Capítulo sem título 53

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 Deitei-me um pouco sobre a cama, o Miguel saiu para comprar alguma coisa para comermos. Ele queria ir almoçar a um restaurante, mas não estou com cabeça para sair de casa.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto e não consegui controlar. Eu não tenho a certeza se fiz bem defender o Ivo. Ele fez-me tanto mal, ele fez-me sofrer tanto. Ela deve pensar que eu sou uma parva, depois de tudo, eu ainda o defendo. Eu senti que devia fazer.

Eu acho que o meu sentimento pelo Ivo já mudou, ele já me magoou tantas vezes que parece que nada mais que ele diga possa me magoar. Ela chamou-me indirectamente de galdéria e gorda e em tempos eu não pararia de pensar nisso. Ele pediu-me desculpa e mostrou-se arrependido e não sinto vontade de voltar para ele. é como se o meu amor fosse diminuído a medida que o Ivo foi me magoou. Não digo que não sinta algo por ele e até tenho medo que ele se aproxime de mim e que volta a sentir o mesmo por ele. Por isso, não quero que ele se aproxime.

O Miguel entrou no quarto com uns sacos.

Miguel- então, essa dor cabeça já passou ou é preciso irmos ao hospital.

-Sim, estou melhor.

Miguel – era uma novidade muito grande se quisesse ir ao hospital.

-já sabes que eu não gosto de ir aos hospitais.

Eu sentei na cama, por mais que queira não consigo animar.

Miguel – comprei o almoço num restaurante que serve comida para fora. Advinha o que eu comprei para ti?

-não tenho fome.

Miguel – tudo bem, eu como a lasanha que trouxe para ti. Não há problema.

O Miguel senta-se a minha frente começa a tirar as embalagens da alumínio do saco.

-lasanha. Acho que o meu apetite está de voltar.

Miguel – se não tens fome não precisas de comer. - ele abriu a caixa e com o garfo de plástico tirou um pedaço- cheira bem, consegues sentir o cheiro?

ele aproximou a caixa de mim.

-pois cheira, podes dar-me a minha lasanha.

Miguel - não, tu não tens fomes. Eu como a tua, não precisas de preocupar.

-Miguel, dá-me a lasanha.

Miguel – qual lasanha? São as duas minhas.

Eu puxo o saco e ele não deixa.

-Miguel! Dá-me a lasanha.

Miguel - não tinhas fome.

-mas já tenho.

Miguel – agora, é tarde mais. Acabou o prazo.

-Miguel! - eu grito e consigo rouba-lhe o saco com a outra caixa.

Abri a caixa e cheira era maravilhoso. E sabor também, ele parou de comer e observa-me comer. - o que é que foi? - eu falei com comida na boca.

Miguel - é fácil fazer-te feliz, é só dar-te comer.

-estou gravida. Eu não era assim.

Miguel - põe a culpa na gravidez.

-também vais dizer que estou gorda? - eu amuei.

Miguel - não, claro que não. Ele é um estúpido, não sabe o que diz. Não lhe dês importância.

Miguel – porque não tiramos a tarde para nos divertirmos? Não temos propriamente de voltar já.

-É uma boa ideia, onde querer ir?

Miguel - não sei, diz-me tu. Tu é que vivias aqui.

-queres que seja a tua guia turista? Tens que me pagar bem?

Miguel – deixa estar. Ficamos aqui no quarto, olha aquele cortinado tão giro. - ele aponta e goza comigo e riu.

-parvo!

Miguel - é bom ouvir-te rir. - o nosso olhar ficou preso. Ele parecia pensativo, as vezes gostava de poder ler os pensamentos do Miguel. Ele desviou o olhar para a comida. Eu não percebo, nós damos bem, mas há alturas que fica um clima tão estranho entre nós, como se tivéssemos a fazer algo de errado. 

Eu olhei para a guitarra do Miguel encostada a parede. Ainda não percebi porque que ele a trouxe.

-Porque trouxeste a guitarra?

Miguel – para me entreter, pensa que ias passar mais tempo com a Francisca.

-e a musica que andavas a escrever?

Miguel – ainda não está pronta. Porque achas que trouxe a guitarra.

-podias tocar qualquer coisa para mim?

Nós estamos acabar a refeição.

Miguel – se pagares bem.

-deixa estar, eu ponho musica no telemóvel que mesma coisa.

Miguel – andas a aprender, forreta. - ele levantasse e pega na guitarra e volta sentar-se na cama. Acerta alguns tons da guitarra até começar uma melodia certa.

Eu observei-o, ele estava concentrado o que o torna tão bonito. Um pequeno sorriso formasse nos meus lábios.

Ele fecha os olhos e começa a cantar uma canção em inglês que eu não conheço. Ele canta tão bem. Eu não sou muito boa em inglês, mas a letra é simples e consigo entender o que ele canta. O Miguel parece sentir o canção com muita intensidade. Ele é um rapaz tão bonito e quando canta ainda parece mais bonito.

O Miguel acaba de cantar, levantasse e volta  a colocar a guitarra encostada a parede. Ele parece comprometido.

-eu estou sem palavras, Miguel. Tu cantas tão bem. Nunca experimentaste a ir aqueles concursos de musica.

Miguel - não. Eu gosto de cantar, não quero ser cantor.

-Porque?

Miguel – porque não dá dinheiro.

-E porque não dá dinheiro não podes tentar.

Miguel – tu és muito nova, pensas que eu participava no concurso e sai de lá uma estrela.

-nunca se sabe. De quem é mesmo a musica que cantes? - eu perguntei curiosa.

Miguel – de ninguém, acabei de inventar. A letra apareceu na minha cabeça durante a manhã e terminei agora. - eu fiquei a olhar para ele. Como isto pode ser possível? - o que é que foi?

-tu compuseste esta musica?

Miguel – sim, qual é o problema?

-o problema é que a musica é brutal. Tu tens noção do talento que tens?

Miguel – claro. Agora, vê-la se te despacha que aqui a estrela pop quer ir conhecer Lisboa. - ele goza comigo e não dá importância ao que eu lhe disse.

-és mesmo parvo. Eu estou a falar a sério.

Miguel – também eu. - ele pega a chave do carro e abre a porta do quarto. - anda.

Eu peguei na minha mala e saímos. 

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2017 ⏰

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