Capítulo 20

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Domingo,

Tia – sara, filha. Acorda, tens visitas na sala.

Eu abri os olhos e vejo a minha tia.

- quem é? Se for o meu pai ou minha mãe, eu não os quero ver.

Tia – não, sara. É uma senhora de idade e uma senhora jovem.

- e querem falar comigo?

Tia – sim, elas pediram muito.

Eu levantei e calcei os chinelos.

- elas não disseram o nome?

Tia – não, filha. Vai la.

Eu não consegui imaginar quem poderia ser. Duas mulheres a minha procura, um jovem e outra velha.

Eu caminhei para a sala ainda em pijama. Quando entrei na sala, eu não queria acreditar em quem estava la com um ar abatido.

-Francisca! Eu não posso acreditar.

Eu abracei a senhora que me abraço forte em resposta.

Francisca – minha menina! Como tens passado?

- bem, minha tia tem cuidado bem de mim. Eu estou tão contente de a ver.

Nós mantivemo-nos abraçadas e choramos.

Tia – sentem-se, eu vou preparar um chá.

Nós sentamo-nos.

Francisca – Sara, esta é a Soraia, a irmã do Rafael.

- muito prazer em conhecer-te. O Rafael fala, falava muito em ti. - emendei.

Custo-me emendar o tempo verbal.

Soraia – o prazer é meu. Ele falava também muito de ti. Eu acho que ele tinha adoração enorme por ti.

Eu fiz silencio e tentei não chorar.

- mas Francisca, como consegui-o encontrar-me aqui?

Francisca – foi difícil, mas o meu Rafael pedi-me e eu contratei um advogado. Tu não recebeste a carta.

- qual carta? Eu aqui não recebi nada.

Francisca – mandaram para a casa de lisboa. É uma convocatória para abertura do testamento do Rafael.

- mas o que é que eu tenho a ver com isso?

Soraia– tudo, sara. Conta-lhe, Francisca.

Francisca – antes de vocês irem viajar. O Rafael contou- me que tinha feito um testamento dando grande parte dos seus bens a ti.

- não, ele não podia ter feito nada. Ele não me contou nada.

Francisca – fez, querida. Eu na altura, pensei que fosse um parvoíce, ele era tão novo, mas ele sempre foi um rapaz precavido. - a Francisca mostra-se emocionada.

- eu não quero dinheiro nenhum, dinheiro nenhum pode fechar o buraco que tenho dentro de mim.

Francisca – eu sei, filha. E não sabes como é difícil eu vir aqui e ter que falar sobre ele, mas eu tenho que o fazer. Ele pedi-me. Ele pediu-me que te entrega-se esta carta – ele tira a carta e posa em cima da mesa – lê quando estiver sozinha, vais perceber tudo.

Eu tremi só de saber que dentro daquele envelope estaria palavras dele.

A Soraia estendo-me a mão vendo que eu estava emocionada.

Soraia– eu estou aqui. Agora estamos ligadas para sempre.

Eu não percebi as palavras dela, mas não perguntei nada. Estou muito emocionada.

O Diário de SaraOnde histórias criam vida. Descubra agora