capítulo | 12

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O dia seguinte à invasão estava bastante movimentado. Todos no departamento oito pareciam discutir teorias e levantar hipóteses sobre os dois criminosos, que agora se encontravam mortos, no necrotério do local. Jane e Bob ainda se mantinham atônitos, possivelmente frustrados por terem se deixado levar por uma armadilha tão óbvia. A loira estava encostada no corredor, com seu café matinal em mãos e expressões fechadas; Bob mexia em seu smartphone, tentando encontrar alguma manchete que remetesse ao acontecido de ontem. O FBI fizera questão de manter tudo debaixo dos panos, para que nenhum alerta chegasse aos ouvidos de quem não possuía nada a ver com aquilo. O moreno avistou Alex adentrando o local, enquanto uma chuva de olhares o acompanhava enquanto o mesmo se dirigia ao casal de colegas. Não era novidade que ele seria um dos assuntos favoritos de todos pela sua incrível capacidade de hackear um sistema como o que utilizavam, mas aparentemente não estava nem aí.

— Ora, ora — Jane iniciou, encarando o amigo — Aqui está o nosso herói.

— Bom dia para vocês também — deu de ombros, parando exatamente entre os dois companheiros — Podem começar com as piadinhas.

— Resolvemos te livrar delas por hoje, cara — Bob comentou, arrancando uma risada da mulher — Até porque você quebrou tudo ontem.

— Eu vou levar a surpresa de vocês como um elogio — ignorou, enfiando as mãos nos bolsos da calça social — E os dois invasores? Já reconheceram?

— Infelizmente — Jane bufou, tomando outro gole de seu café extraforte — Dois capachos da máfia Martinez, provavelmente. Sem importância nenhuma.

— Então confirmaram que eles pertenciam a máfia? — Um interesse repentino fez o corpo de Alex reagir; não era nada bom saber que estivera certo a respeito de suas suspeitas.

— Eles têm um tipo de tatuagem bizarra no pulso — Bob completou, cruzando os braços na frente do corpo — Duas iniciais M com uma cobra ao redor. Eu andei dando uma pesquisada e tudo indica que é o símbolo deles.

A confirmação veio como um tiro certeiro no agente Keller, que não escutou mais nada do que os dois companheiros conversavam. Estava mais do que certo que toda aquela movimentação do dia anterior tinha a ver com os integrantes da maldita máfia, mas ter a certeza de suas informações era algo totalmente diferente; talvez porque lá no fundo ele também quisesse que tudo aquilo chegasse ao fim e duvidasse da crueldade de Harvey Martinez. Temia pela vida de todos os envolvidos naquela teia, mas principalmente pela vida de Katherine Walsh. Ela certamente estava sendo o alvo daqueles bandidos sem motivo algum; por que a estavam perseguindo se o único envolvido já estava a sete palmos do chão? Roger já havia pagado por ameaçar o poderoso chefe, por que ainda insistiam em ir atrás de outra pessoa?

Com o sentimento ainda lhe remoendo, despediu-se de Jane e Bob e partiu em direção a sua sala; precisava dar mais alguns passos em direção ao fim daquele mistério e quanto antes resolvesse aquela equação, mais rápido se livraria das sensações estranhas que vinha sentindo. Sentou-se em sua cadeira, abrindo a página de busca e digitando JOSH'S SERVICE no lugar indicado. Havia deixado a informação em espera desde o dia que encontrara um dos capangas no trânsito de Nova Iorque; o nome em vermelho na lateral da caminhonete lhe chamou atenção, mas até o momento não tinha feito mais do que anotar aquele nome no bloco de notas em seu computador. Clicou no botão de pesquisa e demorou apenas alguns segundos para encontrar o endereço do local: uma oficina localizada em Bedford, comunidade do Brooklyn. Provavelmente uma forma de camuflar todos os produtos traficados pela máfia. Transferiu a informação para o seu celular e deu uma rápida olhada em outros arquivos, antes de pegar as chaves do carro e ir em direção ao local de proteção à testemunha; ainda não havia finalizado o processo de conversa com Katherine e decidiu ir imediatamente, antes que mais surpresas desagradáveis pusessem a vida dela em risco.

AGENTE 030 (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora