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- Eu não tenho mais namorada. - Disse ele tirando a aliança e jogando a no mar. 

   - Para de poluir o mar ele não tem culpa dos seus sentimentos. - Disse.

   - A falou a menina que estava chorando sobre a areia da praia. - Disse ele revirando os olhos.

   - Minhas lagrimas não vão poluir a areia da praia, minhas lágrimas são como as gotas da chuva quando o céu fica triste ele chora e ninguém reclama e o certo de se jogar aliança é num rio e não no mar. - Disse.

   - Acho que seu namorado também não vai gostar de saber que você esta ... - Eu o olhei nos olhos pela primeira vez e então ele parou de falar.

   - Ele morreu não é mesmo? - Perguntou ele.

    Eu concordei com a cabeça e respirei fundo e falei pra mim mesma que não ia chorar mais.

   - Desculpa. - Disse ele.

   - Não tem problema você não sabia. - Disse.

   - Faz pouco tempo? Se não quiser responder não precisa. - Perguntou ele.

   - Faz coisa de um mês e três semanas, ele e o meu irmão juntos. - Disse.

   - Nossa eu sinto muito mesmo, eu nem imagino minha vida sem meus irmãos. - Disse ele olhando pra baixo.

   - Eu nem sei o que fazer da minha vida sem o meu irmão. - Disse olhando pra lua. - O que te trouxe aqui hoje? - Perguntei.

   - A lua, vim jogar a aliança fora e agora vou acha lá para então jogar em algum rio como você disse. - Disse ele sorrindo coçando a cabeça.

   - Se as ondas já não levaram ela com certeza você vai achar. - Disse rindo.

   - Por que precisa jogar a aliança no rio? - Perguntou ele.

   - Dizem que dá boa sorte, sei la. - Disse dando de ombros.

   - Eu vou procurar sabe estou precisando de sorte. - Disse ele rindo.

   Ele se levantou e ficou procurando por alguns minutos, liguei a lanterna do meu celular e vi algo brilhando não muito longe de nós. 

  - Ali. - Apontei. 

  - Nossa que fracasso que eu sou tanto tempo procurando e não achei e você ao acender a lanterna já achou. - Disse ele.

  Eu apenas ri do que ele falou.

   - Que horas são? - Perguntou ele.

   - São quase cinco da manhã. - Respondi.

   - Nossa acho que já esta na hora de voltar para casa. -Disse ele. - Amanhã você quer ir comigo num rio que tem aqui perto jogar as alianças fora? - Perguntou ele.

   Esse menino realmente é louco, mal me conheceu e se eu realmente fosse uma psicopata. 

   - Eu não estou pronta para me desfazer da minha. - Disse.

   - Pelo menos me faz companhia eu prometo que não te toco senhorita "vampira." - Disse ele.

   - Ai jesus ta bom. - Disse rindo. 

   - Ok então até amanhã. - Disse.

   - Até daqui a pouco. - Corrigiu ele. 

   ...

  Eu fiquei ali na praia até o nascer do sol e foi uma das coisas mais lindas que já vi na vida e então voltei pra casa e subi pelo mesmo lugar que desci.

   - Posso saber onde a senhorita estava? - Perguntou Lucas deitado na minha cama

   Tomei o maior susto da minha vida e tapei minha boca para não gritar.

   - Você sabia que poderia ter me matado de susto né? - Perguntei.

   - Espero que tenha desistido da ideia de ir para um colégio interno. - Disse ele.

   - Digamos que essa ideia foi adiada. - Disse enquanto tirava a blusa de moletom.

   - Era do Bruno não é? - Perguntou ele.

   - Sim. - Respondi.

   - E pelo seus tênis você estava na praia. - Disse ele.

   - Sim. - Respondi. 

    Ele não falou mais nada, eu tirei o tênis e o deixei na janela, pedi para ele cobrir a cabeça e tirei minha roupa e coloquei meu pijama e me deitei ao lado dele na minha cama de solteira que naquele momento estava me sobrando só um pedacinho do colchão.

   - Você não vai sair não? - Perguntei.

   - Não eu estou confortável. - Disse ele.

   - Ah sim entendi a noite foi boa e você esta afim de jogar na minha cara que me usou para sair. - Disse. 

   - Eu não te usei para poder sair, eu pedi para sair com um amigo que esta de férias aqui no litoral, seu pai falou que duvidava que eu conseguiria te tirar do quarto e caso eu conseguisse nesse meio tempo eu tinha autorização para sair foi tipo uma aposta. - Disse ele.

   - Ah claro muito legal apostar sobre a vida dos outros. - Disse abraçando ele.

   - Que isso? Você me abraçando ta querendo que eu morra né espertinha. - Disse ele rindo.

   - Besta. - Disse

   - Desculpa ter feito isso eu fui um egoísta e só pensei em mim. Faz um favor de não fugir novamente. - Pediu ele.

   - Eu não fugi eu estava na praia aqui da frente o tempo todo. - Disse.

   - Entendi e só uma curiosidade como você desceu e subiu? - Perguntou ele.

   - Isso você vai continuar na curiosidade. - Respondi. - Agora fica quieto que eu quero dormir. 

   Não sei por quanto tempo ele permaneceu ali ao meu lado e nem quanto tempo levou para eu adormecer em cima dele, mas sei que dormi tranquilamente com ele mexendo no meu cabelo, só fui acordar quando escutei uns barulhos na janela, a chuva estava forte e meu tênis que estava na janela não estava mais, resolvi me levantar e descer as escadas somente de pijama já que pelo horário eu estaria sozinha em casa, Lucas vive trancado dentro do quarto.

   Desci meio sonada as escadas e entre um bocejo e outro eu errei os últimos degraus e cai de cara no chão. 

    - Manoela. - Gritou Lucas. - Sua louca você ta bem? - Perguntou ele.

    - Ai to sim calma, eu não sou louca. - Disse segurando no braço dele para me levantar.

   - Entendi você só não se acostumou com escadas ainda né. - Disse ele rindo.

   - Exatamente. - Disse jogando o cabelo para trás. 

   - Nossa não se mexe. - Disse ele.

   - Ai meu Deus do céu eu quebrei alguma coisa? - Perguntei aflita.

   - Não é só sua cara mesmo. - Disse ele rindo.

   - Ai como você é besta Lucas. - Disse fingindo estar brava. 

   Fui para a cozinha e peguei um pouco de sucrilhos e coloquei num pote e fui na geladeira procurar o leite mas para minha infelicidade o Lucas tinha bebido o leite e deixado o garrafa com apenas um dedo de leite e não tinha colocado outro para gelar.

  ...

Eu me chamo ManoelaOnde histórias criam vida. Descubra agora