Eu aceito ser seu amigo

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Na manhã seguinte, Jero acordou mais atrasado do que o comum,  sentou-se na cama, passou as mãos sobre o rosto e lembrou-se do que disse ontem: “Ela será minha”. Depois se levantou, se arrumou, mal tomou café e foi para o trabalho. Chegando lá ele se depara com a sua chefe:
- Bom dia, Jerônimo!
Ela nota que ele não a olha e o segura pelos braços:
- Ah! Bom dia,Valéria!
- O que você tem?
- Nada, Vale, só estou um pouco cansado.
- Animo, Jerônimo! Você não é assim, até parece que está sofrendo por amor.
- Talvez...
Valeria sentiu uma pontada de ciúmes porque ela o amou desde a primeira vez que os dois dormiram juntos por puro prazer. Jero acreditou que ela entendeu que tudo passou de uma única noite e que ela não havia sentido nada por ele, ao menos também foi isso que ela disse depois. Ao vê-lo naquele estado ela lhe faz um convite:
- Vamos a um bar excelente que conheci ontem?
- Melhor não, Valeria...
- Vamos! Lá tem música ao vivo e podemos beber alguma coisa para relaxar. Vamos, Jerônimo! Animo!
- Hum... Okay,Vale! Mas nós vamos embora cedo!
Ela dá um pulinho de emoção e quase cai, mas Jero a segura:
- Às 19h eu passo no seu apartamento. - disse ela entusiasmada.
- Combinado1
À noite, e já no bar, os dois entraram de braços dados. O lugar era agradável enão muito grande. Havia aquelas mesas redondas e compridas que mal cabe um prato, open bar e um palco onde sempre tocava a mesma banda. 
- Vamos ficar com essa mesa aqui mais perto do palco?!
- Pode ser.
- O que vai querer beber? 
- Só uma ice mesmo. Obrigado!
De frente para o palco, Jero olhava a banda se preparar, montar os instrumentos e ligar os aparelhos, até que nota que um jovem descobre que uma das caixas de som queimou e que eles não poderiam se apresentar com uma apenas. Após ver o desespero do jovem Jero pergunta:
- E aí, rapaz, você tem outra caixa para substituir?
Envergonhado e sem saber o que fazer ele responde que não.
- Eu sou jornalista, mas atualmente trabalho como locutor de rádio e eu tenho uma no meu carro, caso você queira.
- Pow! Sério! Muito obrigado, cara, eu aceito sim.
Valeria volta e ele explica o que aconteceu e diz que vai até o carro. Na volta ele ajuda o rapaz a instalar e aprontar tudo. 
- Pow, valeu mesmo! Qual é seu nome?
- Jerônimo!
- Obrigado, Jerônimo! Me chamo Santiago!
- Prazer, rapaz!
E a música começa a reavivar o ambiente.
No outro dia, e desde ontem à noite, Victória esperava ansiosa por um telefonema de Jero. Pela manhã ficava pendente a todos os telefones, mas nenhuma ligação, pelo menos não dele.
Até que no cair da noite, quando ela já estava pronta para dormir, o telefone do seu quarto toca:
- Victória, eu aceito!
- Jerônimo?!
- Sim, eu aceito ser seu amigo.
Ela não fala nada.
- Se é isso que você quer eu aceito, contanto que eu possa te ver. 
Ela continua sem dizer nada.
- Victória, como grandes amigos, eu a convido a almoçar comigo amanhã no lugar de sempre, que tal?
Nem um piu.
- Diz que sim...
- ...Sim, Jerônimo.
Ela ouve o grito dele do outro lado e ri docemente.
- Beijos, Victória!
-Beijos, Jerônimo!
Ao ouvir isso ele beija o próprio telefone.

Ela ainda sabe amarOnde histórias criam vida. Descubra agora