O brilho do broche

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Apoiada em Jero, Victória consegue entrar no carro, ele dá a volta e entra também.
- Como está o seu pé? Ele preocupadamente pergunta.
- Quase no lugar.  Ela ri.
- E para onde você quer que eu te leve?
- Para minha casa, por favor.
Antes dele ligar o carro ela pergunta:
- Jerônimo, por que a Valéria estava no seu apartamento ontem a noite?
- Ah, ela passou para me buscar, fomos num bar. Espera... esta com ciúmes Victória?
- Não... 
- Ahan...
- Talvez... é que...
E ele a beija no rosto.
- Você fica linda enciumada! Ela só me chamou para sair porque me achou desanimado.

 - Você desanimado?!
- Sim, não é fácil manter essa carisma toda e essa simpatia o tempo todo, ainda mais quando alguém que você gosta pede para ser seu amigo...
Ela para de olhar para ele. Se sentindo um pouco insegura, ela esfrega uma mão na outra. Ele pega na mão dela e diz:
- Gosto tanto de você que não sei se vou aguentar ser seu amigo por muito tempo...
Ela confessa:
- Às vezes nem eu Jerônimo...
Ele se aproxima, coloca o cabelo dela de perto da orelha entre os seus dedos.
- Eu vou esperar Victória. Eu vou esperar você perder o medo de estar comigo. Ela o olha carinhosamente. Ele a abraça forte a ponto de sentir os seios dela sobre o seu peito. Uma lágrima corre dos olhos dele, ele percebeu que ela ainda amava o ex. No desfazer do abraço ela nota o rastro da lágrima.
- Não posso Jerônimo, não posso guerrear contra tudo e contra todos por alguém que conheci a tão pouco tempo .
- Mas você pode lutar pelo que sente! Eu me sinto tão atraído por você que ás vezes tenho que me controlar.
Ela não tinha mais dúvidas de que ele sentia algo a mais por ela, mas não podia dizer sobre si mesma.
- Obrigada, Jerônimo. Obrigada por me querer assim.
Ele solta da mão dela e começa a dirigir, mas ao colocar a mão no câmbio do carro ela segura na mão dele.
Após se despedirem, Victória entra em casa fecha a porta e fica em pé atrás dela e volta a recordar tudo que ele havia dito, principalmente a parte de esperar ela perder o medo de estar junto dele. Ela larga a bolsa no sofá e caminha até o escritório. Sobre a mesa ela encontra os papéis do divórcio e senta-se. Bem ao lado da caneta estava o broche, o primeiro presente que Jerônimo havia dado a ela. Victória segura o broche com uma mão, observa atentamente o seu formato de flor e os strass que o desenhava. O broche tinha um brilho forte capaz de dar força a qualquer mulher. Ela invejou o broche e com apenas um traço ela assinou os papéis, os colocou de lado e voltou a olhar o broche que refletia o seu olhar.

Ela ainda sabe amarOnde histórias criam vida. Descubra agora