XLI

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Mikael Bastos:

Passou um dia desde o surto de Hannya. Me senti extremamente aliviado quando ela me disse que não lembra-se de nada.

Eu já tinha descoberto que minha amada era muito apegada ao pai. Isso justifica o pesadelo.

Se bem que não acho que tenha sido um pesadelo.
Acho que foi uma alucinação auditiva.

Sei que Hannya está sofrendo muito durante esses meses.
Ela precisa dos remédios.

Mas se ela os tomar, nossos filhos irão morrer.

Me preucupo com ela.

Estou pensando seriamente em fazê-lhe uma identidade falsa.
Assim, ela poderia ir a um Psiquiatra ou Psicológo enquanto não pode se medicar.

Além disso com uma identidade falsa, poderíamos casar de verdade no papel passado.

Está decidido. Vou falar com o Léo. Ele conhece um cara que trabalha com isto.

Poís é, Leonardo conhece todo mundo.

Traficantes de drogas, matadores, médicos clandestinos, cafetões, falsificantes. Tudo.

- Vôo 520, Moscou-New York. - diz uma voz feminina em Russo, e depois em Inglês. Entendo na segunda vez.

- Amor. - chamo delicadamente Hannya que está sonolenta com a cabeça no meu ombro - É o nosso vôo, vamos.

- Hum... Mas vai para New York. - diz ela com ar de 'Acabou de acordar'.

- Eu sei amor. Preste atenção, não existem vôos direto da Rússia ao Brasil. Saíremos de Moscou e iremos para New York. De lá, iremos à São Paulo, de São Paulo à Salvador.

- Tá bom. - fala e nos levantamos.

Hannya anda meio devagar por causa do peso da barriga, então eu levo sozinho as duas malas.

Ao entrarmos no avião Hannya pergunta onde estão os nossos acentos e a surpreendo a dizer que vamos de primeira classe.

Uns trinta minutos de vôo e Hannya já dorme, decido parar de ler o livro de Giorgio Faletti, e também me entrego ao cansaço.

...

Hannya Asahara:

Acordo em um quarto que apesar da decoração ser toda em branco está escuro.

Eu não gosto do escuro.

Acendo o abajur que ilumina minimamente o quarto. Tomo coragem e me levanto da cama.

Ando devagar pelo comôdo escutando somente os meus próprios passos.

Abro a porta e graças a Deus o corredor está iluminado.

Ando por lá até que ouço um som de passos. Olho para trás assustada.

Era uma criatura bizarra, eu não a enxergo direito. É como se fosse apenas um vulto, uma silhueta escura, um espectro.

Estremeço ao ouvir ele chamar meu nome. Hannya. Hannya.

Fala em tom rude como se eu fosse obrigada a falar com ele.

Sem pensar duas vezes, começo a correr. O ser estranho vem atrás de mim.

Ele continua me chamando.

- Hannya! Hannya!

- Hannya. Hannya. Ei, você precisa comer algo. -  diz Mikael como quem não quer nada.

Sorrio ao descobrir que foi só um pesadelo.

- Hum? - pergunto.

- Vo-cê  pre-ci-sa  co-mer  al-go. - fala Mikael.

- Tá bom.

Comemos temaki hot. Estava ótimo.

...

Acordo com Mikael chamando-me.

- Amor. Vamos já chegamos em Nova York.

- Tá. Tá. - levanto contrariada.

Desçemos a plataforma.

Ao chegarmos ao pátio do aeroporto vejo o quanto está cheio.

Na verdade, não sei por que estou surpresa. Estamos no
International Aeroport of New York.

Tem muita gente na minha frente isso me estressa um pouco.

- Excuse me. - (Com licença) digo timída e Mikael me olha surpreso.

- Fala inglês?

- Sim. - digo meio sem graça.

...

Acabamos pegando um táxi.

Não demora muito para chegarmos no hotel.

- Good afternoon. - diz uma moça loira, deixando claro no seu inglês ruim que não é americana.

- Good afternon. I brooked a room. - fala Mikael.

- Your name?

- Mikael Bastos Lee.

- Oh. Ok. Here is the key. Room 500, Mr. and Mrs. Lee.

- Tank you.

- Boa tarde.
- Boa tarde. Eu reservei um quarto.
- Seu nome?
- Mikael Bastos Lee.
- Ah. Sim. Aqui está a chave. Quarto 500 Sr. e Sra. Lee.
- Obrigado.

Senhor e Senhora Lee.



Toda Minha (Em Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora