegui adormecer. Ao fim de algum tempo, eu já não tinha posição para estar na cama e não consegui para de pensar no que vi. A luz é a acesa.

Miguel – o que é que se passa, sara?

- desculpa, não te deixo dormir. – eu sentei-me, e ele fez o mesmo.

Miguel – o problema não é esse? O que é que se passa? Desabafa comigo.

- Miguel, eu não sei.

O Miguel segura as minhas mãos.

Miguel – confia em mim, eu nunca faria nada que te prejudicasse.

- eu sei, Miguel. Eu não sei é se tu confias assim tanto.

Ele sorri para mim.

Miguel – claro que confio. Eu nunca duvidaria de nada que me dissesses.

Eu separei as minhas mãos das dele.

- antes de desmaiar, eu vi na porta do quarto o Rafael. – eu comecei a chorar.

Miguel – mas ele não está morreu.

- sim, ele morreu nos meus braços. Eu vi o ultimo suspiro.

Miguel – então, o que é que acha que foi? Tua imaginação ou um fantasma.

Eu olhei-me para o Miguel e recordei aquele velhota que a minha prima chama de bruxa.

- quando foi para o norte, eu encontrei uma velhota. Ela sabia o meu nome e disse-me que ele não quebrou a promessa que fez e que ele estava sempre comigo.

Miguel – ele quem?

- ela não disse, mas eu lembrei-me do Rafael. Ele prometeu varias vezes que nunca deixaria. E ele quebrou a promessa e mesmo que queira ficar chateada com ele, eu não consigo. Eu devia ficar, mas não consigo. Porque gosto demasiado dele.

Miguel – quem te disse isso?

Eu limpei as lágrimas dos olhos.

- eu não conheço. É uma velhota, a minha prima chama de bruxa.

Miguel – acho que sei de quem estás a falar. deve ser da dono Maria, ela diz uma coisas estranhas. A anastacia odeia. Ouve uma vez que nós passamos pela mulher e a anastacia quis fazer uma consulta. Maluquices dela. A velhota disse a anastacia que ela era uma pessoa muita ciumenta, e nada que ela fizesse me ia manter preso a anastacia. como se anastacia fosse capaz de fazer algo de mal para me manter com ele. A velha falou do casamento e disse que ele nunca se iria realizar. Disse varias coisas que não tinham sentido.

- pois ela disse-me que a minha mãe se importava muito comigo e que o meu pai estava arrependido e que ia voltar.

Miguel – coisas sem senti. Ela a mim, disse que ela esta quase a chegar para eu me preparar. mas ela quem? Eu não percebi nada.

- mas como é que ela sabia o meu nome e que eu estou gravida. Ela nunca me viu.

Miguel – dizem que ela adivinha muita coisa, mas eu não acredito. A anastacia é muito ciumenta, mas é incapaz de faz mal a quem quer que seja.

- e o meu pai nunca vai se arrepender do que fez.

Miguel – já estás com outro ar. – ele fez-me uma festa no rosto. – vês, como foi bom falares comigo.

- obrigado, por me ouvires.

Eu fixei os seus olhos avelã, os nossos rostos caminharam um para outro. O meu coração acelerou, eu olhei os lábios dele e a vontade de tocar os seus lábios é enorme. Eu engoli em seco, fecho os olhos e espero o contacto dos lábios dele.

O Miguel afastou-se de mim.

Miguel – boa noite, bailarina. – ele deitou-se de costa para mim.

- boa noite, bailarino. – eu deitei-me vira de costas para ele. a luz continuava acesa. Eu não acredito que nos quase nos beijamos. Eu sei o que é ser traída e o quanto isso doi, eu nunca faria isso a Anastacia.


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