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**Lorena**

Voltei para a cozinha assim que mandei a mensagem para a Manu e voltei a me sentar na mesa.

- Seus pais estão se separando? - Perguntou Esmeralda

- Sim. - Respondi.

- Eu sinto muito. - Disse Cecília.

- Eu não sinto, só espero que minha mãe não consiga a guarda definitiva da Alice. - Disse.

- Como assim? - Perguntou Esmeralda.

Ela olhou em direção a porta da cozinha e Matteo estava entrando e voltou a se sentar ao lado da Cecília, provavelmente a Manu tinha o colocado para fora e ficaria o resto do dia ali esfregando o namoro falso na cara dela.

- Também gostaria de saber o por que? - Perguntou ele.

- Bom se participasse das nossas vidas mais além de ficar levando mulheres pra sua casa saberia. - Respondi.

- Ta doida de falar assim comigo? - Perguntou ele alterado.

- Isso é um assunto que diz respeito somente a minha família. - Respondi. - E antes que eu perca a cabeça com você, por gentileza me deem licença que eu vou até a Manu.

Me levantei e sai da cozinha, subi as escadas que a Manu havia subido e quando virei no corredor vi uma porta aberta e lá estava ela no chão olhando umas fotos.

- Que bom que você esta aqui. - Disse.

- Olha eu te amo muito mas a minha vontade é de ir embora. - Disse.

- O que houve? - Perguntou ela.

- Nada demais depois falamos sobre isso. - Disse. - E essas fotos?

- Quarto da Eduarda. - Respondeu ela.

Ficamos em silêncio enquanto ela guardava foto por foto dentro de uma caixa e depois subiu numa cadeira e guardou na parte de cima do guarda-roupa.

- E essa aqui? - Perguntei.

- Vou pedir pra ficar com ela. - Respondeu ela.

- Por que? - Perguntei.

- Eu tenho a metade dessa foto, Eduarda e eu já estivemos juntas quando crianças. - Disse ela sorrindo.

- Fico feliz que pelo menos sua vinda até aqui não tenha sido em vão. - Disse.

Ela concordou e continuou olhando as outras caixas.

- Sabe eu queria ter raiva dos dois por isso, por terem separado a gente. - Disse.

- Então você não odeia mais a Esmeralda? - Perguntei.

- Não como antes, é que conhecendo ela melhor e sabendo dos fatos eu entendo mais as coisas mas eu não entendo porque fizeram mas também não consigo sentir raiva deles. - Respondeu ela.

- Eu te entendo. - Disse.

Ela pegou a foto e colocou no bolso e continuou andando pelo quarto, mexeu na mesinha, mexeu em tudo e quando íamos sair Esmeralda apareceu.

- E então? - Perguntou ela.

- Muito bom poder ver todas essas coisas. Mas eu preciso perguntar uma coisa. - Disse Manu.

- Sobre o que? - Perguntou ela.

Saímos do quarto e ela fechou a porta e fomos em direção a escada.

- Eu quero ficar com uma foto que achei. - Disse Manu pegando a foto no bolso.

- Pode ficar com o que quiser dela, até as roupas sei que ela gostaria e eu adoraria ver você usando alguma coisa dela. - Disse ela. - Mas que foto é?

- Essa. - Disse Manu entregando a foto pra ela.

- Ah essa foto. - Disse ela devolvendo a foto pra Manu.

- Eu tenho a outra metade a minha metade e queria entender. - Disse Manu.

- Na verdade você tem a Eduarda e ela tinha você. - Disse Esmeralda.

Ela pegou a foto novamente e virou mostrando uma data na parte de trás e um M pequeno com um coração.

- Pode olhar sua foto depois tem a data e um E de Eduarda. - Contou ela.

Olhei para Manu e os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

...

**Manoela**

- Me conta sobre esse dia. - Pedi.

Meus olhos já ardiam e eu queria desabar em lágrimas por ter um dia conhecido a minha irmã.

- Vamos pra sala. - Pediu Esmeralda.

Lorena segurou minha mão e descemos na frente dela até a sala, me sentei no sofá.

- Filha nesse dia vocês estavam com quase dois anos e eu fui visitar a vó de vocês e encontrei seu pai e vocês duas se viram e se encantaram uma pela outra, começaram a brincar, correr e dar risada e então tiramos essa foto e revelei e depois levei pra ele então brigamos mais uma vez e ele rasgou a foto dizendo que você nunca saberia da nossa existência... Mas não pense que estou contando isso para você ficar com raiva do seu pai. - Disse ela

- Não irei ficar. - Disse.

- Então ele rasgou a foto e acho que não percebeu que ficou a metade que era a Eduarda por serem muito parecidas. - Contou ela.

Coloquei a foto próxima do meu peito e desabei a chorar só de imaginar e por querer lembrar desse dia.

- Você podia ter filmado, como eu queria lembrar desse dia, lembrar dela. - Disse parando de chorar.

- Tenho que ver se tenho guardado na antiga casa da sua avó. Porque se eu filmei não trouxe pra cá para não saberem de você. - Disse ela.

...

Eu me chamo ManoelaOnde histórias criam vida. Descubra agora