Capítulo 14

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Sexta-feira

Não tinha mais sono, mas não me levantei da cama. Sabia se o fizesse iria encontrar o Miguel e não me apetece estar com ele.

As coisas estava a correr demasiado bem, para serem verdade. Eu estava a gostar tento da ideia de participar no concurso. Mas como em tudo na minha vida começa a correr bem é porque vai acabar.

O Miguel desisti de dançar comigo só porque nós nos devíamos conhecer melhor. Sem ou menos tentar. Nem mesmo de pois de tudo o que eu lhe disse, ele mostrou-se arrependido.

Alguma coisa vai sempre acontecer para que eu não seja feliz. Parece que a felicidade na minha vida é impossível de ser alcançada.

Recordo uma frase do Rafael, ele uma vez disse-me que para eu ser feliz eu só bastava querer ser feliz e lutar por isso. mas como eu posso lutar por isso?

Depois de todos saírem de casa, eu fui tomar de banho e sentei-me no sofá e procurei alguma coisa para ver na televisão. A meio da manhã a minha tia entrou em casa.

Tia – Bom dia, sara.

- boa dia, tia.1

Tia – ainda bem que já estás acordada. A dona sofia queria conversar contigo.

- comigo?

Tia – sim, ela está a tua espera na sala da casa dela. Anda com a tia.

- na casa dela?

Eu fiquei espantada. O que é que ela quererá comigo?

Tia – sim, filha. Anda.

Eu levantei e segui a minha tia. Ela abriu a porta da mansão e fiquei um pouco reciosa em entrar. O sitio era luxuoso.

Eu entrei e estava na sala que era enorme.

Sofia – sara! – eu ouço chamar e vejo a Sofia sentada no sofá. – como estás? – ela levantou-se.

- mais ou menos. E a Sofia?

Sofia – acho que sabes a resposta. Senta-te, sara.

Nós sentamos-nos

Tia – bem, dona Sofia eu vou para a cozinhar fazer umas coisinha, se precisar chame-me.

Sofia – claro, Augusta. Va lá. – a minha tia sai da sala. – eu chamei-te aqui para conversamos um pouco. a tua tia contou-me que estás a participar num concurso de dança com o Miguel.

- eu estava.

Sofia – estavas? Já não estás? O que é que se passou?

- não foi nada. Eu prefiro não falar.

Sofia – podes estar a vontade. Eu não conto a ninguém. Somos amigas e amigas guardam segredo.

Ela posso as suas mãos sobre as minhas.

- é o Miguel. Ele trata-me de uma maneira diferente.

Sofia – diferente como?

- ele trata-me com. Não sei... ele parece que dispersa. Como se eu fosse nada para ele.

Sofia – e tu és alguma coisa para ela?

- nós vivemos na mesma casa, pertencemos a mesma família. Acho que eu devia começar a ser alguma coisa para ele.

Sofia – mas o que é que se passou?

- a bruna a nossa professora de dança, aconselhou-nos a nos conhecemos melhor. Para podermos ter mais confiança um no outro e ele ficou agressivo. Como se o encomendasse me conhecer melhor, estar perto de mim. e desistiu.

Sofia – estranha a atitude dele. Eu conheço o Miguel desde que veio viver com os tios e ele nunca agiu assim com ninguém. Sempre foi um menino querido meigo e preocupado com os outros.

- mas comigo ele é assim. eu ainda falei com ele e tentei mostra-lhe que está a ser ingoista. mas parece que não deu resultado. Eu já pensei que ele tivesse ciúmes dos tios comigo. Que tivessse medo que eu roubasse o lugar dele naquela família. Não sei..

Sofia – não, não acho que seja isso.

- então, o mais poderia ser.

Sofia – não, as vezes as pessoas tem empatias que passam quando se começam a conhecem melhor a outra pessoa. Talvez seja o caso dele e quando te conhecer isso passe.

- e como ele me vai conhecer se ele não faz um esforço para isso acontecer.

Sofia – voces vivem na mesma casa um dia isso vai acontecer.

- o que mais me entristece é que já vou participar no concurso de dança e estava tão contente por participar.

Sofia – não fiques assim. Quem sabe se ele muda de ideias?

- acho que não, Sofia.

A Sofia virou-se para trás e pegou a uma moldura com a fotografia de homem de idade.

Sofia – olha, sara. Este era o meu marido.

Eu peguei a moldura. O senhor era muito mais velho que ela, parecia quase avô dela.

Sofia – não digas nada, sara. Eu já sei o que estavas a pensar. Ele era um velho e uma interesseira no seu dinheiro.

- Sim, realmente ele é uma pessoa com uma grande diferença de idade da Sofia. Mas eu não questiono o amor que a Sofia sente por ele. é nítido no seu olhar.

Sofia – o Artur foi um grande homem para mim. a maioria das pessoa questiona a pessoa que eu sou, e acusam-me de ser interesseira. Mas eles não conhecem a nossa historia. Eu não preocupo com o dinheiro e isso faz confusão a muita gente.

- como é que voces de conheceram?

Sofia – eu não sinto preparada para falar sobre isso com alguém. Desculpa. Sara, eu nem sempre fui a pessoa que sou hoje e a vida arrastou-me para muita coisa que eu não desejo a ninguém.

- eu peço desculpa, Sofia. Eu não devia ter perguntado.

Sofia – não, tu estás a vontade de perguntar o que é que for. – ela deu-me um sorriso e olhou-me com olhar de sorriso. – a minha mão estar sempre estendida para ti, sara. Eu sei que não é fácil ser mãe com a tua idade, mas eu vou-te estar aqui e não vou deixar nada de mal te acontecer.

É tão bom ouvir aquelas palavras. Dão me segurança.

- porquê que a sofia esta a dizer isso?

Ela fez-me uma festa no rosto.

Sofia – porque eu já tive a tua idade e já me senti sozinha e abandonada por todos. E foi muito dificel para mim. a marcas dessa altura ainda estão presentes  na mulher que sou hoje e não quero que passes nem por metade que eu passei.

- obrigado, sofria. Eu gosto muito de conversa com a Sofia.

Sofia – eu também, minha querida.

Ela puxou-me para um abraço. Eu fechei os meus olhos e consegui sentir uma paz. Eu sentia que ela preocupava-se verdadeiramente comigo e que me queria proteger a cima de tudo. Eu nunca senti aquela sensação na vida. apenas quando a abraço sinto isso.

Nós separamo-nos do abraço.

- bem, tenho que ir ver se a minha prima já acordou. Já está quase na hora do almoço.

Sofia – sim, vai lá. E volta sempre que quiseres, sara. As portas da minha casa estão sempre abertas para ti. podes vir quando quiseres.

- obrigado, Sofia.

Nós levantamo-nos, ela deu-me um beijo na testa.

Sofia – eu não sei se é por estamos ambas a viver um momento difícil, mas eu gosto muito de ti.

- eu também gosto muito da Sofia. De coração.

Nós abraçamo-nos novamente e a Sofia levou-me a porta.

O Diário de SaraOnde histórias criam vida. Descubra agora