Eu me chamo Manoela

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**Manoela**

Meu coração estava acelerado e ela não falava nada, na verdade eu gostaria que ninguém estivesse ali mas não queria pedir para ninguém sair, pois não queria ficar sozinha com ela.

- Bom eu vou tentar ser direta ou você quer que eu conte desde o início? - Perguntou ela.

- Quero saber tudo. - Disse.

- Bom bem antes deu pensar em me casar com o me atual marido eu conheci o seu pai e gostei dele mas eu acabei me afastando e me casei fiquei grávida da minha primeira filha a Cecília que é um ano mais velha que você. - Ela parou um pouco e pegou um copo de água que o Mateo havia levado pra ela. - Voltei para São José para levar a Cecilia para ver minha mãe e acabei encontrando seu pai novamente e nos envolvendo e nisso eu engravidei de você e da Eduarda.

- Quem é Eduarda? Eu tenho uma irmã gêmea? - Perguntei.

Ela não falava nada, eu sabia quem era Eduarda mas não queria que ela soubesse disso. Me doeu saber que ela era minha irmã gêmea, agora fazia mais sentido a Cecília me odiar por causa do Caetano.

- Eu vou chegar lá. Logo que descobri a gravidez eu sabia que meu marido desconfiaria pela diferença das datas de quando fui para a minha mãe e quando eu voltei uma semana depois que foi quando eu descobri e inventei que minha mãe não estava bem e voltei pra lá contei pro seu pai e ele disse que eu podia largar meu marido e ele cuidaria de nós eu falei que não pois não largaria a Cecília e era fato que o meu marido tiraria ela de mim então eu falei que ia abortar você pois até então eu estava grávida de um bebê apenas. Voltei para a minha casa e contei pro meu marido que estava grávida e ele ficou feliz mas desconfiado e eu disse que precisava ficar com a minha mãe pois ela não estava bem ele ainda desconfiado aceitou mas disse que colocaria um motorista a minha disposição eu não pude recusar. - Disse ela.

- Você só pulou a parte do "nós brigamos pois quando eu disse que você não ia abortar a minha filha você insistiu dizendo que ia". - Disse meu pai.

- Calma Carlos. - Disse Fernando.

- Bom não quero entrar em detalhes só estou contando a história pra ela resumidamente. Enfim eu me comunicava com o seu pai por mensagem e por um amigo em comum e com quatro meses descobri que eram gêmeas seu pai não te contou isso não é mesmo mas enfim ele ficou feliz e nós chegamos ao acordo de que eu ficaria com uma e ele com a outra e no dia do parto ele iria buscar você já que eu teria o parto em casa no dia do nascimento meu marido apareceu e me deixou muito nervosa o que atrapalhou tudo e me fez parar no hospital eu tive que subornar o médico e as enfermeiras e contei tudo eles estão inventaram a história que minha segunda filha havia nascido morta e meu marido ficou muito triste e eu também pois não cheguei nem sequer a olhar para você. Enfim depois eu comecei a sentir a sua falta mesmo sem ter convivido com você e vocês não eram gêmeas idênticas, seu pai sumiu, trocou de telefone e nem sequer quis saber da sua irmã, mudou de casa e eu nunca fiquei sabendo de vocês e com a morte da minha mãe eu não pude ir procurar mais pois o meu marido continuava a desconfiar de que a Eduarda não era filha dele e ele só foi descobrir quando você apareceu e o Caetano me contou que viu uma menina igual a Eduarda e perguntou se por acaso ela tinha uma irmã perdida e acabou que eu contei tudo pra ele e ele me ajudou a chegar até você. - Disse ela.

- O que aconteceu com a minha irmã? - Perguntei.

- Sua irmã morreu num acidente de carro. - Disse ela.

- Eu não sei se eu tenho raiva de vocês dois ou pena eu tinha uma irmã e nem sabia disso e ela certeza que morreu sem saber que eu existo também e agora a outra me odeia. - Disse secando as lágrimas.

- Filha não diga isso não seja cruel com nós dois. Não fizemos por mal só pensamos no bem das duas. - Disse Esmeralda. - Espero que um dia você possa me perdoar também. - Disse Esmeralda.

- Com certeza com o tempo eu irei perdoar você também. - Disse.

- E o Caetano também. - Disse Esmeralda.

Mateo arregalou os olhos e Fernando limpou a garganta.

- Vocês não entendem não é, que eu me senti usada pelo Caetano. Não é tão fácil como vocês falam eu fui separada da minha irmã que eu nunca vou poder conhecer e nem saber se somos parecidas em outras coisas além da aparência. Vocês nos tiraram tudo isso mas eu não odeio vocês eu sinto uma coisa que eu não sei explicar mas não me peçam para esquecer isso de uma hora pra outra e passar uma borracha como se tudo fosse fácil. - Disse.

- Tente entender que pra gente também não foi fácil. - Disse meu pai.

- Não estou dizendo que é pai. Só estou dizendo que também não está fácil pra mim absorver toda essa história. - Disse

- Eu só queria te pedir uma coisa. - Disse Esmeralda.

- O que? - Perguntei.

- Um abraço. - Pediu Esmeralda.

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