Eu me chamo Manoela

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**Manoela**

Os três ficaram comigo até depois da janta, no dia seguinte para minha felicidade era feriado Lucia foi com o motorista me buscar pois ia comprar peixe por causa da pascoa. 

  - Você ainda ta brava comigo? - Perguntou ela.

  - Claro que não você não tem culpa do meu pai ter mentido pra mim, ele só te colocou no meio disso tudo. - Disse.

  - Eu gostaria de te contar como eu fiquei sabendo e assim acho que você pode entender um pouco o lado do seu pai. - Disse ela.

  - Pode ser. - Disse.

  - Assim você vai entender quem é a sua mãe. - Disse ela respirando fundo.

  - A minha mãe é você. - Disse.

  Ela sorriu e beijou o topo da minha cabeça, pegamos o peixe e fomos para o carro e fomos para casa.

   - Eu ainda não sei o seu nome. - Disse descendo do carro. 

   - Martin, senhorita Manoela. - Disse ele.

   - Muito Prazer Martin. - Disse.

   Entrei em casa e Lucia já estava na sala e me chamou para sentar com ela.

   - Pronto pode começar. - Disse.

   - Quando você tinha cinco anos, seu pai fez um ensaio com você, aquelas fotos lindas no parque que você tem e uma a gente inscreveu num concurso e saiu numa revista pequena que você também tem guardada naquela caixa. - Disse ela sorrindo. - E então o pesadelo aconteceu a sua, quer dizer a Esmeralda apareceu e disse que queria ver você e que estava arrependida e que queria você pra ela, seu pai enlouqueceu na hora e mandou ela ir embora e nunca mais aparecer na frente dele os dois discutiram feio e ela ameaçou ir na justiça pra te tirar dele então seu pai procurou a enfermeira que fez o parto dela e ela aceitou testemunhar a favor do seu pai e quando a Esmeralda soube ela desistiu na hora e então ficamos anos sem saber dela até nos mudarmos pra cá e ela descobrir e começar a procurar seu pai e falar que tinha o direito de ver você e depois começou a mandar os presentes e seu pai foi atrás dela e chegou a conclusão que era melhor você saber logo mas claro que não pensamos que você ia ter aquela reação quando visse ela realmente achamos que você ia ficar feliz em saber que ela estava viva. - Disse Lucia.

  - Feliz não, não tem como ficar feliz sabendo que nunca fui desejada, que a mulher que me gerou preferia arrancar meu corpo de dentro do dela e seguir a vida dela como se nada tivesse acontecido, o que ela tinha na cabeça pra achar que eu ia ficar feliz em saber que ela esta viva ainda mais sabendo que ela nunca me desejou? Só porque ela ficou arrependida pelo amor de Deus. - Disse segurando o choro.

   - O que você não sabe filha é como tudo isso aconteceu. - Disse meu pai entrando na sala.

   - Sou toda ouvidos pai. - Disse cruzando os braços.

   - Eu vou te contar ok. - Disse ele se sentando na poltrona perto de onde eu estava. - Conheci a Esmeralda numa festa e nos envolvemos nosso relacionamento não durou nem três meses porque eu descobri que ela era casada e então eu falei pra ela que não ia ser o amante de ninguém e mandei ela ir embora, um mês depois eu descobri por uma amiga em comum que ela estava grávida e que iria abortar pois se o marido descobrisse ele ia matar ela, na verdade ele ia deixar ela sem nada e ela não suportaria viver sem o dinheiro dele, então eu consegui encontrar com ela e impedi que ela fizesse isso, ela disse pra ele que iria viajar pra cuidar da avó doente em minas e foi ficou lá pelos oito meses certinho e voltou quando já estava prestes a dar a luz então quando fomos para o hospital a enfermeira fez as perguntas e ela falou que não queria registrar a menina que não ia ser filha dela e a enfermeira ficou muito assustada e ai quando eu contei tudo ela entendeu e por isso quando a Esmeralda apareceu eu acabei procurando ela novamente e ela aceitou na hora. Filha eu não tive a intenção de mentir pra você eu simplesmente não queria que você soubesse o monstro que sua mãe é. - Disse ele.

   - Ela não é minha mãe. - Disse. - Eu só tenho uma mãe e ela é a Lucia foi ela quem me criou, ela que me deu amor, carinho, atenção e tudo que eu precisei então não aquele ser humano chamado Esmeralda morreu pra mim no momento em que ela decidiu que ia me abortar e eu morri pra ela e eu espero do fundo do meu coração que ela não volte a me procurar nunca mais na vida dela pois senão eu serei obrigada a falar tudo isso na cara dela. - Disse enxugando as lágrimas que escorriam no meu rosto.

   - Ta vendo maninha pelo menos você não matou a sua mãe e não tem porque acreditar naquela coisa da morte. - Disse Lucas. 

   Eu ri da forma como ele falou, recebi um abraço de família e depois Lucia e Lucas foram pra cozinha e meu pai se sentou ao meu lado.

   - Só por favor me perdoa tudo que eu fiz foi porque eu tive medo de te perder. - Disse ele.

   Eu o abracei.

   - Pai perdoa eu não ter te ouvido antes de ficar brava, mas é que eu conto tudo pra você e você escondeu isso de mim foi difícil mas eu entendo seu lado e você nunca vai me perder pai. - Disse.

   - Se você me conta tudo. - Disse ele limpando o rosto. - Não tem nada pra me contar que aconteceu não? - Perguntou ele.

   Na hora eu gelei do que será que ele tava falando será que ele sabia que eu tinha perdido a virgindade, meu Deus mil coisas se passaram na minha cabeça e eu não sabia o que responder.

   - Você ta falando de que exatamente? - Perguntei.

   - Fala pro Caetano que eu to esperando ele pra conversar. - Disse ele me dando um beijo na testa. 

   - Pai por acaso você sabe que eu e o Caetano transamos? - Perguntei sem olhar pra ele.