XL

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Hannya Asahara:

Depois de assistir algumas seríes a fome começa a bater.

Já que o inutíl do Mikael ainda está no quarto. Terei de ir lá.

Levanto do sofá. Subo as escadas devagarzinho, segurando o corrimão.

Entro no quarto e escuto o som de zíper fechando.

Entro no closet.

- Mikael? - digo e o mesmo se vira para mim. - Você vai demorar muito nisto?

- Talvez... Você quer algo?

- Eu estou com fome. Mas se for demorar eu posso fazer a comida. - queria deixar bem claro que eu não dependia dele até para comer.

- Eu posso fazer... - se levanta. - O que quer comer?

- Feijão, macarrão e fígado.

- Tá bom, Srt. Pedreira. - goza Mikael.

- Vá fazer a comida logo. - digo e ele rise enquanto sai do quarto.

Me deito na cama e evito ao máximo olhar o teto.

...

- Hannya? Hannya, acorde. - ouço alguém me chamar, mas não reconheço a voz.

- Hum? - digo.

- Levanta agora pertubada estúpida! - a voz agora tem um tom rude, não era doce como a primeira.

- Eu quero dormir. - digo.

- Vai dormir lá na puta que pariu.

Eu queria abrir meus olhos e ver o saco de merda que estava falando daquele jeito comigo.
Eu queria mandá-lo tomar no rêgo bem gostoso. Mas eu não conseguia, não dava.

- Olhe só para você... Pensei que tu fosses mais inteligente Hann...

Espera. "Hann". Ninguém me chamava assim. Só o meu pai.

- Pai? - pergunto emocionando-me.

- Não me chame mais de pai. Eu esperava mais de você. Esperava que você se casasse com o Shu. Que você virasse médica. - pausa como quem está a ficar estressado - Não que você engravidasse aos 16 anos de um desequilibrado e muito menos que virasse uma assassina em série.

- Pai... Por favor...

- Agora você está sozinha Hannya.

- Não...

Mikael Bastos:

Estava temperando o macarrão até que escuto a voz de Hannya vindo do quarto. Ela falava com uma voz chorosa com uma voz que chamava de 'Pai', mas eu não ouvia retorno.

Subo as escadas correndo, precisava acalmar esse surto de Hannya.

Entro no quarto e Hannya está deitada, chorando e abraçando as pernas. Estranho o fato dela estar de olhos fechados.

- Pai... Por favor... - a ouço dizer, a cena me partia o coração - Não...

Não aguentando mais vê-la sofrer, vou até a cama e balanço seus ombros levemente.

- Hannya. Amor. - digo e logo a mesma acorda.

Ela me abraça e começa a chorar compulsivamente.

- Mik-Kael... O meu... O meu pai...-  diz em meio aos seus soluços.

- Shi... Calma amor... Já passou... - digo afagando minhas mãos em seus cabelos ralos.

Me deito na cama com a cabeça de Hannya em meu peito.

Lhe faço cafuné até ouvir a respiração calma de quem dorme. 

Mesmo não querendo, levanto da cama. Sei que quando Hannya acordar vai querer comer.

A solto com muita delicadeza, para a mesma não acordar.
Ajeito o travesseiro, a cubro até a altura dos ombros, fecho as cortinas e ligo o aquecedor.

Hannya é acostumada com o calor excessivo da Bahia, sei que o ar gélido de Moscou a incomodava.

Deixo ela, e saio do quarto sem fechar a porta.

Vou a cozinha e volto a fazer a comida.

Nota: Shu, é o filho de um amigo do Akyra (pai de Hannya)  e ele queria que Hannya se casasse com ele.

Toda Minha (Em Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora