No domingo, o Rui esteve sem o irmão.
O Rui foi para a cama muito triste a dizer que tinha muitas saudades do irmão, e que lhe queria dar um abraço.
Como ele ainda não estava, pediu para dormir na cama do Sérgio para atenuar as saudades.
Fiquei feliz e ao mesmo tempo com o coração pequeno por ver o Rui triste de saudades.
Resolvi fazer-lhe uma surpresa. Levei o Sérgio comigo depois de ter alta, à escola para ir buscar o Rui.
Chegámos lá e deixei o Sérgio à porta da sala. Como o Rui estava de costas, o Sérgio foi até lá e não imaginam a felicidade do Rui, eu até fiquei emocionado, ele ficou radiante aos abraços e a dizer a toda a gente que era o irmão dele, o Sérgio.
A ida à escola foi uma alegria, pois tanto o Rui como o Sérgio estavam muito contentes. Até os amigos, foram queridos com o Sérgio.
Depois ainda estivemos a brincar um bocado no recreio e viemos para casa.
Mal entrámos em casa, o Sérgio e o Rui correram para abraçar o pai Simão, foi um momento lindo e cheio de amor!
Estes momentos enchem-nos de felicidade.
Acho que mesmo quando eu estiver velhinho, e meus filhos grandes, não vou me acostumar com os sustos próprios da maternidade. Ter filhos é viver experiências lindas, maravilhosa, incríveis, mas também difíceis e assustadoras mas nem sempre em igual medida.
O ser humano é movido pelo medo, mas, por sorte, sou daqueles que enfrenta os medos e depois vai chorar no chuveiro ou debaixo do cobertor.
Filhos vêm com uma função, dar sustos. Eles sacodem, incomodam, fazem diferente. E, um susto após o outro, nos transformam em melhores pessoas.
Talvez essa seja a verdadeira função de quem cuida, como pai perceber que é possível amar mesmo uma criatura tão diferente. Porque filhos não são o que queremos. Muito menos o planejado. Filhos são o que são.
Abrir a vida para um filho entrar é aceitar o inesperado.
Filho é parceria. Não é fácil e nem sempre divertida. Mas a desafiante parceria que faz a gente se sentir na obrigação de ser o melhor possível.
E, no final, vale a pena mudar por eles. Crescer sempre vale a pena, mesmo quando se é pai gay.
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Amor sem limite
RandomMinha história podia ser como tantas outras, mas começou de uma forma muito diferente. Me casei com um homem, que já fora mulher, e mudou para me fazer feliz e ser feliz. Com ele tive 2 filhos gémeos, 100% nossos. Mas filhos, não é só coisas boas...