Quando acordei já estava escuro. Sai do quarto e dirige-me para a cozinha. A mesa já estava posta e o cheiro era agradável.
Tia – ia agora dizer a tua prima para te ir acordar. – minha tia disse-me.
- nem dei por adormecer.
A porta da rua foi aberta. Um homem careca e de bigode entra. É o meu tio.
Tio – parece que as visitas já chegaram – ele sorri para mim. dá um beijo a minha tia que esta mais perto dele e caminha para mim. dá-me um abraço. – se bem vinda.
- obrigado.
De seguida vai ate ao sofá e dá um beijo a minha prima.
Tio – estou cheio de fome! O comer já estava pronto, Augusta?
Tia – está, mas o teu sobrinho ainda não chegou.
Tio – ele hoje foi trabalhar?
Tia – acho que sim, mas não era o dia todo. Já se sabe, deve estar no namorico.
Tio – põe o comer na mesa que eu vou ligar-lhe. Se ele demorar muito vamos comer, já é tarde.
O meu tio pega no telemóvel e liga para o tal Miguel. Eu e a minha prima sentamos-nos a mesa. A porta abre-se e um rapaz loiro com olhos castanhos esverdeado entra.
Tia – Xavier, já não é preciso. Ele já chegou.
Miguel – desculpa, tia. – ele foi ate ela e deu-lhe dois beijinhos. Ele usava uma camisola de manga comprida que tinha as mangas arregaçadas e pudiasse ver que ele tinha algumas tatuagens – o Pedro demorou mais tempo a fazer a tatuagens.
Ele foi direito o meu tio e cumprimentou também com dois beijo. É querido da parte dele com a idade que ele já tem ainda cumprimentar o tio com dois beijos na cara.
Tio – já foste fazer mais desenhos na pele?
Miguel – Ó tio, eu gosto. E trabalho para os pagar.
Tia – e não trabalha pouco. – a minha tia segurou o braço do Miguel. – filho, esta é a sara. A filha da minha irmã Filomena, ela vem morar connosco. eu já tinha contado.
Ele veio ate mim, eu levantei-me e cumprimentamos-nos com dois beijos, ele tinha um cheiro forte a perfume, mas ou mesmo tempo agradável. De seguida, ele cumprimento a minha prima.
Não me deu uma palavra, nem ola, prazer em conhecer, nem se bem vindo. Nada. Muito simpático.
Sentamo-nos a mesa.
Tia – mostra la a tia a tatuagem nova.
O Miguel levantou-se da cadeira, virou-se para a tia e levanto um pouco a camisola preta e justa ao corpo e mostro uma tatuagem grande de uma águia. A tatuagem ainda estava tapada por uma película transparente, mas pode ver que bué gira.
Tia – ta gira, filho.
Tio – linda, qualquer dia pareces um gandulo. Já pensaste em começar também a usar aqueles pregos no nariz?
Miguel – não, tio. Eu só gosto de tatuagens.
Tio – esta juventude está perdida.
Ana – não lhe ligues primo. Esta giro, eu gosto.
Tio – ana paula, tu livra-te de apareceres em casa com desenhos na pele.
Miguel – o primo depois diz-te onde fazes tatuagens fixes. – o Miguel sussurrou e sorriu. Ambos riram.
Ele tinha um sorriso direito e os dentes eram brancos.
Tia – e já mostraste a Anastacia a tua nova tatuagem?
Anastacia! Quem é que põe a uma filha o nome Anastacia?
Miguel – não, vou beber café com ela depois de jantar. A Anastacia foi á tarde com a Bruna escolher os moveis para a casa.
Porque quê que eu quando ouço o nome anastacia só me lembro da irmã feia da Cinderela? Só a consigo imaginar feia, com cabelo ruivo e o nariz grande. E é complicado imagina-la com o Miguel que é um rapaz bonito, muito bonito.
Tia – já está pronta?
Miguel – não, mas está quase. Amanhã vão por os azulejos na casa de banho e depois falta as loiças e os moveis da cozinha.
Tio – ainda tens muito dinheirinho para gastar e andas a gasta-lo em desenhos na pele.
Miguel – tio, eu já expliquei que o dinheiro da tatuagem eu consegui com dinheiro das horas extras que tenho feito.
Tia – não ligues para o teu tio, está a ficar velho e rabugento.
Tio – Augusta, eu não estou velho.
Tia – não, estás lá agora. Até parece que não sabes que o Miguel tem ficado a trabalhar até tarde. eu não sei como aguentas, filho. chegas a casa as três da manha e acordar as seis.
Miguel – ya, tenho andado casado.
Tia – vê se hoje vens cedo para casa e descansas.
Ana – então e quando é que te vais mudar?
Miguel – não sei, eu e Anastacia estamos a pensar em casar primeiro.
Tio – casar, voces está maluca? Tu não faças como eu? olha, casei com a tia cedo e já estamos juntos a quarenta anos. não sabes o que eu passo para a aturar. – ele diz num tom de brincadeira e lança um olhar carinho a minha tia.
Tia – tu falas de barriga cheia, eu queria ver o que eras tu sem mim. eu também acho bonito. Marcam o casamento e depois logo vivem juntos.
Miguel – Sempre foi um sonho nosso casar pela igreja. só que nós estávamos a pensar em viver juntos primeiro e depois casar. mas a Anastacia quer antes casar primeiro e concordo com ela.
Tio – as mulheres só gostam de complicar as coisas. não acha duvida.
Tia – xavier, tu hoje estás a esticar. Eu também tinha esse sonho quando era nova. A pena é ter-me calhado logo este homem. aos vinte anos já tinha cabelos brancos de o aturar. – ela brinca.
Tio – eu não digo, são todas iguais.
Eu observa-os. A ana toca no meu braço.
Ana – não lhes ligues, eles estão sempre a embirrar um com o outro, mas no fundo não sabem viver um sem o outro. – ele disse baixo, enquanto eles continuavam a refilar um com o outro.
Eu gostava tanto que o relacionamento dos meus pais fosse assim. Os meus tios são descontraídos, brincam um com o outro, mas ve-se que há amor e cumplicidade entre eles.
O Miguel sai assim que acabamos de comer. A minha tia lavou a loiça e eu e a minha prima alevantamos a mesa. O meu tio sentou-se no sofá a ver televisão.
Tia – sara, porque é que não vais dar uma volta pelo jardim da casa? Ana, vai com ela.
A Ana estava no telemóvel.
Ana – agora, não posso, mãe.
Tia – Ana Paula!
- deixa estar, tia. Eu vou sozinha.
Tia – não te percas, sara. A quinta é muito grande. Amanhã vais conhecer os animais.
- eu não vou muito longe.
Eu sai de casa. Ao lado da nossa casa, estava a mansão que não parecia ter vida, não havia uma luz acesa.
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O Diário de Sara
Fiksi RemajaAVISO: leiam o primeiro livro antes de começar a ler este, entenderam melhor a história. O meu nome é Sara Santos e tenho quinze anos. A minha vida dava uma boa novela trágica. Viver com os meus tios, acho que foi o melhor que me aconteceu, embora...