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**Lucas**

- Como você acha que seus pais vão reagir? - Perguntou Rafael enquanto caminhávamos para casa.

- Sinceramente eu não sei. Carlos já tinha me dito que gostaria que eu começasse a trabalhar. - Disse.

- Entendi. - Disse ele.

- Você esta estranho, como foi com sua mãe? - Perguntei.

- Não era minha mãe, era meu pai e ele queria que eu voltasse para São Paulo, mas eu decidi que não. - Respondeu ele caminhando e encarando o chão.

- Se quiser contar tudo. - Disse.

Ele sorriu e me olhou.

- Não to bancando o psicologo relaxa, só o amigo. - Disse rindo.

- Essa frase é minha. - Disse ele.

- Eu sei. - Sorri.

- Digamos que o que me fez vir pra cá foi uma briga entre a gente, ele me disse coisas que eu ouvi ele dizendo pra cada um dos meus irmãos e com cada um deles não foi diferente, eles se levantaram apos a briga, arrumaram suas cosias e foram embora. - Contou Rafael.

- O que ele disse? - Perguntei.

- Que eu deveria deixar de ser o filhinho da mamãe, que tudo bem que eu tinha conquistado as minhas coisas mas que a minha mordomia tinha que acabar, eu paguei minha faculdade com o dinheiro do aluguel do meu apartamento lá de São Paulo, esse apartamento eu ganhei da minha avó, ela deu um pra cada neto e neta. - Contou ele.

- Minha vó podia fazer isso também. - Disse.

- Meu avô morreu num acidente aéreo e deixou pra ela uma quantia milionária guardada, fora o seguro de vida, fora a aposentadoria e fora o que ela recebeu de indenização então ela ta muito bem de vida desde então e quando o dinheiro rendeu muito mais muito mais nas aplicações dela, ela investiu em imóvel, comprou ao todos 24 apartamentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, depois começou a viajar e sempre que viajava levava algum filho com a família junto...

Ele parou por um minuto e me encarou.

- Quer que eu continue com toda essa história ou quer que eu pule para hoje? - Perguntou ele.

- Pode continuar, é bom saber sobre você. Não sei nada da sua vida mesmo. - Respondi.

- Então, meu avô morreu faz quinze anos e ha mais ou menos uns 10 anos atrás foi quando ela decidiu pegar esses apartamentos e dar para os netos, ela me deu um perto da faculdade e falou que quando eu fosse cursar a faculdade era pra cursar ali perto e eu já tinha o apartamento, uns dois anos depois quando entrei na faculdade meus pais estavam apertados para pagar minha faculdade, meu irmão mais velho ia casar a empresa do meu pai estava em crise ai eu quase desisti da faculdade então tive a brilhante ideia de alugar o meu apartamento que esta alugado até hoje. Minha vó também me deu um carro, aquele que esta parado na frente da casa, era o antigo dela. - Contou ele.

- Seus outros primos também ganharam carros? - Perguntou Lucas.

- Não, eu sou o caçula da família e olha que minha avó me ama mas reclama disso até hoje, ninguém deu um bisneto pra ela ainda, mas já tem um a caminho com meu irmão pelo menos. - Respondeu ele. - Mas respondendo a sua pergunta, eu ganhei o carro dela porque ela resolveu comprar um blindado e como todos já tem carros e eu andava de metro pra cima e pra baixo ela me deu e ninguém achou ruim não, acharam até bom. Meus primos e eu somos muito unidos e sempre estamos de comum acordo com o que a nossa avó quer fazer, se ela quiser tirar dez mil da conta em dinheiro e jogar pela janela nós ajudaremos a jogar pela janela.

Eu me chamo ManoelaOnde histórias criam vida. Descubra agora