Quase 50

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Ainda um pouco indisposto, Jerônimo com a cabeça sobre os seios de Victória volta a olhá-la e lhe dá outro beijo na boca. Ela com os olhos fechados e admirável surpresa, ela se estremece, mas não se entrega toda e deixa de beijá-lo. Ela o tira de cima dela e vai em direção à mesa da sala de jantar.
__  Não, Jerônimo, isso não pode acontecer.
Ele quase cai no chão quando ela o empurra de leve, mas consegue se apoiar no braço do sofá e senta.
__  O que não pode acontecer, Victória? 
__ Isso Jerônimo!
__ O quê? Eu gostar de voce?
__  Sim!... Não! Jerônimo quantos anos você tem?
__  Hum... 34!
__  Viu, e eu vou fazer 50 daqui cinco dias. Você é muito novo! Não frequentamos os mesmos lugares, não comemos a mesma comida. Eu tenho idade para ser a sua mãe.
Jerônimo franzi a sobrancelha ao olhar para ela.
__ Victória, em primeiro lugar você não é a minha mãe. Segundo, você ainda não tem 50 anos e pouco importa se frequentamos os mesmos lugares, porque o único que quero é estar com você..
__  Não me iluda, Jerônimo, a diferença de idade entre nós será um empecilho seja lá o que sentimos pelo outro. Acho que estou indo longe demais...
__ Eu gosto de você, Victória!

Ela se levanta e segura no ombro dela:
__  Realmente quer que haja algo a mais entre nós?! Você vai me deixar de querer quando notar o que o tempo faz sobre o corpo de uma mulher, porque vem as estrias, as celulites, as rugas. Não sou como as mulheres que você já transou Jerônimo! 
Ele também se levanta:
__ Vict eu gosto de você e não é só da sua aparência! Me encanta a sua pele, os seus lábios, seu cabelo, seus olhos, me encanta VOCÊ!
__  Jerônimo, eu acabei de sair de um casamento, não sei se ainda sou capaz de viver outra relação. Creio que seria melhor para mim, melhor para você, se formos apenas amigos.
Ela se livra das mãos dele, pega a bolsa  e vai em direção à porta.
__ Não faça isso comigo Victória!
Victória dá um último olhar para Jerônimo que fica paralisado com a atitude dela. Ela fecha a porta. 
Ele grita:
__ VICTÓRIA!!!
Com a mão ainda na maçaneta, mas com a porta já fechada, ela sente uma lágrima nela correr.

Ela ainda sabe amarOnde histórias criam vida. Descubra agora