XXXVIII

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Hannya Asahara:

Acordo e Mikael dorme docemente.

Me sinto estranha. Uma sensação diferente no meu ânus.

Sinto uma leve dor na área.

Resolvo levantar para finalmente comer. Vou descendo as escadas, chego na cozinha e o relógio mostra que já são 13:20 pm.

O café ainda está na mesa, mas vejo uma mancha rosa na parede e uma jarra quebrada no chão.

Mikael...

Como 2 pães com ovo (♡), bebo uma xicára de café com leite e como uma banana.

Ouço passos, logo vendo Mikael com uma bermuda, e suas belas tatuagens a mostra.

Ele me olha, olha para a mesa, olha para o prato com farelo, a xicára suja, e sorri vitorioso.

Reviro os olhos.

- Sabia que comeria... - diz aproximando-se.

- Só tem isso. - digo no estilo
"Rainha do óbvio".

- Quero te perguntar algo. - fala Mikael.

- Pergunte.

- Você... - começa mostrando que é um assunto delicado - Você e ele... - percebo que fala de Gabriel - Vocês fizeram?

Eu não iria mentir.

- Ele fez oral em mim. - digo sem olhar seus olhos.

- O QUÊ? TU TRAISTE-ME COM ELE? - grita a beira do descontrole.

- Mikael... Eu estava sem memória...

- SEM MEMÓRIA? QUER DIZER QUE ENQUANTO VOCÊ ESTAVA COM ELE VOCÊ NÃO PENSAVA EM MIM?

- Mikael... - tento.

- POR QUÊ FEZ ISSO? - chacoalha os meus ombros - ELE É MELHOR QUE EU? VOCÊ O AMA?

- Mikael não diga asneiras...

"Ssssslllllaaaaapppp"

Ouço o som e sinto meu rosto arder.

Sim, ele me deu um tapa.

Eu não queria, mas a dor me fez chorar.

Mikael puxa meu braço com força fazendo eu levantar-me da cadeira.

Me arrasta pela casa, até que abre uma porta, minha visão está desfocada por eu estar chorando.

Desçemos uma escada, tropeço algumas vezes por causa da escuridão.

A escada acaba e ele deita-me em uma cama.

A cama tinha três faixas fixadas a ela. Percebo para o que servem quando Mikael prende uma nas minhas pernas, uma no meu tronco, e outra nas minhas mãos.

- Mikael... - digo tremendo de medo, mas acabo recebendo outro tapa.

- Calada. - fala frio.

Anda até uma estante e pega um esteleite.

Vem até mim com o objeto cortante e diz:

- Eu não queria marcar seu belo corpo, mas você me traiu, você merece isso.

- Não... Por favor... - imploro.

- Já disse: Calada.

Alisa minha coxa, mas logo em seguida desce o estileite pela mesma.

Urro de dor e choro mais ainda.
Ele me olha com pesar.

- Não queria fazer isto. Mas eu tenho que disciplinar a minha dama.

Faz um corte idêntico na outra coxa.

Choro mais ainda.

- Para... Por favor... - suplico.

Ele para do nada, me olha assustado e lágrimas brotam em seus olhos.

Mikael Bastos:

- Para... Por favor...

Quando ela diz isso, é impossível não lembrar de muitas coisas.

Dos gritos do meu pai.

Do choro da minha mãe.

Das cicatrizes que ela tem.

Das surras que eu tomava do meu pai quando intrometia-me.

Ao ter visão de tudo isso, olho para Hannya e só então percebo o que estou fazendo.

Paro imediatamente.

Solto as faixas e começo a chorar.

- Me perdoa... Por favor me perdoa... - vejo nos olhos de Hannya confusão.

Ela tenta se levantar, mas acaba gemendo de dor.

Carrego ela para fora do porão.

A coloco no sofá.

- Eu... Eu vou buscar a caixa de primeiros socorros. - digo e subo as escadas com pressa.

Pego a caixa numa gaveta e desço correndo.

Pego um pedaço de algodão e embebedo com água oxigenada
Passo em cima do corte da perna esquerda fazendo ela se contorcer. Faço o mesmo na direita.

Cubro as feridas com esparadrapos.

A levo para o quarto. Deito ela delicadamente na cama.

Tento beijar seu rosto, mas ela desvia.

Compreensível.

A cubro com o cobertor e saio do quarto.

Toda Minha (Em Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora