capítulo | 14.1

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O trajeto de volta havia sido dez vezes pior do que o imaginado

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O trajeto de volta havia sido dez vezes pior do que o imaginado. Kate manteve-se em silêncio boa parte do tempo, tentando entender o motivo por se comportarem daquela forma. Muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo, sua mente estava à beira de um colapso e não havia muito o que se fazer diante daquela situação. Desde o assassinato de Roger que os seus pensamentos pareciam estar fugindo do controle e enfrentar aquela situação sozinha não lhe ajudava em nada. No entanto, depositar toda a sua confiança sobre o agente Keller parecia perigoso. Perigoso demais. Ela estava suscetível, fraca e desmoronando. Um pequeno desvio de rota e esses três fios formariam um emaranhado confuso e difícil de se alinhar.

Por outro lado, Alex ignorava o alerta que vinha causando barulho em sua cabeça. Repassava em silêncio todos os momentos desde o dia em que havia posto os olhos sobre a sua testemunha, tentando justificar para si mesmo que aquela aproximação entre eles girava em torno – unicamente – da necessidade que ambos possuíam em finalizar aquele caso. Nada mais importava. Eles desejavam que aquele inferno chegasse ao fim.

Com os pensamentos fervilhando, depositou a força das mãos em torno do volante e arriscou observar a garota no banco carona. Ela parecia tão perdida quanto ele, mantendo-se virada para a janela, onde o final da tarde já era completamente engolido pela noite escura.

— Tudo bem por aí? — arriscou perguntar, voltando sua atenção para a estrada. Pela primeira vez, desde que haviam saído, o silêncio estava sendo cortado.

— Sim — sua resposta veio acompanhada de um suspiro pesado, entregando o alívio por manterem uma conversa — um pouco cansada.

— Já estamos chegando.

Poucos minutos depois, o grande portão de ferro se abriu para que pudessem adentrar o local; Alex não podia mentir, estava curioso para saber se todo o departamento já havia sido avisado sobre o sequestro de Katherine Walsh. Estranhou não ter sido incomodado durante toda a tarde que passaram longe dos olhos do programa de proteção a testemunha e estranhou ainda mais não receber nenhuma mensagem de Jane. Era óbvio que se a agente soubesse, seria a primeira a infortuná-lo.

Os corredores estavam vazios, a não ser pelos policiais que mantinham a ronda das principais entradas. Apesar da estrutura do local fazer referência a prédios antigos e castelos medievais, todos os apartamentos traziam um ar moderno e menos "grosseiros". Mesmo com a tentativa de deixarem o ambiente confortável, Katherine não sentia um por cento de tranquilidade em estar naquele lugar. Ela sempre se lembraria de sua vida, do quanto era feliz e o quanto estava machucada agora.

Assim que avistou a porta, pôs o dedo indicador no pequeno dispositivo biométrico que dava acesso ao interior de sua "casa". Não se acostumaria com aquela palavra pairando em seus lábios, mas tentaria até que suas forças se esgotassem. Antes que continuasse em direção a cozinha, deu uma breve olhada para trás encontrando Alex encostado no batente de madeira, encarando-a.

AGENTE 030 (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora