◆◇◆◇◆◇◆Penas de Falcões salpicam todo o chão, criando alos desformais sem um padrão definido.
Ao longe, eles contornam o pico dos rochedos e das colinas mais altas, enviando sons de liberdade em direção ao vento.
Sons cujo significado jamais irei conhecer.
Ao me lado, Jota está sentado, silencioso como sempre, esperando seu momento certo para me aplicar o tão conhecido sermão. E o momento certo é aquele onde ele já possuí alguma certeza de que estou inteira novamente e com minhas faculdades mentais em pleno funcionamento. Devemos estar em algum lugar próximo do Cerco, pois a mata aqui não está sendo vigiada. A clareira que escolhi as cegas ontem é bonita, sendo privilegiada com a visão de cedros altos pontilhando as veiradas de uma pequena fonte que desce numa linha torta do ponto mais alto do declive cheio de musgo. Já consegui me livrar de boa parte do sangue, mas não me aventurei a beber a água do córrego, temendo a existência de corpos em decomposição em contato com algum ponto da longa extensão do canal.
Há sempre uma possibilidade antes do Cerco.
Gândarenses que tentaram escapar e se depararam com os Insignantes do Cerco. Parece um excelente motivo para que eu evite as águas do córrego. Tenho certeza que eles nem sempre se dão ao trabalho de criar fogueiras para se livrar de todas as provas existenciais...
Jota tem suas sobrancelhas franzidas, encarando o nada enquanto despedaço o punhado de amoras silvestres que ele surrupiou em algum ponto da floresta em seu caminho até aqui, e me aproveito de seu silêncio para engolir o aperitivo com sagacidade. Jota não costuma entrar descuidadamente na floresta, e é o mais próximo que eu tenho de um amigo. Suas entradas e saídas são cronometradas com algum cálculo que ele determinou após vigiar por algum tempo a variação de turnos dos cadetes Insginantes.
Geralmente, quando eu sumo, ele sempre vem, porque sabe que algo errado aconteceu... Ou que tudo que poderia dar certo deu errado, ou que nada pode dar certo porque dá sempre tudo errado. Minha vida é um constante erro retórico, recheado de equações inversas que não funcionaram. As equações se resumem a escolhas. Que nunca foram feitas nem nunca poderão ser, refratando a falta de opções. Aqui, existe apenas o dever e sua boa vontade de segui-lo. Se não o fizer, então não há dever... Nem você.
Há simplicidade de compreensão nos termos. Aqui, colocamos uma venda nos olhos e caminhamos rumo a escuridão. Você só se nega a compreender quando se parece comigo. Ou quando se nega a usar a venda ou exige que as luzes sejam acesas.
Quando todas as suas forças estão concentradas em único ideal: fugir. Mas sei que isso não é possível. No entanto, não gosto de adimitir e me sentir vulnerável. Faz as coisas parecerem piores do que já são.
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INSÍGNIA_ Guerra Das Máquinas I
Science Fiction"Primeiro, houve a explosão. Depois, as luzes. Em seguida, o mundo acabou. E então, começou de novo. Num Depois onde o vínculo da passagem de tempo com o Antes se tornou uma sombra remota do que um dia foi o coração humano. O descontrole evo...