anteriormente...
– Relaxa, Lory, só tente terminar – Shawn diz baixinho, fazendo com que só nós dois ouvissemos e eu recebessse mais um olhar de minha psicóloga.
___________________________________– Enfim, tenho um irmão menor e tento fazer com que isso não o afete. Mas esses dias ele veio até meu quarto de madrugada. Perguntou se nosso pai estava melhor, e vendo que a cada dia ele só se sente pior, Mike me perguntou se ele iria morrer. Eu quase tive um treco quando ele falou isso... E eu realmente me preocupei, Michael nunca tinha comentado nada sobre isso. Nessa noite ele disse que sentia falta de ter um pai por perto, de sair com ele de sábado pra fazer coisas legais e tal... Tudo isso porque a melhor amiga dele disse que tinha saído com o pai num programa muito divertido – nessa hora percebo Shawn soltar minha mão, porém eu a puxo de volta. Ele não podia a soltar agora, ele estava me passando segurança. Pelo menos por agora, eu tinha que ser vítima de seu toque em minha mão – A partir dessa noite, todos os dias, vamos falar com ele antes de sair para a escola. Desde aquele dia ele já tem levantado mais alegre e tem saído mais da cama – paro de falar e todos me olham apreensivos, num sinal de "já acabou, meu cheiro?". Abaixo minha cabeça e digo – Essa é minha história, espero que não tenha me prolongado muito.
– Isso foi ótimo, Lo. Obrigada por ter se aberto para nós – ela olha em volta e prossegue – Falta só uma pessoa, não? – Todos olham para Shawn e o mesmo começa a falar:
– Olá, meu nome é Shawn – chego mais perto de seu ouvido e sussurro:
– Mentir é feio, Peter – dou enfoque em seu segundo nome e ele ri, dando um aperto forte em minha mão.
– Tenho dezoito anos e faço terapia há pouco mais de dois anos. A origem de tudo isso foi um acidente, que aconteceu comigo e minha vó. Só que eu sobrevivi e ela faleceu – entrelaço nossos dedos e a seguro firme – Comecei esse tratamento porque eu achava que eu tinha toda a culpa do acidente, eu me martirizava a todo momento e achava que todos a minha volta faziam o mesmo. Eu não podia nem ouvir o nome ou qualquer um dos apelidos dela que eu já ficava agressivo e irritado e não podia ver ninguém na minha frente que eu já perdia o controle.
Percebo que várias das pessoas ali presentes ficam encomodadas e olho nos olhos do moreno ao meu lado e ele entende o recado, prosseguindo:
– Não precisam ficar preocupados, essa fase já passou, há muito tempo aliás. Mas voltando, eu demorei um tempo para voltar a dirigir, já que o acidente aconteceu comigo sob a direção do veículo. Eu fiquei extremamente abalado e quase não saía de casa. Agora imaginem, no penúltimo ano da escola, todo mundo saindo todos os finais de semana pra diversas festas e eu em casa, acordado e sozinho. Eu lia livros e assitia filmes diferentes a cada dia, aprendia a tocar novas músicas do violão a cada uma semana. Eu realmente estava ficando doido – ele ri sozinho e atrai alguns risos fracos do pessoal da sala.
– O grande problema era que eu nunca aceitava vir à psicóloga, eu achava que era coisa de gente doente. E realmente é, mas o que eu não sabia era que eu também estava doente! Eu só fui me ligar disso no dia que quase bati em uma pessoa que eu amava muito, tipo muito mesmo. A escola inteira ficou sabendo e começaram a dizer coisas horríveis sobre mim. O pior era que ninguém sabia o real motivo e como aquilo tinha acontecido. Dentro do quarto que isso quase aconteceu, só estávamos eu e ela, só nós dois sabemos o que realmente falamos e sentimos. Eu fiquei mal falado pro resto da minha vida escolar e isso só melhorou um pouco quando ela espalhou que eu sempre fui muito carinhoso com ela e que aquele dia estava sendo péssimo para nós, mas que eu jamais faria aquilo de propósito.
Então, calma! Foi ele! Ele é o menino que quase bateu na namorada! Ele é o menino que quase bateu na Veronica!
– Foi muito difícil pra ela, mas ela não imagina o quando foi pra mim – ainda surpresa eu solto sua mão e me encolho na cadeira. Será que me aproximando dele ele faria a mesma coisa comigo? Ele me olha e sua voz fica fraca, como se sua segurança tivesse ido embora – Eu queria poder dizer que isso é normal, mas agredir alguém não é normal, ainda mais quando é sua companheira. Não me achem um psicopata idiota, eu prometo que sou uma pessoa legal – ele olha para Doutora Hodgman e ela assente, começando a falar:
– E é mesmo. Muito obrigada por se abrir conosco Shawn, temos a plena certeza de que não foi algo fácil de se contar. É uma situação muito delicada – ele abaixa a cabeça e ela prossegue – Bom, como todos aqui falaram um pouco de história, quem sou eu para deixar de falar, não é? – nessa hora ela sorri para Peter, que já tinha levantado sua cabeça, e ele retribui. Sorrio junto e ele olha pra mim em seguida e dessa vez sou eu que abaixo a cabeça. Como pude pensar que ele faria aquilo comigo?
– Meu nome é Frida, Frida Hodgman. Eu tenho esse nome porque minha mãe ama Frida Kahlo – ela solta uma risadinha e continua – Ama mesmo, ela até me vestia de Frida no Halloween – todos riem junto a ela – Mas continuando, eu tenho trinta e sete anos e trabalho com psicologia desde os vinte e oito. Eu comecei na clínica de um amigo de uma professora minha da faculdade e agora, olha onde estamos... Tenho minha própria empresa e pacientes maravilhosos. Obrigada por contarem comigo pra evolução pessoal de vocês. Aliás, muito obrigada por hoje, vocês se saíram muito bem. Mas na próxima sessão, gostaria que fossem mais participativos, tudo bem? – ela diz olhando nos olhos de cada um e todos assentimos com sorrisos no rosto – Bom, o nosso tempo acabou – ela diz levantando e todos a acompanham.
Peter e eu levantamos ao mesmo tempo, nós olhamos e sorrimos. Ah, eu já falei que aquele sorriso é maravilhoso? Pego minha mochila enquanto ele sai na minha frente, indo direção à Frida. Ela fala poucas palavras e eles riem. Logo depois de abraçá-lo, ele sai da sala. Vou até ela e a mesma me abraça.
– Parabéns Lorelai, gostei de como fez humor com pequenos detalhes.
– A vida é mais colorida se rirmos, não é mesmo?
– Tem razão. Ah, aliás, em falar em colorido... Você e Shawn estão bem próximos não? Vi as mãozinhas dadas – se estou vermelha e com vergonha? com certeza e sem sombra alguma de dúvidas!
– Viramos amigos.
– Só amigos? – se antes eu já estava vermelha, agora estou roxa.
– S-sim. Meu Deus, você está me envergonhando, Doutora – ela ri da minha reação e prossegue:
– Me chame apenas de Frida, Lo – faço que sim.
– B-bom, tenho que ir.
– Vai sair com Shawn? – assinto novamente e sua expressão maliciosa entra em cena – Viu! Eu estou falando! Vai dar namoro!
– Socorro, preciso sair daqui urgentemente antes que me mate de vergonha – digo rindo, porém ainda estou envergonhada.
– Estou só brincando, Lo – ela ri – Ou não. Mas enfim, vai lá. Nos vemos semana que vem – cumprimentamo-nos com beijinhos e eu saio da sala, logo vendo aquele puta moreno me observando com um sorriso em seus lábios.
– Pronta?
– Claro!
Ele estende seu braço e eu agarro o mesmo, saindo de lá como uma princesa acompanhada de seu príncipe.
Espera! O que foi isso? Princesa e príncipe? Meu Deus Lorelai, que isso! Tá apaixonada é?!
Depois de sairmos do elevador, andamos até seu carro preto que se encontrava no estacionamento do prédio.
Ele destrava o carro e quando estava prestes a abrir a porta, o mesmo vem e abre para mim. Não faz isso Peter, se não eu vou querer casar com você.
– Muito obrigada.
– Não há de quê.
Após Shawn entrar no veículo, ele liga o rádio na mesma estação que ouvimos da outra vez que estive em seu carro. Na mesma tocava a nova música do Justin, que por sinal, acabara de começar...
♡♡♡
olaaaaa
como vcs tão?
eu to ótima, inclusive to viciada na nova música do livinho rs
outra coisa, qual música do Justin vocês acham que é?xoxo, Barbs
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psychologist • shawn mendes
Fanfic[PAUSADA] Ele carrega um trauma. E ela um nervosismo crônico. Lorelai Müller sofre de nervosismo crônico e frequenta o psicólogo uma vez por semana. Shawn Mendes é vítima de um trauma causado quando criança e vai ao psicólogo todas as sextas-feiras...