Confusão

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Ainda na casa de Camila.
- Victória você ainda não me contou...
- Do que está falando Camila?
Camila coloca as duas mãos sobre as de Victória.
- Sobre a sua noite com Jerônimo!!!
- Ai, Camila... Você e o Jerônimo juntos são impossíveis!
- É, a gente tenta. Mas me conta como ele é na cama?
- Camila!!!
A amiga se entusiasma.
- Ele é delicado ou selvagem?
Victória apoia o cotuvelo no sofá e coloca a mão sobre o queixo.
- Hum... delicado.
Victória fica vermelha.
- Mas ele ...
- Sim, se vê que ele pode ser muito selvagem!
Ambas riram.
- Ai, Camila... Jerônimo me levou ao céus! Foi inesquecível!
- Se eu soubesse que vocês dois se dariam tão bem eu teria lhes apresentado antes.
- É disso que tenho mais medo. Nos damos tão bem e gostamos tanto um do outro que eu tenho medo de perdê-lo.
- Ôh, amiga...
Camila volta a segurar a sua mão.

- Bem, agora vá para casa e se arrume, senão vai chegar atrasada para ver o diabinho.
- Ai, ai...  Resmungou Victória.
Na rádio, Jerônimo trabalhava bastante para dar conta da programação. Organizava os horários com os patrocinadores e os brindes para os participantes. Havia uma parte do trabalho atrasada. Ele estava concentrado até que a sua chefe Valéria bate na porta.
- Oi, Vale!
- Oi, Jerônimo! Você viu os papéis que a Carla deixou na sua mesa?
- Sim, tenho que revisá-los e te entrego amanhã.
Ela entra na sala e fica do outro lado da mesa:
- Não! Eu preciso que você os revise o quanto antes, pois só depois disso eu posso assinar e anexá-los ao contrato.
Jerônimo se desespera:
- Mas, Vale, eu não tenho como terminar isso agora a tarde. Possivelmente eu terminaria a noite se começasse agora.
- Hum... está bem. Tem como você me entregá-lo em casa amanhã? Assim, quando eu vier a tarde eu já entrego para os negociantes, que tal?
- Pode ser! Sem problemas!
Ele sai de trás da mesa, segura o rosto dela com as duas mãos e beija o seu rosto.
- Obrigado!
Ele sai da sala e a deixa só:
- Um dia voltará a ser meu Jerônimo... você vai voltar a ser meu, diz ela olhando através da janela.
As horas passaram de pressa e Jerô já estava devolta ao seu apartamento.
- Filho, como eu te disse, quero que se comporte e seja educado com Victória!
- Vou tentar Pai, mas ja disse que não quero conhecê-la!
- Martin! Bem, vou ao mercado comprar algo para a gente beber e vou pedir algumas pizzas. Não me demoro.  Ele beija a testa do filho. Juízo em!
- “Tá”!
Na mansão, Victória avisou a Carlota que não jantaria em casa. Ela tomou banho, lavou o cabelo, escovou, colocou uma das roupas que comprou com Camila. Pôs brincos simples, um colar de pedras, salto bege e um pouco de perfume. Estava pronta para encarar Martin. Antes de sair deixou um recado para Mariana.
No apartamento de Jerô o telefone toca:
- Pronto!  Atende Martin.
- Martin?
- Sim!
- Sou eu Valéria, a chefe do seu Pai!
- Ah, sim, meu pai já me falou da Senhora.
- Oh, não me chame assim, pode me chamar de você mesmo. Ouça, seu pai está em casa?
- Não, acabou de sair mas ele volta rápido.
- Hum.. você saberia me dizer se ele terminou de revisar algum tipo de contrato?
- Ah, sim! Martin se levantou,  foi até a mesa do computador e segurou o contrato. Ele trabalhou nisso quando voltou do trabalho. Está pronto!
- Que bom! Teria como eu ir ai rapidinho para pegar eles? Assim eu dou menos trabalho ao seu pai.
- Sim, eu entrego ele para você.
- Obrigada!
Alguns minutos depois a campainha do apartamento toca, Martin abre a porta. Era Victória.
- Oi, Martin!
- Oi, como você veio rápido. Pode entrar, fique à vontade.
- Ah, sim! Obrigada!
- Meu pai foi ao mercado e já volta, se você quiser esperar...
- Eu vou sim. Victória se senta no sofá.
- Nossa você é muito bonita!
Victória mal podia acreditar que ficaria sozinha com Martin e que ele estava sendo tão educado com ela. O nervosismo dela estava até passando.
- Obrigada, Martin! E você também, pois se parece muito com o seu pai.
- É sim, talvez seja pelo cabelo, mas o meu é mais charmoso.
Victória ria:
- Tão exibido quanto o pai.
- Se eu não tenho herança financeira pelo menos ela é genética.
Ambos riram depois um ficou olhando para cara do outro já sem assunto.
- Gostaria de me ver jogando Farm?
- Âhn, claro!
Ele pega o notebook e pede para ela ir ao quarto dele.
- Vamos! Ela segue ele, mas dá apenas quatro passos.
- É aqui! Aponta Martin para um barraca do outro lado da sala.
- Você dorme em uma barraca?
- Sim, não há outro quarto no apartamento e eu não gosto de dormir com o meu pai, pensa dois homens na mesma cama, seria estranho. Ela ri. Senta aqui! Ele bate no chão da barraca ao lado dele.
Victória abaixa e senta. 
- Desde quando eu era pequeno meu pai me colocava para dormir aqui. Ele me fazia acreditar que estávamos em uma floresta acampando.
- Você sempre ficou revesando com seu pai e com a sua mãe?
- Sim, mas sempre quis morar com os dois juntos como eles eram antes de eu nascer.
Victória se fecha.
- Mas hoje eu entendo que meu pai ja não faz tanta questão disso.
Jerônimo estava demorando, Martin teve tempo até para ensinar um jogo a Victória. De subito Jerônimo chega, deixa a porta aberta,  coloca as compras e as pizzas sobre a mesa:
- Filho que trânsito horrível!  Ele ergue o cabelo para refrescar e depois olha para a barraca.
- Victória!  Diz ele surpreso.
- Oi, Jerônimo!
- Victória?! Indaga Martin sem entender e olhando para ela.
- Eu pensei que você fosse... Uma voz vinda do corredor o interrompe.
- Jerônimo! Exclama Valéria que ao chegar fica olhando para o amigo em pé, e Victória e Martin lado a lado.

Ela ainda sabe amarOnde histórias criam vida. Descubra agora