Capítulo 8

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*Lucas POV*

Meu pai estava perplexo com tudo o que lhe contei. Ele pediu uma sopa, mas eu mal toquei no prato. Logo após o jantar ele foi para o escritório e ficou lá falando com o advogado. Falava sobre o meu divórcio.

Minha cabeça explodia e eu só conseguia pensar o quanto eu fui idiota por dez anos. Dez anos dedicados a uma traidora.

Eu passava os canais da TV com tanta força que achei que quebraria o controle. Meus próximos dias seriam assim, de raiva e ódio me consumindo.

- Lucas, tem visita pra você.

Levantei rápido achando que era a única pessoa que eu quería ver naquele momento, mas infelizmente não era.

- Fred?

- eu acabei de sair da casa da Sandra. E eu já imagino o que tá rolando.

Não consegui dizer nada.

- eu jamais faria isso com você e eu também jamais pensei que fosse pensar isso de mim.

- olha Fred eu...

- não é hora de dizer que eu estou decepcionado, eu sei. Sei também que devia ter contado antes pra você o que eu sempre soube.

- você sabia?

- desconfiava no começo, mas depois que ela pediu minha ajuda tive certeza, óbvio.

- foi mal. Por ter achado que...

- tudo bem. Eu vim pra me despedir.

- despedir?

- vou ficar uma temporada na Europa. Vai ser bom pra carreira.

- por isso foi ver a Sandra?

- sim.

- e como ela está?

- ela me bateu!

Soltei um riso tímido.

- como assim?

- ela veio pra cima de mim porque achou que eu... enfim...

- e quando disse que ia embora ela...

- acho que neste momento ela está mais preocupada com você.

- foi mal Fred. De verdade.

- tudo bem.

Eu sabia que ele estava chateado, mas infelizmente naquele momento eu não tinha forças pra pedir desculpas de verdade ou pelo menos como ele merecia.

Fred se foi e me deixou, além de tudo, me sentindo culpado. Aproveitei para ir pro meu quarto e é óbvio que pensei nela. Sandra era o meu pensamento bom, mas eu preferi não ligar ou mandar mensagem. Eu precisava esfriar minha cabeça e coloca-la no lugar e eu realmente decidi isso quando meu pai disse que tínhamos que resolver o divórcio o quanto antes.

No dia seguinte eu liguei pro meu chefe, expliquei o que havia acontecido e pedi duas semanas de férias. Sandra ficaria no meu lugar. Falamos uma vez por mensagem pra passar rápidas coordenadas e só. Eu estava sufocado, estava com raiva, estava decepcionado e estava com saudade, mas ficar longe dela era preciso. Eu precisava desse tempo pra mim, mas nos últimos dias de férias recebi uma mensagem dela que me deixou com esperança. Esperança de que alguém realmente poderia se importar comigo de verdade.

Eu tinha certeza de que estava atraído por ela

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Eu tinha certeza de que estava atraído por ela. Eu tinha certeza de que acabaria me separando de qualquer forma, por ela. O que eu estava sentindo estava indo longe demais e mesmo que eu tentasse seria impossível afastar esse sentimento.

A Sandra entrou na minha vida pra deixar uma marca que eu jamais achei que alguém deixaria, nem mesmo a minha ex-mulher. Ex? Era estranho pensar assim. Graças à Deus eu não casei na igreja, um arrependimento a menos.

Conversei com meu pai durante as duas semanas e tive o seu total apoio com relação à Sandra. Desde que eu fosse com calma. Ele tinha razão. Eu nem sabia o que era ser solteiro, mas eu sabia que ser solteiro não era uma opção permanente. Ela já estava na minha vida. Era inevitável. O que eu precisava fazer agora era conquista-la de verdade. Sem rodeios, sem culpa.

Montei uma estratégia na minha cabeça: continuaríamos amigos, eu a chamaria pra sair, nos conheceríamos como não nos conhecíamos até hoje e as coisas aconteceriam naturalmente. Perfeito.

- pai!!

Desci as escadas apressado.

- nossa, está com outra cara.

- eu já tenho tudo na minha cabeça para conquistar a Sandra.

Ele riu.

- não acha que é muito cedo, quer dizer... esquece. Não é cedo coisa nenhuma.

Dessa vez eu ri.

- acha que ela vai me querer?

- e porque não? Você não disse que ela estava envolvida também?

- é, mas daí tudo aconteceu, eu não falei mais com ela, o Fred foi embora. E se ela sente a falta dele?

- ela disse que sentia a sua falta.

- é, mas sempre acaba tudo em piada. Ela disfarça e não leva o assunto a sério.

- você era casado, é recém-divorciado, precisa dar um tempo a ela.

- é, vamos ver o que acontece. - dei de ombros

- vá com calma. Você não precisa ter pressa, não agora. Ela está próxima, sente algo por você e pronto. Tudo vai se resolver.

Assenti e esperei ansiosamente pelo dia seguinte. Seria o meu primeiro dia de trabalho depois das férias, depois de tudo o que aconteceu. Eu a veria de novo e ela me veria de um modo que não viu antes. Eu estava livre. Eu estava livre pra ela.

Fui dormir com os meus melhores pensamentos, mas logo caí na real. Sandra ainda era a minha estagiária e lutava por uma vaga efetiva. A única vaga efetiva. Deus, o que eu queria fazer? Não dava pra colocar tudo a perder. Era a carreira dela! Que apenas estava começando. Era o sonho dela, dos pais dela.

Ainda trabalhávamos na mesma empresa. Éramos chefe e estagiária. E agora? O que eu ia fazer? Como eu ia agir? Não. O meu caminho não estava livre pra ela. Estava do mesmo jeito. Estávamos encurralados. E eu definitivamente não sabia o que fazer.

 E eu definitivamente não sabia o que fazer

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Notas da autora:

Capítulo extra apenas para dar o gostinho do que vem por aí.

Beijos,

Jennifer C.

Programa de EstágioOnde histórias criam vida. Descubra agora