Obs: deem uma lida novamente no capítulo 04, modifiquei algumas informações essenciais para o andamento da história.
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Alex acordou de repente, como se tivesse acabado de levar um dos maiores sustos de sua vida; olhou ao redor tentando fazer com que sua mente recobrasse tudo o que havia acontecido para ele estar ali: deitado em frente ao apartamento do programa de proteção à testemunha. Mais precisamente no apartamento de Katherine Walsh. Aos poucos, fora conseguindo se lembrar dos acontecidos do dia anterior e da pequena discussão que havia provocado devido a sua boca maldita. Concluiu que pegara pesado demais ao encher a mulher de perguntas e acusações; concluiu que vinha agindo como um verdadeiro filho da mãe, mas agora era tarde demais. O que tinha de ser feito estava feito, só precisava encontrar um modo mais sutil de arrancar informações. Informações valiosas. Levantou-se com um pouco de dificuldade, massageando a nuca que carregava uma dor incomoda por ter dormido de mal jeito; esticou-se de um lado para o outro, analisando se não havia perdido os movimentos por se prestar o papel de dormir na porta de alguém. Passou as mãos pelo rosto e antes de tomar seu caminho rumo ao departamento, resolveu bater à porta. Uma. Duas. Três vezes.
Aguardou alguns minutos e nada. Ela poderia estar dormindo ainda, não é? Nada com o que temer. Incomodou-se com a repentina sensação de preocupação que tomou conta do seu corpo. Continuou a encarar a porta, numa batalha interna entre bater novamente na madeira ou partir logo em direção ao seu trabalho. Mas, deveria averiguar se ela estava precisando de algo, afinal, Katherine era o seu trabalho. Tudo o que envolvia a sua segurança era de inteira responsabilidade dele. Repetiu as três batidas e aguardou, enfiando as mãos no bolso de sua calça preta.
— Quem é? — ouviu a voz firme da mulher perguntar. Um alívio muito grande.
— Agente Keller — respondeu, sentindo-se minimamente constrangido por estar ali depois do que acontecera.
— O que você quer?
— Entrar, se possível — uniu as sobrancelhas aguardando que a porta fosse aberta. Mas nada aconteceu.
Ficou parado até ouvir a porta sendo destrancada, revelando uma Katherine com expressões nada amigáveis. Ela estava com os cabelos presos num coque e seu olhar parecia querer fuzilar o homem em sua frente; de fato queria, mas não estava em condições de carregar um assassinato nas costas. Alex manteve o rosto altivo, sem querer demonstrar que estava completamente abalado por vê-la daquela forma, tão segura de si e sem demonstrar nenhum descontrole emocional. Talvez houvesse realizado uma observação errônea da mulher, talvez ela fosse mais forte do que aparentava ser. Talvez ele estivesse lidando com alguém completamente diferente daquela que havia descrito em sua mente. Mas, optou por acreditar que toda aquela pose seria um escudo contra qualquer palavra que ele viesse a dizer.
— Não está com medo? — Kate questionou, arqueando a sobrancelha numa clara intimidação.
— Por que eu estaria?
— Não sei — deu de ombros, segurando com força a maçaneta interior da porta enquanto mantinha o olhar duro para o rapaz — Pensei que não ficaria confortável no mesmo ambiente que uma assassina.
O agente deu um sorriso cínico, provavelmente a única reação que teria ao que acabara de ouvir. Então era isso? Ela estava revidando todas as palavras que ele havia lhe atirado na noite anterior; e com muita classe, observou. Engoliu a seco, tentando encontrar no meio do seu ego ferido alguma resposta que demonstrasse que aquela pequena conversa não o afetara tanto. Minutos passaram. A mesma troca intensa de olhares.
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AGENTE 030 (hiatus)
Romance[book two] Alexander Keller, ou agente Keller - como é conhecido no Departamento 8, se tornou o trigésimo agente nomeado ao cargo entre todos que estavam na disputa. Seguindo a linha da tradicional família de agentes da qual veio, precisa provar a t...