capítulo | 11.2

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Alex sentiu como se alguém houvesse golpeado o seu estomago, enquanto os dizeres ainda ecoavam pela sua mente; invasão na área de proteção à testemunha? Mas que diabos estava acontecendo? Uma hora tudo parecia ir muito bem, obrigada. Na outra, o mundo parecia desabar sobre sua cabeça sem nenhum pouco de piedade. Sem muito o que pensar, deu passos rápidos até parar exatamente ao lado do homem que havia pronunciado as palavras que ainda reviravam sua cabeça. Ele deveria ter pouco mais de 1,65m, com uma armação de óculos engraçada no rosto e os cabelos bem alinhados para trás; seus olhos pareciam cinco vezes maiores assim que Keller o puxou pela gola da camisa azul.

— Que merda acontecendo?! — perguntou ríspido, sentindo um medo desconhecido assolar seu corpo.

— Invadiram a área de proteção à testemunha! — as palavras saíram depressa enquanto suas mãos faziam um esforço inútil para se livrar de Alex.

— É, isso eu já sei — retrucou firme — Eu quero saber detalhes, entendeu?! Quem invadiu?

— Ainda não sabemos, senhor. As informações estão chegando, os policiais que trabalham por lá já estão mobilizados, todos estão cuidando...

— QUEM INVADIU? — Alex gritou, tomando boa parte da atenção dos funcionários para a cena que se desenvolvia.

— Estamos desconfiados da máfia Martinez, mas nada confirmado...

O agente largou o rapaz na cadeira giratória e voltou o seu olhar para as imagens das câmeras de segurança que eram exibidas no monitor; os agentes pareciam atônitos procurando a todo custo onde se encontravam os invasores. Mas e se fosse um alarme falso? Precisavam retirar Kate de lá o mais rápido possível, porque possivelmente estavam atrás dela. Respirou fundo alguns minutos e girou a cabeça encontrando o rosto apreensivo do diretor George. Ele parecia absorto demais no que estava acontecendo, provavelmente se perguntando como invadiram uma área de segurança máxima do FBI. Alex também estava se perguntando isso, mas a resposta veio clara como um dia ensolarado: havia alguém infiltrado no meio deles. Num rompante, empurrou o responsável direto pela comunicação com o setor de proteção à testemunha e segurou o rádio em mãos.

— Agente Keller, departamento 8 — iniciou — Quero que você ative todas as travas de segurança dos apartamentos onde as testemunhas se encontram.

Já tentamos fazer isso, chefe. Infelizmente algum tipo de chave de acesso foi inserida no nosso sistema bloqueando a função.

— E as câmeras dos corredores? Me passem as imagens — ordenou, sentindo o coração explodir contra suas costelas.

As câmeras foram congeladas, estamos tentando reverter.

— Droga! — esbravejou apertando o rádio com força — Peçam para as testemunhas trancarem as portas manualmente.

Ok senhor — dois segundos de espera — Feito.

Alex manteve-se atento ao monitor em sua frente, com um mundo de possibilidades passando em sua cabeça; não daria para ir até o local, o tempo que levaria só o faria se sentir mais inútil do que estava sentindo-se. Como Katherine estaria? Provavelmente não haviam soado o alarme para não causar ainda mais movimentação, mas o aviso para que se trancasse dentro do apartamento era motivo suficiente para que ela sentisse medo. Levou o rádio a boca, como se a qualquer momento fosse sair palavras que resolveriam todo aquele problema. E ainda tinha Jane que não mandara nenhum sinal de vida; tinha motivos de sobra para achar que aquele seria o último dia daquele maldito caso.

AGENTE 030 (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora