Capítulo 45

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Terça- feira.

Eu estava no presidio e eu caminhei num corredor comprido pelas celas repletam de mulher e homem com um aspeto nojento.

Onde está o Miguel? Eu preciso de encontra-lo.

Eu continuei a caminhar e as pessoas tentava-me tocar colocando as mãos fora das grades. Tinham aspeto de drogados e sujos.

De repente, eu estava dentro de uma cela sozinha. Procurava o Miguel.

- Miguel! – eu gritei.

Olhei para um canto de enorme cela e o Miguel estava na lá abaixado, virado de costas.

- Miguel, ainda bem que te encontrei. Leva-me para casa, por favor.

Ele levantou-se e virou-se para mim, mas não era mais o Miguel, era o Ivo. Ele estava com aspeto horrível. A sua barba estava comprida. Ele estava muito magro e com umas grandes olheiras. Pelo os aspeto das suas roupas parecia que não tomava banho a algum tempo.

- Ivo, és tu? – ainda perguntei na duvida.

Ivo – vieste ver onde puseste.

-eu não te pus em lugar nenhum.

Ivo – és uma merda. Por tu culpa, eu estou a comer o pão que diabo amassou.

- eu não fiz nada. Eu apenas não quero que nosso filho nasça numa prisão.

Ivo – teu filho. Eu só espero que o teu pai dê-te uma tareia tao grande que morram os dois. – encarei os olhos verdes de raiva do Ivo. As palavras magoava-me.

Acordei enjoada, levantei-me e percebi que era apenas um sonho. Que sonho estupido. Respirei fundo, na esperança que o enjoo passa-se, mas piorou. Corri para a casa de banho e ao chegar a sanita vomitei.

Sentei-me encostada a sanita, sinto-me zonza e embora um pouco mais aliviada ainda continuo enjoada. O meu rosto escorria soror.

As imagens do sonho voltaram a aparecer na minha cabeça e vontade de vomitar voltou. Virei-me para a sanita e vomito um pouco mais.

Miguel – então, bailarina. O que é que se passa?

- estou mal disposta.

Eu levantei-me do chão e cabalei para o lava-loiça.

Miguel – a sério? Seria da cerveja que bebeste.

Eu lavei a cara no lavatório. O Miguel entrou para dentro da casa de banho.

- não, eu bebi pouco. Bebi meio copo se tanto.

Miguel – se soube não tinha dado. Nem tinha bebido.

- não te preocupas daqui na já estou.

Miguel – anda para a cozinha que eu faço-te um chá.

- não é preciso.

Miguel – anda, antes que eu me chateei. - eu ordena-me meio na brincadeira.

Ele puxou-me pelo braço e de seguida pôs o braço em cima dos meus ombros e deu-me um beijo na bochecha.

Miguel – senta-te. – ele ordenou-me mal entramos na cozinha. – se não ficares melhor com o chá vamos ao hospital.

- Miguel, é só má disposição não vou ao hospital por causa disso.

Miguel – estás gravida, pode ser algo mais sério.

- é normal uma gravida enjoar.

Miguel – é? - ele procura o chá nos armários.

O Diário de SaraOnde histórias criam vida. Descubra agora