Capítulo 12

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Sandra POV.

Saí da casa do Lucas com as pernas bambas, literalmente. Eu não tinha transado muitas vezes na vida, mas essa com certeza foi a melhor. Eu imaginei que ele tivesse "pegada", mas não tanto. Não sei se Paul escutou os meus escândalos, mas eu não pensei muito no momento. Não tinha como pensar. 

Cheguei em casa nas pontas dos pés e fui direto pro quarto, mas é óbvio que eu não passaria despercebida.

- Sandra!?

Dei um pulo de susto. 

- mãe, um dia você ainda vai me matar de susto!

- são três e meia da manhã, onde estava?

- na casa da Cloe. - menti descaradamente

- da Cloe?

- é mãe, eu não disse que sairia com ela?

Ela me olhava da cabeça aos pés e a minha cara de "pós-foda" deveria estar bem evidente.

- posso ir dormir? - quebrei o silêncio

- claro, ann.. Domingo teremos que chegar bem cedo na igreja. 

- como sempre. 

- é, mas faremos uma reunião sobre o Encontro Anual dos Anglicanos.

- ow. okay. 

Ela sorriu e me olhou de novo. Deus, eu me sentia a pior das espécies por mentir.

(...)

Dormi como um anjo e sonhei com ele a noite toda, o que me fez acordar mais molhada do que seca. E mais animada também.

- bom dia. - disse meu pai com uma cara de poucos amigos

- bom dia!! - respondi toda feliz

- não acha que está faltando demais na faculdade?

Sabe quando te jogam um balde de água fria? Pois é.

- ann, estou faltando os dias que eu posso faltar.

- Sandra, faculdade é para ir todos os dias. Espero não ter que falar sobre isso com você novamente.

Minha mãe me olhou com pena e eu engoli seco.

Tomei meu café da manhã em silêncio. Aquilo ia tomar uma proporção maior e eu sabia disso.

- quem é? 

Meu pai fez a pergunta e me olhava intensamente esperando uma resposta.

- quem é quem?

- você está saindo com alguém, por isso está dispersa com os estudos e deve estar assim no trabalho também. Não me faça perguntar ao Lucas.

Eu quase engasguei, juro, mas me mantive séria, com um pedaço de melão na boca ainda tentando ser digerido.

- não.. estou.. saindo.. com ninguém.. 

Eu queria sumir.

- Eu sei que não é verdade e não vou me intrometer mais, se me prometer que vai andar na linha. Você tem vinte anos, uma carreira brilhante pela frente. Não estrague isso por uma aventura.

A palavra aventura ficou como eco na minha cabeça.

- eu preciso ir, senão vou me atrasar.

Levantei correndo e saí dali o mais rápido que eu pude. 

(...)

Ao chegar no escritório ele já estava lá. Ao abrir a porta ele me deu um sorriso tão lindo que eu só não derreti por ser de carne e osso. 

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